Carlos Prado participa de evento do G20 sobre inteligência artificial, condições de emprego e transição digital justa
O 1º Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Carlos Prado, participou nesta quinta-feira (25/07), no Centro de Eventos do Ceará, da abertura de workshop do G20 em Fortaleza que debateu o tema "Potencial Transformador da IA e a necessidade de uma transição justa". Iniciativa do Business 20 (B20), grupo de engajamento do G20 Social, o encontro reuniu autoridades, empresas e equipes técnicas para discutir questões globais urgentes relacionadas aos caminhos do trabalho e condições de emprego diante das transformações tecnológicas.
Além de Carlos Prado, que no ato representou o Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, integraram a mesa de abertura para as discussões o Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; o Presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alexandre Furlan; e o Secretário-Geral da Organização Internacional dos Empregadores (OIE), Roberto Suarez.
"A Inteligência Artificial tem o potencial de automatizar tarefas repetitivas e rotineiras, liberando os trabalhadores para se concentrarem em atividades criativas e estratégicas. No entanto, essa automação também pode ocasionar a substituição de empregos em alguns setores, gerando preocupações sobre o desemprego e a desigualdade. Por isso precisamos buscar essa transição justa", destacou o Vice-Presidente da FIEC em sua fala inicial.
Carlos Prado ressaltou ainda as atividades da Federação das Indústrias do Estado do Ceará na adoção de medidas que convergem para garantir caminhos de qualificação e novas oportunidades de carreiras para a população.
"Nós desenvolvemos um cadastro com as prováveis profissões do futuro, já prevendo a necessidade de preparação dessa mão de obra para facilitar essa fase de transição. Exemplo disso é o Centro de Excelência para Transição Energética Jurandir Picanço Júnior, inaugurado neste ano pelo SENAI no Ceará", citou.
O dirigente do Sistema FIEC também colocou em debate a preparação da Indústria no Ceará diante do desafio de iniciar a produção do Hidrogênio Verde (H2V). "Estamos focados em preparar a mão de obra que vai surgir, pois o Ceará é o estado onde se encontra a maior possibilidade de se produzir a energia no custo mais baixo do mercado global. Com essa intenção, já se deram vários passos para preparação da qualificação de novos profissionais. Será uma quantidade grande de pessoas empregadas para essa finalidade".
Em seu cumprimento aos presentes no grupo de engajamento, Luiz Marinho destacou o protagonismo da Indústria na geração de empregos e constante abertura de portas para novas carreiras profissionais no mercado.
"De janeiro a maio no ano passado, a Indústria gerou 122 mil empregos. De janeiro a maio deste ano, foram 209 mil empregos. Isso reafirma que o emprego da Indústria acaba sendo o que tem mais tempo de duração. A realidade da Indústria hoje é um lugar de tecnologia, de modernidade e de inovação. É preciso que possamos trabalhar conjuntamente essa percepção para a classe trabalhadora brasileira, com relação aos empregos disponíveis e que a nossa juventude seja convencida dos benefícios dos processos dos setores industriais", expôs o Ministro.
Os desafios da IA
Para Roberto Suarez, o avanço da inteligência artificial no mundo não deve ser encarado com medo, mas é fundamental que haja uma mobilização internacional para se discutir o nível de dificuldade que a tecnologia pode trazer para muitos no mercado de trabalho. "São muitas oportunidades, mas ao mesmo tempo precisamos compreender que será algo muito disruptivo para muitas pessoas. Por isso precisamos discutir e trabalhar para que haja inclusão social neste processo. Nós temos de ser inteligentes com relação a encontrar as políticas corretas, só assim teremos ganhos para todos no uso da IA".
O Secretário-Geral da OIE complementou que os avanços da IA ocorrem em um cenário no qual quase 40% das pessoas no mundo ainda não estão conectadas à internet, e aqueles que estão conectados precisam ter garantidas a transparência e a gestão responsável sobre o uso da tecnologia. "Precisamos saber lidar com consequências como a privacidade, a segurança de dados, as desigualdades, a propriedade intelectual, além da sustentabilidade da IA com o consumo de energia cada vez maior pela quantidade de dados", disse.
Representante da CNI, Alexandre Furlan discursou sobre como as transformações digitais e energéticas no mundo desafiam líderes, empresas e sociedade civil na busca por requalificação profissional e um olhar especial para as mudanças exigidas pela inovação e pela tecnologia. "A natureza do trabalho está mudando rapidamente. Os avanços tecnológicos têm gerado muitas oportunidades, mas também desafiado os empreendedores na busca por novas habilidades e talentos para suprir as necessidades atuais".
G20 em Fortaleza
Entre os dias 23 e 26 de julho, Fortaleza recebe reuniões do Grupo de Trabalho (GT) sobre Emprego do G20, com o objetivo de desenvolver pautas como a promoção do trabalho, garantia da inclusão social, eliminação da pobreza e a garantia de uma transição justa no processo de transformações digitais e energéticas. Dentro desta programação também ocorrem os grupos de engajamento do G20 Social, o Labour 20 e o Business 20, grupos que representam, respectivamente, os trabalhadores e o empresariado.