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FIEC e SENAI apoiam projeto desenvolvido pela UFC para elaboração de rotas para a economia circular com empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém

03/07/2024 - 13h07

Construir a transição de uma economia linear, baseada na extração, produção e posterior descarte dos resíduos, para um modelo circular, em que os insumos sejam reutilizadas em outros processos, é um dos desafios na busca por um desenvolvimento econômico sustentável. Um projeto realizado pelo Laboratório de Estudos em Competitividade e Sustentabilidade (LECoS) da Universidade Federal do Ceará (UFC) está desenvolvendo formas de possibilitar essa transição junto às empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), com foco na instalação do HUB de Hidrogênio Verde. Na quarta-feira, 26/06, os primeiros resultados do estudo foram apresentados às empresas no workshop “CIPP em transição: rotas para uma economia circular”, realizado na Casa da Indústria.

Apoiado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), pelo SENAI Ceará e pela AECIPP (Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém), com financiamento do CNPq, o projeto elaborou rotas para possibilitar a transição para a economia circular no CIPP, com base na coleta de dados e em entrevistas realizadas junto a empresas do Complexo. “Mas por que o CIPP? Porque ele vai receber um HUB de hidrogênio verde, então, nessa perspectiva de uma nova indústria se implantando, a gente precisa entender como é que ela afeta a dinâmica que já existe no Complexo”, explicou Mônica Abreu, professora do Departamento de Administração da UFC e uma das coordenadoras do LECoS.

As rotas, que funcionam como sugestões de ações a serem desenvolvidas a curto, médio e longo prazo, foram apresentadas no evento realizado na quarta-feira, 26, e discutidas junto a representantes de diversos setores das empresas, que puderam adaptá-las e validá-las com base em suas realidades de atuação. Ao todo, dez rotas foram cocriadas junto às empresas do CIPP, divididas a partir dos temas “governança e ecossistema da inovação”, “novos negócios”, “soluções circulares” e “operações circulares”.

34 empresas do CIPP estiveram envolvidas no estabelecimento das rotas, que serão posteriormente modeladas matematicamente para otimizar decisões e processos. “Dentro das empresas, você tem situações em que resíduos de uma podem ser matéria-prima para outra, e nós estamos aqui hoje com 34 empresas reunidas pela primeira vez. Então, como é que você maximiza a utilidade dessas matéria-primas, por exemplo? Essa decisão a gente toma matematicamente, a partir da consolidação das rotas dadas hoje”, contou David Carneiro, pesquisador do LECoS.

A iniciativa de busca por um modelo de economia circular é, segundo o diretor-executivo da AECIPP, uma necessidade para as empresas. “Adotar essas práticas [sustentáveis] significa não apenas preservar o meio ambiente, mas também promover a inovação, aumentar a competitividade e garantir a viabilidade econômica das nossas operações industriais. Isso é vital para manter a nossa competitividade e relevância no cenário global”, ressaltou George Braga.

Financiando um futuro circular

Além de apoiar a iniciativa, o SENAI Ceará apresentou durante o evento seu edital de fomento à inovação para a indústria, que pode auxiliar as empresas com o financiamento para colocar em prática as ações discutidas. “Foram geradas hoje várias soluções, mas as empresas se perguntam ‘como financiar?’, ‘como viabilizar isso?’. Com o edital do SENAI, temos uma possibilidade de alavancar essas soluções, porque o que a gente está fazendo aqui hoje é só propor essas soluções. Então essa parceria com o SENAI é muito importante no sentido de trazer uma possibilidade real de implementação, de financiamento”, enfatizou a professora Mônica Abreu.

Representando a instituição na ocasião, Tarcísio Bastos, gerente da Unidade de Inovação e Tecnologia (UNITEC) do SENAI, destacou a relevância da economia circular para o desenvolvimento industrial e o comprometimento do SENAI Ceará com a pauta: “Não é moda. Esse é o tema que deve ser mais discutido no mundo, porque estamos falando de sustentabilidade, do futuro do planeta e do futuro dos negócios. É impossível manter a nossa pegada de desenvolvimento baseada numa economia de produção linear, em que a gente tira da natureza e simplesmente devolve como resíduo, sem nenhum aproveitamento”.

Texto: Caroline Rocha
Fotos: George Lucas

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