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CNI revê previsões e estima queda de 3,1% para a economia brasileira neste ano

14/10/2016 - 11h10

Informe Conjuntural alerta que a aprovação de limite para expansão dos gastos públicos ea reforma da Previdência Social são indispensáveis para o país voltar a crescer em 2017

Diante da melhora das expectativas de empresários e consumidores e dos sinais de que o país começa a superar a crise, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou as estimativas sobre o desempenho da economia neste ano. As novas previsões indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) encolherá 3,1% neste ano, menos do que os 3,5% estimados no segundo trimestre. O PIB industrial, com queda de 3,7%, liderará a retração da economia em 2016. Será o segundo ano consecutivo de redução da economia brasileira e o terceiro de queda no PIB industrial.

A nova previsão da indústria indica ainda que os investimentos fecharão o ano com queda de 11%, inferior aos 13,9% estimados no segundo trimestre. O consumo das famílias encolherá 4,6%, menos do que os 4,8% previstos anteriormente, destaca o Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado pela CNI nesta sexta-feira, 14 de outubro.

De acordo com o documento, os principais sinais de recuperação da economia são o aumento da confiança dos empresários, o crescimento do superávit comercial e o ajuste dos estoques aos níveis planejados pelos empresários.  O saldo comercial brasileiro deve alcançar US$ 50 bilhões este ano, muito mais do que os US$ 19,7 bilhões de 2015.

Além disso, observa a CNI, a conclusão do processo de impeachment e a posse de um governo que mudou os rumos da política econômica contribuem para a mudança do cenário. "Ainda que a exata dimensão temporal do ajuste fiscal de longo prazo não esteja definida, a mudança de enfoque reverteu expectativas, com reflexo favorável na confiança dos agentes", diz o Informe Conjuntural.
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CRESCIMENTO EM 2017
- Com isso, a expectativa é que a recessão termine nos próximos meses e a economia retome o crescimento no primeiro trimestre do próximo ano.  A CNI adverte, no entanto, que a recuperação depende do ajuste das contas públicas no longo prazo. Por isso, a indústria defende a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 241, que impõe limites ao crescimento dos gastos do governo e a reforma da Previdência Social.

"Ambas são absolutamente indispensáveis para reverter o quadro de grave desequilíbrio fiscal dos últimos anos, condição básica à estabilidade econômica e à obtenção de um ritmo mais elevado de crescimento", afirma o Informe Conjuntural. "Ajustes aquém do necessário para reverter o crescente déficit na Previdência e concessões excessivas no mecanismo de controle do crescimento do gasto podem abortar a recuperação das expectativas. Além disso, podem, principalmente, gerar um ambiente de desconfiança em relação à dinâmica da dívida pública brasileira, com graves consequências para a estabilidade econômica."

A CNI lembra ainda que o ajuste fiscal é imprescindível para a redução dos juros e a melhoria das condições financeiras das empresas e dos consumidores, o que abrirá caminho para o aumento do consumo e dos investimentos. "Todavia, um ciclo virtuoso de crescimento de longo prazo será completado com a plena retomada do investimento privado, com a implementação de mudanças no ambiente de negócios que promovam a recuperação das condições de competitividade da economia brasileira", conclui o Informe Conjuntural.

​Veja a íntegra do Informe Conjuntural do terceiro trimestre no Portal da Indústria

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