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Estudo sobre infraestrutura do NE é lançado na FIEC, durante reunião de conselhos temáticos da CNI

28/08/2024 - 23h08

Na tarde desta segunda-feira, 26/08, reuniram-se membros de dois importantes conselhos temáticos da Confederação Nacional da Indústria (CNI): o de Infraestrutura (COINFRA) e o de Meio Ambiente e Sustentabilidade (COEMAS). A reunião foi comandada pelo 1º Vice-Presidente da FIEC, Carlos Prado, com abertura do Diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.

Muniz explicou que a CNI busca criar um ambiente nacional em que a agenda de demandas da indústria seja considerada na agenda da política pública, principalmente em âmbito federal. “Desconhecemos um país que tenha desenvolvimento social e econômico sem uma indústria forte. O grande desafio da atual gestão da CNI é encontrar esse caminho [de incluir as demandas da indústria na pauta das políticas públicas]. Historicamente, os investimentos em infraestrutura no Nordeste sempre foram deficientes. O transporte é o maior gargalo da infraestrutura no Ceará”, comentou.

Infraestrutura

O COINFRA foi representado pelo Superintendente de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso. Este conselho tem como objetivo avaliar e acompanhar a disponibilidade e a qualidade da infraestrutura no Brasil. Propõe sugestões para ampliação e modernização do sistema de transportes, portos, aeroportos, saneamento básico, energia e telecomunicações. Também acompanha e faz propostas para o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios desses setores.

Durante a reunião, a Confederação Nacional da Indústria e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) lançaram o estudo “Panorama da Infraestrutura – Edição Nordeste”, que apresenta propostas importantes para o desenvolvimento da infraestrutura em cada um dos noves estados da região, em áreas como áreas de transporte, energia e saneamento básico, por exemplo. O levantamento indica que 74% dos empresários industriais da região consideram as condições de infraestrutura como regulares, ruins ou péssimas.

“Esse estudo é uma alerta para os governantes, entregue pelos empresários, traz essa luz para que possamos olhar essas dificuldades, sem perder o otimismo. Mas precisamos ser críticos, pois temos uma luta muito grande por investimentos públicos e privados. Agradeço ao Presidente Ricardo Cavalcante, da FIEC e da Associação Nordeste Forte, que é um empreendedor social e tem uma dedicação a essa articulação social”, comentou Roberto Muniz.

Wagner Cardoso apresentou dados do Panorama de Estrutura e apontou três grandes problemas que a região Nordeste enfrenta: 1) A baixa qualidade das rodovias (75% são avaliadas como regulares, ruins ou péssimas); 2) A ociosidade de malha viária; e 3) A baixa movimentação de contêineres (NE movimenta apenas 12% dos contêineres do país, retratando a baixa industrialização da região).

Mas também apontou destaques como o que chamou de “revolução” das energias renováveis, tendo o Nordeste passado de importador para exportador de energia; a exploração do petróleo e do gás; e a nova lei da cabotagem (Lei nº 14.301/2022, que, entre outros pontos, flexibiliza o afretamento de embarcações estrangeiras para serem usadas no transporte de cargas na cabotagem brasileira).

No estudo, são sugeridas 24 prioridades para o CE, incluindo: a duplicação da BR-116 (entre os municípios de Pacajus e Jaguaribe); a concessão de aeroportos regionais no Ceará; a continuação das obras da linha leste do metrô de Fortaleza.

Meio Ambiente e Sustentabilidade

Já o COEMAS foi representado pelo Superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo. Por sua vez, este conselho atua no aperfeiçoamento da legislação ambiental, estimula práticas de conservação e uso eficiente dos recursos naturais e formula diretrizes e estratégias para subsidiar o processo decisório e o posicionamento da CNI na agenda de meio ambiente e sustentabilidade.

Durante a reunião, o debate focou-se nos projetos de hidrogênio verde (H2V) que devem movimentar a economia brasileira, sobretudo a do Ceará, nos próximos anos. A apresentação do estudo “Hidrogênio Sustentável - Perspectivas para o desenvolvimento e potencial para a indústria brasileira” ficou a cargo do Superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.

“O estudo recomenda trabalhar um ecossistema maduro de fornecedores de equipamentos, parceiros tecnológicos, desenvolvimento da capacitação profissional - e o SENAI tem um papel bastante preponderante -, toda a parte de normalização técnica e padrões de certificação e, principalmente, que [esse ecossistema] esteja conectado ao contexto internacional, principalmente para o acesso a esses fundos internacionais”, comentou Bomtempo, em sua apresentação.

No último dia 02/08, o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, esteve no Ceará, onde sancionou a Lei 14.948, que institui o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono em todo o país.

No Ceará, o HUB do Hidrogênio Verde foi lançado em 2021, pela FIEC, o Complexo do Pecém e a Universidade Federal do Ceará (UFC), para tornar o território cearense um grande fornecedor global deste tipo de combustível sustentável, gerando emprego, renda e contribuindo diretamente para a descarbonização do planeta.

O baixo custo e alta elasticidade de oferta da geração elétrica renovável colocam nosso país em posição de vantagem competitiva. Por essa razão, existe a expectativa que, em território brasileiro, seja produzido hidrogênio com um dos menores custos do mundo, em 2030.

Plano de ação

Por fim, representando o Conselho Temático de Infraestrutura da FIEC, o Presidente Heitor Studart fez suas considerações, citando que apenas 50% dos investimentos previstos nos PAC 1 e 2 [Programas de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal] foram realizados, na área da infraestrutura.

Studart apresentou a importância da conclusão das obras ferroviárias para o desenvolvimento da região Nordeste, a partir de um projeto integrado. Com isso, os representantes dos conselhos da CNI e da FIEC devem refinar os dados apresentados nos estudos, sobretudo na área de infraestrutura, para debatê-lo no âmbito federal (CNI e poderes públicos) e regional (por meio da Associação Nordeste Forte).

Também participaram da reunião: André Montenegro, Vice-Presidente da FIEC, que também integra o conselho temático de Assuntos Legislativo da CNI; Sérgio Lopes, Superintendente de Relações Institucionais da FIEC; Jurandir Picanço, Consultor em Energias da FIEC; Constantino Frate, Coordenador do Núcleo de Energias da FIEC; Marcelo Maranhão - Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado do Ceará - Setcarce; e Dinalvo Diniz, Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinconpe/CE).


 

 

 

Fotos: José Sobrinho/FIEC

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