O Brasil e o ranking de competitividade econômica
O Fórum Econômico Mundial elabora anualmente o ranking de competitividade econômica. Para este ano, a amostra reuniu 138 países, com Suíça, Singapura, Estados Unidos, Holanda e Alemanha, nesta ordem, compondo o top 5 dos mais competitivos.
O Brasil, por sua vez, perdeu 6 posições na passagem de 2015 para 2016, ocupando atualmente apenas a 81ª colocação - é a pior posição do país desde a criação do ranking, em 1997. Observa-se que ele está atrás de países como Albânia (80), Armênia (79), Guatemala (78), Irã (76), Jamaica(75), Ruanda (52) e México (51) e, em termos regionais, de Chile (33), Colômbia (61), Peru (67) e Uruguai (73).
Os principais determinantes para a perda de competitividade da economia brasileira foram a piora do ambiente econômico, o menor desenvolvimento do mercado financeiro e, principalmente, a redução na capacidade de inovação. Naturalmente, esses resultados guardam estreita relação com a grave crise econômica e revelam a queda acentuada de nossa produtividade.
Por outro lado, há boas notícias sobre o desempenho recente do Brasil, entre as quais uma maior inserção internacional, um interessante espaço para o investimento privado, bem como a internacionalização das nossas empresas e avanços em termos da simplificação e modernização dos marcos regulatórios. Permanecem, entretanto, como obstáculos para se fazer negócios no país a alta e complexa tributação, bem como corrupção, legislação trabalhista inflexível e a expressiva ineficiência da burocracia estatal.
Nessa direção, há claramente duas agendas econômicas para o Brasil, uma de curto e outra de médio/longo prazo. As ações mais imediatas estão relacionadas à superação da atual crise, e incluem a melhor gestão de gastos do governo, o programa de concessões e privatizações e a reforma da previdência.
A partir desses avanços se espera uma interrupção do crescimento da dívida pública, com consequente elevação da confiança e espaço para redução dos juros, o que impulsionaria o investimento privado e determinaria a retomada econômica. A agenda de médio/longo prazo, por sua vez, se refere à promoção dos fatores de competitividade, em uma lista que inclui, entre outros, as reformas trabalhista e tributária, formação de capital humano, melhoria no ambiente de negócios e incentivos à inovação.
Confira as edições anteriores da Análise Econômica Semanal:
23/09 - Avanços e riscos de um novo modelo de ensino médio
16/09 - O primeiro pacote de concessões
09/09 - O IDEB e os impactos na economia
19/08 - Dívida dos Estados e a necessidade de superar as ineficiências institucionais
05/08 - A queda da inflação e a revisão dos juros
29/07 - Déficit nas contas públicas: solução passa por investimentos e exportações
22/07 - Mudança na SELIC terá que vir acompanhada de medidas fiscais
15/07 - Precisamos aproveitar o cenário favorável
08/07 - Respeito às restrições do orçamento é imprescindível para alcançar meta fiscal
01/07 - O elemento central para a retomada da econonomia
24/06 - O "Brexit" como mais um desafio para a agenda internacional brasileira
17/06 - Sinais de confiança na retomada da economia
10/06 - Foco no cumprimento da meta de inflação
03/06 - No Caminho da austeridade
27/05 - Primeiras medidas evitam agravamento do quadro fiscal
20/05 - Controle das contas públicas e a eficiente gestão do gasto
13/05 - Competitividade, chave para retomada do crescimento
06/05 - A premissa da eficiência do gasto público
29/04 - O equilíbrio que se faz necessário nesse momento
22/04 - Os desafios do pós-Dilma
15/04 - Próximos dias darão o tom sobre as incertezas
08/04 - Um governo novo ou um "novo governo?
01/04 - FUTURO: Uma construção coletiva
24/03 - Não há saída sem a recuperação da confiança
18/03 - Destaques econômicos em segundo plano
11/03 - Os humores da política
04/03 - Efeitos da Lava Jato na economia
26/02 - Até que enfim, um sopro de positividade
19/02 - Programação Orçamentária e Financeira para 2016: cortes de gastos de R$ 24 bilhões