CNI estima queda de 3,5% na economia neste ano e prevê recuperação só em 2017
O Produto Interno Bruto (PIB) do País terá uma queda de 3,5% e o PIB industrial cairá 5,4% neste ano. As estimativas são da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o Informe Conjuntural do segundo trimestre de 2016, divulgado nesta quinta-feira, 7 de julho, a CNI revisou para baixo as previsões feitas no primeiro trimestre. Em abril, a perspectiva de redução na economia era de 3,1% e da indústria, de 5%. Não há, no horizonte próximo, sinais de uma mudança no cenário negativo verificado desde o ano passado. A expectativa da CNI é que a economia deverá voltar a crescer somente em 2017.
“A mudança no quadro político possibilitou uma conjugação favorável a ajustes estruturais que exigem mudanças legislativas e constitucionais, como é o caso da reforma da Previdência e da imposição de limitadores ao crescimento do gasto público. A proposta no âmbito federal, já enviada ao Congresso, é um avanço. Mas seus efeitos serão sentidos apenas no médio prazo, pois dependem da retomada do crescimento e ainda serão necessárias novas alterações no processo orçamentário para que se torne efetiva”, destaca o Informe Conjuntural.
Em relação ao desemprego, a previsão da CNI é que a taxa anual alcance 11,5% da População Economicamente Ativa (PEA). “Os primeiros cinco meses de 2016 confirmam o cenário de deterioração previsto pela CNI para o mercado de trabalho. O desemprego, que ultrapassou os dois dígitos ainda no primeiro bimestre, segue em trajetória de alta”.
De acordo com as perspectivas da CNI para o ano de 2016, os investimentos recuarão 13,9% e o consumo das famílias diminuirá 4,8%. “O lado do investimento não enseja expectativas positivas a curto prazo. A ociosidade do parque produtivo é recorde para o período recente, a confiança dos empresários ainda se encontra no lado não otimista e o custo e disponibilidade de financiamento não favorecem a retomada de projetos novos”, alerta o Informe Conjuntural.
INFLAÇÃO – Na avaliação da CNI, a inflação ao fim do ano chegará a 7,3%, ante 7,1% estimados em abril. “A inflação tem mostrado indícios de moderação, embora ainda permaneça muito acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.”
A taxa de juros real vem subindo sucessivamente desde janeiro de 2016. De lá para cá, aumentou 1,3 ponto percentual e atingiu 7,8% ao ano em junho. Já a taxa de câmbio real/dólar segue em trajetória de queda no primeiro semestre de 2016. A cotação média do real em relação à moeda norte-americana registrou cinco meses consecutivos de queda, passando de R$ 4,05 em janeiro para R$ 3,42 em junho. A estimativa, diante do atual quadro, é que a taxa de câmbio média de 2016 fique em R$ 3,48, ante R$ 3,33, em 2015, uma desvalorização de 4,6%.