Rotas Estratégicas começam a discutir biotecnologia
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), através do Projeto Rotas Estratégicas, reúne nos dias 21 e 22, na Casa da Indústria, especialistas do poder público, empresários e meio acadêmico, para discutir as potencialidades do setor de biotecnologia no Ceará. A iniciativa é do Programa de Desenvolvimento da Indústria, dentro da proposta de iniciar a construção coletiva das visões de futuro dos setores e áreas industriais promissoras para o estado até o ano de 2025. O Projeto Rotas Estratégicas é a maior ferramenta do Programa para o Desenvolvimento da Indústria, e quer contribuir para o aumento da competitividade setorial da indústria, por meio do fortalecimento de setores intensivos em tecnologia e conhecimento, bem como a reorientação de ramos tradicionais em estratégias empresariais para inovação e sustentabilidade.
Na última década, a biotecnologia ganhou mais destaque no Brasil com a criação, em 2007, de uma política nacional com o propósito de tornar o país um dos líderes na área. A ideia é acelerar o crescimento econômico por meio do desenvolvimento da biotecnologia em quatro segmentos: saúde humana, agropecuária, industrial e ambiental. Na avaliação de especialistas, é um passo importante, mas ainda há muito a avançar. Condições naturais não faltam ao Brasil para atingir essa meta.
O país possui um quinto da biodiversidade mundial, com cerca 200 mil espécies de plantas, animais e microrganismos. O Ceará, por sua vez, conta com a caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, com clima e biodiversidade únicos no mundo. Isso sem mencionar a biodiversidade marinha da costa cearense, ainda pouco explorada. Para tirar melhor proveito desse potencial, o Brasil e o Ceará requerem recursos humanos qualificados, marcos legais e investimentos que viabilizem a criação de ferramentas capazes de transformar o conhecimento acumulado nas universidades em produção industrial.
Atualmente, especialistas tem usado com mais frequência o termo bioeconomia, que é a utilização da biotecnologia para promover o desenvolvimento da economia de uma região. Acredita-se que a bioeconomia é a quarta onda tecnológica na evolução da humanidade. Há estimativas de que, em 2030, a biotecnologia vai contribuir para a criação de 80% dos novos medicamentos, 35% da produção química, 50% da produção do setor primário, num total de 2,7% do PIB dos países ligados à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), algo em torno de 1 trilhão de dólares.