COINTEC encerra agenda de 2025 com apresentações sobre soluções tecnológicas em saúde e panorama tecnológico do hidrogênio verde

O Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (COINTEC) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) realizou, nesta sexta-feira (05/12), na Casa da Indústria, a última reunião do ano, consolidando um ciclo de debates voltados ao fortalecimento do ecossistema de inovação e o desenvolvimento tecnológico das indústrias cearenses. O encontro reuniu representantes da academia, do setor produtivo e de instituições parceiras para acompanhar duas pautas estratégicas: o hub de inovação da Rede ICC Saúde, o ICC Biolabs, e o panorama de mercado e tecnológico para o hidrogênio verde.

A programação foi conduzida pelo presidente do COINTEC, Marcos Soares, que destacou o caráter produtivo da agenda ao longo de 2025 e o diálogo integrado entre indústria, governo e academia. "Esse foi um ano bem produtivo. A gente trouxe aqui vários assuntos importantes para a indústria, especialmente sobre o que está sendo feito em inovação e na integração com a academia e as iniciativas governamentais. Isso mostra como vários atores estão trabalhando juntos pela inovação no estado”, afirmou.

Ao comentar a agenda de encerramento, Marcos reforçou a relevância dos temas escolhidos para o encontro de dezembro. "Trouxemos dois assuntos super importantes para o fechamento. O ICC Biolabs é um hub de inovação focado em saúde, um setor que acompanhamos de perto, especialmente diante dos investimentos da Fiocruz e de Bio-Manguinhos no Polo de Saúde do Eusébio. Também trouxemos o Núcleo de Energia da FIEC para atualizar o andamento da agenda do hidrogênio verde. Há diversos investimentos em andamento, e queríamos apresentar aos conselheiros, à academia e ao governo o que está sendo desenvolvido dentro da Federação nessa pauta. É um fechamento com assuntos atuais, que envolvem não só a indústria, mas todo o entorno", ressaltou.

ICC apresenta programa de aceleração de startups

A primeira apresentação da tarde abordou o Programa de Inovação de Startups de Saúde, conduzida pelo gerente de Projetos e Inovação da Rede ICC, Yuri Pinheiro, e pela analista de projetos do ICC Biolabs, Ádila Guerra. A iniciativa busca acelerar e incubar startups dentro do ecossistema da Rede ICC Saúde, fortalecendo a produção de soluções tecnológicas em um setor marcado por grandes desafios e oportunidades.

Segundo Yuri, a força da instituição está justamente na capacidade de conectar novos empreendimentos às frentes de pesquisa já consolidadas da Rede. "Esse programa busca acelerar e incubar startups da área da saúde dentro do nosso ecossistema. Hoje o ICC completa 81 anos, e temos diversas áreas de desenvolvimento e pesquisa que corroboram com essa dinâmica de avançar o setor tecnologicamente, juntando startups, a Rede e outros players do mercado", explicou.

Panorama do H2V

O segundo tema da reunião foi ministrado pelo gerente de Desenvolvimento Sustentável da FIEC, Joaquim Rolim, com a participação do consultor de Energia da FIEC, Jurandir Picanço, e do gerente do Observatório da Indústria Ceará, Guilherme Muchale. A palestra "Panorama de Mercado e Tecnológico para o Hidrogênio" trouxe uma leitura abrangente sobre o avanço do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (HBC) no mundo e no Brasil, destacando o papel estratégico do Nordeste e do Ceará neste processo.

Joaquim Rolim enfatizou que o momento atual é decisivo para acelerar a implementação das soluções baseadas em hidrogênio. "Nós apresentamos um panorama mundial e nacional, mostrando perspectivas e realizações. O hidrogênio já tem grande disseminação no conhecimento e em suas aplicações. Agora é o momento da implementação. Nosso objetivo é mostrar esse cenário global e nacional, chegando até o Ceará e seus projetos, destacando também os desafios que ainda existem. Trata-se de uma mudança tecnológica que busca descarbonizar a economia e o setor produtivo, e o hidrogênio tem papel fundamental especialmente nos setores difíceis de abater carbono", explicou.

O panorama detalhado pelo Núcleo de Energia reforçou que o hidrogênio se consolidou como peça central da transição energética global, com crescimento de investimentos internacionais. O Brasil desponta pela capacidade eólica e solar abundante, o que permite projetar um dos custos mais competitivos para a produção de Hidrogênio Verde (H2V) no cenário mundial.

O país almeja se posicionar, até 2030, como um produtor competitivo mundialmente. Os dados apresentados destacaram a escala desse movimento: 111 projetos mapeados em 15 estados, demandando 90 GW em novas usinas renováveis e R$ 188,7 bilhões em investimentos anunciados. No Ceará, a Plataforma de H2V integra recursos naturais, infraestrutura portuária e formação de mão de obra especializada, com forte atuação do Sistema FIEC e do SENAI Ceará.