Segundo dia de palestras técnicas do FIEC Summit dá prosseguimento à apresentação de soluções para a cadeia do H2V
A programação técnica do FIEC Summit teve continuidade ao longo do segundo dia do evento, nesta quinta-feira, 26/10. Dez palestras de empresas e demais iniciativas envolvidas na cadeia de hidrogênio verde e energias sustentáveis apresentaram soluções relacionadas à pauta.
Antonio Cruz, engenheiro da ABB, trouxe pela manhã o portfólio da empresa focado em retificadores de diferentes potências para eletrolisadores. “A ABB conta com mais de 750 sistemas retificadores para instalações de eletrólise química desde 1958. Temos expertise para inúmeras aplicações, entre elas o hidrogênio verde, e podemos fornecer retificadores de toda gama de capacidade, com customização e adaptações para as necessidades de cada projeto”, explicou Cruz.
Rafael Farac, Engenheiro de Aplicação da ABB, concluiu as apresentações da empresa no período da tarde, com a palestra “Além dos Processos Químicos: Produção de Hidrogênio Verde”, na qual falou sobre a necessidade de energia elétrica na obtenção da molécula de hidrogênio e a importância da eficiência para a competitividade do H2V.
A ArcelorMittal também integrou o espaço nas palestras técnicas. Rinaldo Pedrini, Gerente de Estratégia Industrial, Descarbonização e Excelência Operacional da empresa, destacou que “a estratégia da ArcelorMittal é desenvolver projetos atrelados a matérias-primas e energias renováveis e concatenar isso aos produtos oferecidos”.
Marcelo Baltazar, Gerente de Meio Ambiente, apresentou um panorama das ações mobilizadas na cadeia da ArcelorMittal, com o impacto da empregabilidade da mão de obra e da cultura empregadas na empresa, o compromisso com segurança e sustentabilidade e a atuação da Fundação ArcelorMittal, que desenvolve ações sociais nos municípios de atuação do grupo.
O Professor Newton Pimenta, Pesquisador e Consultor da GIZ (Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável) para as tecnologias de hidrogênio verde, trouxe ao público do FIEC Summit uma palestra com foco em segurança ao trabalhar com gases, tema necessário para a consolidação de uma cadeia de hidrogênio verde e explorado nos cursos realizados pela iniciativa, que é parceria do SENAI Ceará.
Paulo Cesar da Silva, Especialista em Vendas nas Indústrias Químicas, O&G e Indústria de Vidros, e Valdeir Ribeiro Soares, Head de Desenvolvimento de Negócios nas Indústrias, falaram sobre as soluções da Siemens para unir a indústria 4.0 com a demanda por descarbonização e atuar na integração de tudo o que está envolvido na produção do hidrogênio verde, da planta aos eletrolisadores.
Ana Claudia Nioac de Salles, Pesquisadora do Instituto Fraunhofer de Tecnologia Química e CTA, apresentou o papel do instituto na transição energética, através de suas múltiplas ações desenvolvidas nas unidades. O instituto atua com hidrogênio desde 1959. A pesquisadora destacou a necessidade de se considerar a realidade do Brasil nos empreendimentos com hidrogênio verde. “A gente tem que tomar muito cuidado para não copiar o que está sendo feito na Alemanha, porque são realidades diferentes, e precisamos adaptar isso para o Brasil”, contou.
A EDP, empresa responsável pela apresentação da primeira molécula de hidrogênio verde da América Latina, em janeiro deste ano, apresentou sua planta piloto, intitulada “Pecém H2V”, em palestra de Cayo Moraes, Gestor Executivo na EDP, que trouxe detalhes do empreendimento, como o funcionamento da dessalinizadora empregada no processo de produção do hidrogênio sustentável.
Os esforços em prol do net zero, compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, foi trazido por Breno Medeiros, Head do GreenSpace Tech da Deloitte Touche Tohmatsu e Especialista em Descarbonização. Breno apresentou o modelo HyPE da Deloitte (Hydrogen Pathway Explorer) e projeções sobre o potencial máximo comercial do hidrogênio verde até 2050, estimado em 1,4 trilhão de dólares.
Soluções verdes industriais pautaram a palestra da Neoenergia, holding do grupo espanhol Iberdrola, com Phyllipe Pinheiro Morais. O gerente destacou a adaptabilidade das soluções oferecidas pela empresa. “Promovemos soluções e não produtos. E essas soluções são customizadas para a empresa especificamente, com base nas suas necessidades”, ressaltou.
A Fortescue Future Industries finalizou as palestras do segundo dia do auditório técnico do FIEC Summit, com a presença de Danilo Campos, Líder de Planejamento da Fortescue, e Gianpaola Ciniglio, Diretora de Assuntos Ambientais da América Latina da Fortescue. Eles apresentaram a planta da empresa, que está atualmente em fase de pré-viabilidade. De acordo com as estimativas apresentadas, nas fases 1 e 2 o projeto deve produzir 2100 MW de potência.
Capacitação da mão de obra para a nova cadeia produtiva
Paulo André Holanda, Superintendente do SESI Ceará e Diretor Regional do SENAI Ceará, apresentou durante a manhã do evento as soluções oferecidas pelo Sistema FIEC para o fomento da nova cadeia produtiva do hidrogênio verde, em especial no que tange a formação da mão de obra qualificada e o desenvolvimento de tecnologias e inovação.
Na ocasião, Paulo André mencionou iniciativas como o Centro de Excelência para a Transição Energética Jurandir Picanço, parceria entre a FIEC, o SENAI Ceará, o SESI Ceará e quatro empresas atuantes na área: Enel, Aeris Energy, Maersk Training e a Agência de Cooperação Alemã (GIZ), que deve ser inaugurado entre novembro e dezembro deste ano.
O Diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI PE, Oziel Alves, também falou ao público durante a manhã sobre os esforços do estado de Pernambuco no fomento à cadeia do hidrogênio verde através do Instituto SENAI de Inovação. “O Ceará tem liderança nessa pauta mas existem muitas oportunidades, e nós queremos promover uma cooperação entre os estados do Nordeste para impulsionar a transição energética”, contou.