Joaquim Rolim e Jurandir Picanço defendem o Hidrogênio Verde na COP-27, no Egito
O coordenador de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, (FIEC), Joaquim Rolim, apresentou as bases da Indústria do Hidrogênio Verde, que está sendo montada no Ceará, na 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27, que está sendo realizada, em Sharm El Sheikh, no Egito.
No painel sobre transição energética, Joaquim Rolim, foi enfático ao garantir que o Ceará, o Nordeste e o Brasil estão prontos para contribuir para a descarbonização do planeta, numa referência ao potencial da região para a produção do combustível apontado por vários especialistas do mundo, como o do futuro.
De forma didática, o Coordenador de Energias da FIEC, deixou claro que o Hidrogênio Verde é produzido a partir das fontes de energias renováveis, em especial a eólica e a solar, e mensurou o potencial encontrado no nosso Estado. “O Brasil tem um potencial espetacular de energias renováveis. Até 2050, temos um excedente de 17 vezes o que precisaremos. Só de energia solar temos 28 mil gigawatts e somando todas as fontes de energia que temos no país, (elétrica, hidroelétrica, termoelétrica, eólica), chegamos a 185 gigawatts. São 160 vezes só de energia solar, sem falar na eólica onshore, em terra, com 880 gigawatts e 1300 gigawatts no mar. Estudos apontam que a produtividade é na ordem de 60%, enquanto que a média na Europa é de 40%”, contou.
Nessa mesma análise, o executivo apresentou os números do Ceará: “o potencial de produção de energia solar de 643 GW, além de energia eólica com 64 GW on shore, 117 GW, off shore, e 137 GW de geração híbrida: eólica e solar no mesmo local”, disse.
Joaquim Rolim mencionou atribuiu a localização geográfica do Ceará como ponto positivo, já que o Estado está próximo dos principais mercados consumidores a nível mundial.
Ao apresentar os slides, o coordenador da FIEC destacou as medidas que estão sendo tomadas para o desenvolvimento da indústria do Hidrogênio Verde. “Temos um complexo industrial e portuário do Pecém que tem parceria Roterdã e ações de incentivos fiscais pelo Governo do Estado do Ceará. Contamos, ainda, com a Federação das Indústrias da qual o nosso Presidente, Ricardo Cavalcante, é também Presidente da Associação Nordeste Forte, que congrega as Federações das Indústrias do Nordeste”, explicou.
Nesse sentido, anunciou que as negociações com a Fortescue, empresa australiana de grande porte, estão adiantadas e projetou uma meta: a exportação de 1 milhão e 300 mil toneladas de Hidrogênio Verde, no Ceará, até 2030.
No final, o executivo trouxe o resultado de três importantes estudos. Eles apontaram que deve receber mais de 2 GW em termos de conexão para produção do hidrogênio, além de já ser possível a implantação energia eólica no mar e que o custo da energia solar deve chegar em 2025 a cerca de 25 dólares o MW/hora que é o preço que tornará o Hidrogênio Verde competitivo com o Hidrogênio Azul.
O Consultor de Energia da FIEC, Jurandir Picanço também representou o Ceará na COP-27, no Egito. Ao reforçar os pontos elencados, disse que o cenário de boas expectativas já começou a produzir efeitos com a redução do custo de energias renováveis como a eólica e a solar fotovoltaica para a produção de Hidrogênio Verde.
Jurandir também foi otimista em relação ao futuro, considerado promissor. “O potencial do Brasil para a produção de Hidrogênio Verde já foi reconhecido por vários estudos internacionais. Um deles, o da Bloomberg, aponta que o país, em 2030, pode ser o produtor com o menor custo. Para 2050, a expectativa é que o Hidrogênio Verde produzido no Brasil seja o mais competitivo”, disse.
Como consequência, relatou o interesse da iniciativa privada. “As empresas de grande porte vieram analisar e achavam que realmente era interessante. Já são 22 empresas internacionais e nacionais, que estão estudando essa oportunidade de produzir o Hidrogênio Verde”, destacou.
Jurandir Picanço concluiu que o Brasil tem uma oportunidade excepcional diante deste cenário.