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Palestras no auditório José Flávio pautam infraestrutura mundial do hidrogênio verde e o papel do SENAI Ceará na formação de novos profissionais para a transição energética

03/08/2022 - 20h08

No auditório José Flávio Costa Lima, a tarde de palestras do primeiro dia do FIEC Summit 2022 - Hidrogênio Verde iniciou com duas palestras cujos focos tratavam da experiência no desenvolvimento do hidrogênio em outros locais do mundo, apresentando contextos e metas para os próximos anos. A Consultora de Hidrogênio, Energia e Infraestrutura do Departamento de Comércio Internacional (DIT) do Reino Unido, Caroline Burleigh, ministrou a palestra “O desenvolvimento do Hidrogênio de Baixo Carbono no Reino Unido”.

De acordo com Caroline, o Reino Unido deve investir em hidrogênio de baixo carbono, como o azul e o verde, com a ambição de alcançar uma produção de 10 GW até 2030 e de 20 GW até 2037. Ela afirmou que o grupo de países formado por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte é um dos maiores players internacionais, aparecendo como um dos 10 maiores produtores de hidrogênio nesses moldes.

A Consultora do Reino Unido também ressaltou que os países estão comprometidos em finalizar o modelo de negócios do hidrogênio para a região ainda neste ano, com possibilidade de desenhar um modelo de negócio específico para o transporte e a infraestrutura do estoque até 2025. Caroline ainda mostrou como o DIT dividiu o território inglês em áreas de acordo com suas capacidades de produção, de instalação de eletrolisadores e de outras áreas para estoque e distribuição.

A infraestrutura panamenha

Em seguida, foi a vez da Subsecretaria de Energia da Secretaria Nacional de Energia de Panamá, Rosilena Lindo Riggs, palestrar sobre o tema “HUB Transformacional de Hidrogênio Verde do Panamá”. Segundo ela, “a posição do Panamá como uma rota global do hidrogênio verde por excelência ocorre através da construção de uma variedade de instrumentos legais, regulatórios e de promoção de investimentos no estoque, na infraestrutura e na produção do hidrogênio verde e seus derivados”. 

Rosilena pontuou ainda alguns dos objetivos do governo panamenho no que diz respeito ao desenvolvimento do hidrogênio verde. Entre eles, estão: iniciar o desenvolvimento da regulação e legislação para promoção do investimento e implementação das atividades associadas; definir a coordenação de instâncias para sua implantação; e avaliar a necessidade da infraestrutura da cadeia de suprimentos.

A Subsecretária ainda informou que há uma previsão de crescimento exponencial de uso do Canal do Panamá a partir da produção de hidrogênio de baixo carbono em escala global. Segundo ela, cerca de 81 a 84 milhões de toneladas passarão pelo Canal até 2030; subindo para algo superior a 190 milhões de toneladas até 2050.

A importância da estratégia ESG

Finalizando a primeira rodada de apresentações, a Coordenadora do Núcleo ESG-FIEC, Alciléia Sena, realizou a palestra “ESG - Estratégias para uma transição energética”, explicando não só a origem do termo, mas também contextualizando a sua aplicabilidade e importância para o desenvolvimento econômico.

“ESG é o modo que o mercado avalia e seleciona uma empresa pela sua conduta responsável com o meio ambiente, seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico e sua postura na condução dos negócios sob o ponto de vista de mitigar riscos e obter oportunidades”, afirmou.

Segundo Alcileia, quando se fala em ESG - termo nascido em 2004 em uma Conferência do Clima da ONU - fala-se especificamente direcionado ao mercado econômico a fim de tratar de riscos e mitigar possíveis prejuízos, uma vez que são considerados os pilares ambiental, socioeconômico e de governança. “É preciso considerar riscos e oportunidades nesse sentido para que a economia não sinta efeitos negativos e a sociedade não sofra com grandes consequências”, concluiu.

O mercado da energia eólica

Iniciando o segundo ciclo de palestras no auditório José Flávio, a Presidente Executiva da Associação Brasileira de Energia Elétrica (ABEEólica), Elbia Gannoum, relatou qual a participação da energia eólica na produção do hidrogênio verde. Conforme ela, o Brasil tem se colocado como um importante ator do processo de transição energética tendo em vista os recursos renováveis.

De acordo com Elbia, os investimentos em energia eólica iniciaram em 2004/2005, com maior fortalecimento entre 2011/2012 e, atualmente, a ABEEólica "tem recebido com muita frequência investidores de outros setores que estão fazendo a transição energética e investindo fortemente em energias renováveis", disse.

Os dados da ABEEólica apontam que o aumento nos investimentos em energia eólica estão crescendo em uma velocidade muito alta. Em 2020, conforme a Presidente Executiva, o mundo bateu recorde ao atingir 95,3 GW de capacidade instalada. Nesse contexto, o Brasil é o sexto país do mundo, o que acaba atraindo novos investimentos. Ela lembrou ainda da estruturação da base de eólica offshore, que está em processo de regulamentação pelo Governo Federal. 

O papel do SENAI Ceará

Em seguida, o Diretor Regional do SENAI Ceará e Superintendente Regional do SESI Ceará, Paulo André Holanda, facilitou a palestra “SENAI Ceará na transição energética”, apresentando as atividades que a instituição desenvolve para facilitar a promoção das energias renováveis.

Conforme Paulo André Holanda, um dos objetivos do SENAI neste sentido é promover  a capacitação profissional que vai ser demandada pela indústria com o desenvolvimento do hidrogênio verde. Os projetos irão andar com bastante assertividade se trabalharmos juntos e com irmandade: o setor produtivo, a Academia e o Governo do Estado, assim conseguiremos que o SENAI possa promover uma excelente qualificação profissional”.

Paulo André Holanda citou uma série de cursos que já estão sendo desenvolvidos e realizados pelo SENAI Ceará a fim de atender à demanda da transição energética para uso de energias renováveis, como os cursos técnicos de eletrotécnica, eletroeletrônica, automotiva e sistemas de energias renováveis.

A previsão, segundo o Diretor Regional da instituição, é que sejam necessários para o Ceará profissionais com formação em segurança no trabalho para parques eólicos, manutenção de aerogeradores e inspeção, além de especialistas em reparo de pás (com previsão de lançamento em janeiro de 2023). Em nível nacional, será preciso a formação de instaladores de sistemas de eletrólise de usinas de produção de hidrogênio verde, operadores de logística de transporte de gases, entre outros.

Paulo André ainda pontuou a instalação do Centro de Excelência para Transição Energética, cujo investimento para construção na Barra do Ceará é de R$ 10 milhões. De todos as unidades SENAI nos estados, apenas 17 receberão a estrutura. 

A Academia em confluência

Para finalizar o dia de atividades no auditório José Flávio, o FIEC Summit promoveu uma mesa redonda com professores de instituições de ensino com a intenção de dialogar suas realidades com a da promoção do hidrogênio verde no Ceará e no Brasil. Mediado pelo professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Lutero Carmo de Lima, o momento debateu propostas e possibilidades de parcerias entre empresas e universidades.

Fábio Coral Fonseca, Gerente do centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), da Universidade de São Paulo (USP), disse que, para o desenvolvimento de uma matriz energética como a do hidrogênio verde, é necessário a confluência de todos os atores, integrando laboratórios para fortalecer a transição para a indústria. “O que a gente vive hoje no presente é o futuro pensado lá atrás. Já o futuro desse presente de hoje já começou na Academia e, para isso, é preciso financiamento contínuo e de longo prazo”, explicou.

O professor da Universidade Federal do Ceará Fernando Antunes fortaleceu o envolvimento em discussões multidisciplinares que levem soluções para a sociedade. “Há um grande desafio para atender o hidrogênio, e ele também será resolvido na Academia; é de lá que são esperadas algumas das soluções”, afirmou. Já o professor Ênnio Peres da Silva, da Universidade de Campinas (Unicamp), considerou a chegada do hidrogênio verde ao Ceará como “fantástica”.

“O que está acontecendo no Ceará é um fenômeno fantástico, é uma ponta de lança de um assunto que estudamos há décadas. Temos que formar mais pessoas, que vão dar sequência ao que a indústria demanda e desenvolver novos processos e produtos”, avaliou o pesquisador.

FIEC Summit 2022

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