Com apoio do setor produtivo, Ceará possui a melhor situação fiscal do Brasil
Com apoio do setor produtivo, Ceará possui a melhor situação fiscal do Brasil
O estudo “A Situação Fiscal dos Estados Brasileiros”, elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), e divulgado nesta semana, evidencia que o Ceará possui a melhor situação fiscal entre todas as unidades federativas brasileiras (UFs), considerando-se os dados de 2016. Esse resultado se potencializa na medida em que o Estado conseguiu equilibrar suas contas mantendo elevado investimento, demonstrando sintonia importante com o setor produtivo. Nessa direção, Pará, Amapá e Espirito Santo também construíram cenários fiscais favoráveis, porém, utilizaram estratégia diferente, priorizando a disponibilidade de caixa.
Por outro lado, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, combinando alto gasto com pessoal, dívida elevada e graves problemas de liquidez em decorrência do elevado volume de restos a pagar sem cobertura de caixa, apresentaram os piores desempenhos em termos de gestão fiscal, sofrendo, assim, impactos muito preocupantes. Outro destaque negativo foi São Paulo, cuja situação está próxima desses estados em crise profunda, apesar de ainda não ter ultrapassado o teto da dívida e de apresentar alguma disponibilidade de caixa.
Em relação à sua Receita Corrente Líquida (RCL) - a soma das receitas tributárias de um Governo, referentes a contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias e de serviços, menos as transferências constitucionais -, a situação fiscal do Ceará pode ser assim resumida:
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Gastos com Folha de Pagamento: comprometendo 49,3% de sua RCL com Pessoal, o Ceará tem o 5º melhor desempenho entre as 27 UFs do País – a média nacional é de expressivos 8,8%.
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Dívida: a razão entre a dívida do estado e sua RCL é de 43,6%, a 15ª maior proporção entre as UFs – a média nacional é de 69,5%.
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Disponibilidade de Caixa: com disponibilidade estimada em 14,3% da RCL, o Ceará ocupa a 18ª pior colocação entre as UFs – muito próximo da média brasileira, que é de 14,4%.
- Investimentos: o Ceará possui o melhor nível relativo de investimentos do Brasil: 11,1% de sua RCL. Para efeito de comparação, no Brasil observa-se 5,7%, enquanto que no Rio Grande do Sul, o pior do País, tão somente 1,8%.
Sobre possíveis determinantes para esse desempenho cearense – embora fora do escopo do estudo da Firjan –, pode-se eleger, dentre outras, quatro iniciativas: (i) imposição de um limite de gastos ao governo local, (ii) controle rigoroso da despesa corrente, (iii) elevação da alíquota previdenciária para 14% e (iv) diminuição de 10% dos incentivos fiscais concedidos às empresas e (iv). Dessa forma, nota-se um fundamental apoio do setor produtivo para a favorável situação fiscal do estado.
Isso é especialmente importante na atual conjuntura, na qual o desequilíbrio fiscal e o ajuste das contas públicas, em todos os níveis de governo, têm praticamente monopolizado o debate econômico nacional, afinal foi o descontrole dessas contas o maior responsável pela mais profunda recessão da história brasileira, determinando efeitos profundamente negativos, como os mais de 13 milhões de desempregados.
O Ceará mostra, portanto, que é possível trilhar um caminho diferente, baseado na responsabilidade fiscal, preservando os investimentos e estimulando a expansão dos empreendimentos instalados e a atração de novos negócios. Para esse e para os futuros avanços, o apoio do setor produtivo local foi, e seguirá sendo, imprescindível.
Confira as edições anteriores da Análise Econômica Semanal:
31/03 - O orçamento mais rígido do mundo
24/03 - Mais eficiência e menos tributos: como resolver o rombo de R$ 58,2 bilhões
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10/03 - Retomada, mesmo que lenta e gradual: motivos para acreditar
03/03 - Os números e a realidade da Previdência
24/02 - Superávit das contas públicas em janeiro e a disposição para atingir a meta fiscal
17/02 - A retomada da confiança
10/02 - Monitorando os avanços
03/02 - Medidas microeconômicas do Banco Central melhoram ambiente de negócios
27/01 - Sinais positivos
20/01 - O potencial de crescimento e os seus riscos
13/01 - As boas notícias e os ajustes necessários
07/01 - A retomada virá em 2017
16/12 - Melhoria do ambiente de negócios
09/12 - Pressupostos da recuperação da economia
02/12 - A volta da instabilidade política
25/11 - Crise política: persistente pedra no caminho de nossa recuperação econômica
18/11 - Crise é mais profunda do que se imaginava
11/11 - Endividamento: freio à retomada do crescimento
04/11 - O risco Trump
28/10 - Conter gastos públicos é necessário para a retomada econômica
21/10 - Por que os juros não caíram mais?
14/10 - Repatriação e investimentos: reforços no caixa
07/10 - PEC dos gastos e as reformas necessárias
30/09 - O Brasil e o ranking de competitividade econômica
23/09 - Avanços e riscos de um novo modelo de ensino médio
16/09 - O primeiro pacote de concessões
09/09 - O IDEB e os impactos na economia
18/08 - Dívida dos Estados e a necessidade de superar as ineficiências institucionais
05/08 - A queda da inflação e a revisão dos juros
29/07 - Déficit nas contas públicas: solução passa por investimentos e exportações
22/07 - Mudança na SELIC terá que vir acompanhada de medidas fiscais
15/07 - Precisamos aproveitar o cenário favorável
08/07 - Respeito às restrições do orçamento é imprescindível para alcançar meta fiscal
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24/06 - O "Brexit" como mais um desafio para a agenda internacional brasileira
17/06 - Sinais de confiança na retomada da economia
10/06 - Foco no cumprimento da meta de inflação
03/06 - No Caminho da austeridade
27/05 - Primeiras medidas evitam agravamento do quadro fiscal
20/05 - Controle das contas públicas e a eficiente gestão do gasto
13/05 - Competitividade, chave para retomada do crescimento
06/05 - A premissa da eficiência do gasto público
29/04 - O equilíbrio que se faz necessário nesse momento
22/04 - Os desafios do pós-Dilma
15/04 - Próximos dias darão o tom sobre as incertezas
08/04 - Um governo novo ou um "novo governo?
01/04 - FUTURO: Uma construção coletiva
24/03 - Não há saída sem a recuperação da confiança
18/03 - Destaques econômicos em segundo plano
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