Karina Frota fala sobre sua trajetória na FIEC e a liderança feminina no setor empresarial
Referência na área de negócios internacionais, Karina Frota traçou uma carreira profissional de êxito em diferentes cargos na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). De bolsista à gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN), a executiva fala sobre sua trajetória e traz um olhar sobre o setor empresarial em entrevista à Plataforma MT.
“Entrei na Fiec em 2001. Fui bolsista, trainee, técnica, analista, coordenadora e, em 2016, assumi com muito orgulho a gerência do Centro Internacional de Negócios. Em todos os cargos, a minha atuação foi na área internacional. Há oito anos estou como líder do CIN, aprendendo diariamente com as pessoas, com os desafios e as oportunidades determinadas pela economia global”, comenta.
Formada por uma geração que iniciou a agenda internacional voltada às instituições no Ceará, Karina acompanhou os primeiros debates sobre a área. Em entrevista, ela pontua que o estado tem potencial, mas precisa avançar em ações focadas no comércio exterior.
“Temos um grande trabalho pela frente. A retomada da competitividade da economia e o desenvolvimento produtivo e tecnológico da indústria nacional passam de forma transversal pela integração do Brasil com o mundo. Nesse contexto, o Ceará integra conexões globais consistentes, busca uma produção industrial mais eficiente, promove inovação e gera mais empregos. Na área internacional é necessário avançar“, diz.
Segundo ela, é preciso identificar as mudanças em diversas áreas da política comercial, as quais podem impulsionar o ambiente de negócios. “Por isso, a internacionalização é tema prioritário. É indispensável promover as relações econômicas e a cooperação bilateral com os parceiros comerciais considerados estratégicos para o desenvolvimento cearense”, reitera.
Liderança feminina
Vice-Presidente da Câmara Setorial de Comércio Exterior da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Karina também é presidente do Conselho de Relações Internacionais da Fiec e diretora de comércio exterior da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil – Argentina.
Entre os principais desafios relacionados à liderança nesse setor, ela pontua as diferenças culturais, a exemplo de valores educacionais e padrões de comportamento.
“Cada nação tem suas crenças, conceitos e preconceitos. No passado, isso era rotineiramente refletido em mesas de reuniões. Uma grande dificuldade é tratar de relações comerciais com países que têm como dogma cultural ou religiosa a subordinação da mulher. Um exemplo é a cultura dos Países Árabes”, comenta.
Karina Frota ainda ressalta a importância da liderança feminina no setor empresarial. “É indiscutível que ainda há um longo caminho a percorrer, mas mulheres têm evoluído gradativamente em nossa sociedade, ganhando espaço e notoriedade […] Nós possuímos fatores indispensáveis para cargos de liderança, como o senso crítico aguçado e habilidades especiais de se relacionar”, diz.
Para mulheres que também desejam atuar na área de relações internacionais, a executiva orienta a busca por conhecimento técnico e cultural. “Sejam corajosas para superar os desafios na carreira do comércio exterior, seja em posição de liderança, jurídica, econômica ou operacional. A presença feminina nas relações comerciais promove crescimento e desenvolvimento no mercado de trabalho, nas empresas e nas organizações”.
Fonte: Marcia Travessoni