Ricardo Cavalcante participa de palestra para fortalecimento do setor de lacticínios durante seminário na FIEC
O Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, (FIEC), Ricardo Cavalcante, participou hoje (11/04) de um seminário, na Casa da Indústria, voltado para o crescimento do setor lacticínio do Ceará. O evento foi promovido pelo Sindicato da Indústria de Lacticínios e Produtos Derivados no Estado do Ceará (Sindlacticínios), e contou com a presença do Presidente do Sindicato, José Antunes Mota.
No encontro, Ricardo Cavalcante incentivou o grupo de empresários a melhorar ainda mais a qualidade da produção do leite no Ceará. “O gado cearense é, hoje, uma referência nacional, mas mesmo assim podemos estimular esse setor, agregando mais valor aos seus produtos, mais qualidade e nos tornando referência”, disse.
O Presidente da FIEC também reforçou os objetivos da Federação das Indústrias do Estado do Ceará de fomentar todos os segmentos e, nesse contexto, disponibilizou o Observatório da Indústria como dispositivo de pesquisa para futuros investimentos. “É muito importante que vocês conheçam e coletem todas as informações possíveis do segmento de laticínios. Com elas, nós podemos aumentar a qualidade dos nossos produtos”, complementou.
O seminário trouxe melhores condições dos empresários conhecerem as condições do segmento de forma mais apropriada, segundo Presidente do Sindlacticínios, José Antunes Mota. “Esse é um evento espetacular! O que reforça a nossa condição de sermos um celeiro no Nordeste em produção de lacticínios. Enfim, contar com o Márcio Mansur Furtado que é uma autoridade no mundo nesse assunto é, acima de tudo, uma honra. Com esse encontro, temos todas as condições para inovarmos ainda mais na produção e industrialização dos nossos produtos”, disse.
Mansur é um especialista em queijo com reconhecimento internacional. Professor do Instituto Cândido Tostanes, uma referência nacional e estudioso do assunto, já escreveu treze livros. No encontro, abordou, em um primeiro momento, um recorrente problema: os defeitos no queijo. O gosto amargo, as manchas e o crescimento dos fungos foram atribuídos, por ele, às más condições de produção e de transporte do alimento. “Precisamos investir em um eficiente sistema de manejo, com alimentação do gado mais apropriada, melhoria genética e ideais condições de saúde dos animais. Esses fatores somados, inevitavelmente, nos levam a um upgrade no volume de vendas”, contou.
Ao mencionar os números, Mansur apontou o Brasil como o sétimo maior produtor de leite do mundo, mas com potencial de crescer ainda mais. “São, em média, 40 bilhões de litros por ano. O suficiente para a produção de um milhão e quinhentas mil toneladas de queijo também por ano. Sabe o que esses números significam? A média de consumo de cada brasileiro é de 7kg por ano. Os dados nos mostram que estamos bem atrás de países como Argentina e Canada, por exemplo”, disse.
Em uma outra palestra, Márcio Mansur Furtado explanou todas as propriedades e características de uma boa mussarela. “É de longe, o principal queijo no Brasil e no mundo”, pontuou. Para os paladares mais refinados, aí vai uma interessante dica do especialista: “A mussarela ideal é a consumida entre 15 a 20 dias depois de produzida”, contou. A única ressalva é que o queijo só precisa, nesse tempo, ficar embalado à vácuo, em uma temperatura de 5 graus. “Nessas condições, ela pode ficar guardada por até quatro meses”, contou.
O evento também contou com a palestra do Coordenador Comercial da Fermentech, Carlos Alberto Costa, que enfatizou os cuidados que os empresários devem tomar no processo de produção do leite. “É uma questão que impacta diretamente na viabilidade financeira das empresas. Afinal, quanto melhor a qualidade, maior será a rentabilidade do lacticínio", finalizou.
As informações trazidas no seminário devem propiciar o fomento da Rede Lácteos, que reúne oito indústrias do setor para compartilhar os mesmos interesses como, por exemplo, a compra de insumos feita de forma coletiva para reduzir o preço das mercadorias e do frete. “Essa reunião é salutar, vez que nos proporciona um contato mais próximo com outros empresários e, assim, temos melhores condições de melhorarmos os nossos números”, disse a Presidente da entidade, Marta Rochele.