Em artigo para O Otimista, Ricardo Cavalcante fala sobre transição energética e afirma que
Confira a íntegra do artigo do Presidente da FIEC e da Associação Nordeste Forte, Ricardo Cavalcante, para o jornal O Otimista, publicado no último dia 22/04:
O futuro do Nordeste é verde, diz Ricardo Cavalcante, presidente da Fiec
O processo de transição energética em curso abre uma janela de oportunidades sem precedentes para o Nordeste. A corrida global pela descarbonização do planeta encontra em nossa região o ambiente adequado à geração de energia limpa.
Os ventos sopram a nosso favor com grande regularidade e elevada produtividade o ano inteiro. Temos um dos maiores índices de radiação solar do mundo. E os dois, vento e sol, se complementam nos diferentes momentos do dia. Somos, portanto, um território propício à geração de energia eólica e fotovoltaica a custos relativamente baixos, fator essencial para uma produção mais competitiva do hidrogênio verde, hoje considerado o combustível do futuro.
Outro diferencial está na extensa rede de linhas de transmissão e na infraestrutura portuária que construímos ao longo das últimas décadas, fatores que alargam ainda mais os nossos horizontes de oportunidades. Fruto dessa atitude proativa, entre os anos de 2019 e 2022, passamos da condição de importadores para exportadores de energia para o resto do país. Mas isto é só o começo, pois diante de tudo o que estamos fazendo, da seriedade com que encaramos os desafios, da forma colaborativa como trabalhamos, a grande revolução ainda está por vir.
Ouso dizer que nos próximos anos o Nordeste vivenciará um momento de inflexão positiva, que promete transformar definitivamente o modo de ser e de viver da nossa população, em especial das pessoas mais simples, que habitam pequenas cidades do interior, onde a pobreza impera, o sol arde mais forte, e a cada dia uma nova usina de energia eólica ou solar haverá de nascer.
Ao longo da cadeia produtiva das energias renováveis, novos empregos serão criados, novos produtos e serviços serão demandados, novos conhecimentos e aprendizados gerados. Todos esses vetores haverão de agregar ainda mais valor às economias locais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das populações e promovendo cidadania de forma ampla e sustentável onde ela mais se faz necessária.
Nesse novo paradigma todos sairão ganhando. Os governos irão arrecadar mais e oferecer melhores serviços para a população; as instituições de ensino e pesquisa formar melhores profissionais e desenvolver mais ciência aplicada com foco na inovação; os setores produtivos ampliarão conquistarão novos mercados e gerarão melhores empregos com salários mais dignos.
O Nordeste nunca teve uma oportunidade tão grande de transformar definitivamente a sua realidade. Portanto, conscientes das nossas competências, e diante das potencialidades que latejam sobre o nosso território, conclamamos todos os nordestinos a nos unirmos em um círculo virtuoso, para aproveitarmos essa oportunidade histórica.
Vamos fazer valer a inteligência e a força de trabalho do nosso povo!