SENAI Ceará apresenta novas perspectivas para venezuelana refugiada em Fortaleza
Quando a venezuelana Roxane Escalona Arcaya terminou o curso de jornalismo, no final dos anos 90, em Maracaibo, no extremo oeste do país, a 700 quilômetros da capital Caracas, a jovem universitária sonhava em escrever reportagens envolventes, que refletissem o sentimento de justiça social nos leitores. Era um tempo em que jamais imaginaria que a própria história pudesse despertar um roteiro de filme com indícios de um final arrebatador.
Depois do drama de praticamente ser expulsa de casa e do convívio dos pais e amigos, Roxane recomeçou a vida, em 2015, em Manaus. Na companhia do marido, filho e dois parentes, a venezuelana abriu uma pequena lanchonete na capital amazonense e, logo, percebeu que o negócio não iria para frente.
Sem perder tempo, apostou nas possibilidades de Fortaleza, mais um ponto de partida profissional no Brasil. “Recebi muitas informações das praias, barracas e de toda a economia gerada pelo segmento”, conta. Hoje a família de cinco pessoas mora em uma casa alugada, no bairro Vicente Pinzón e, embora ainda enfrente dificuldades, um sinal de luz foi aceso – esperança trazida pelo SENAI Ceará.
A mudança começou quando informações relativas a um curso profissionalizante de manutenção de máquinas de costura chegaram ao celular dela, em forma de mensagem, enviada por meio de um aplicativo das redes sociais. “Em um primeiro momento, avaliei como apenas mais uma mensagem, só depois constatei o quanto aquele curso poderia agregar na minha vida”, lembra.
O curso oferecido de forma gratuita no SENAI Parangaba abriu os horizontes profissionais de Roxane. Com as técnicas aprendidas, Roxane sonha agora em montar uma pequena empresa no ramo de confecção de artigos de couro. “Montar essa loja vai representar um novo momento na minha vida”, diz Roxane com tom de otimismo.
Trabalhando na área há sete anos, é assim que ela tem ajudado a manter a família na capital cearense. Hoje, conta uma barraca no calçadão da Praia de Iracema e também vende os produtos nos terminais de ônibus de Fortaleza – dentro de um projeto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Fortaleza, a SDE.
Histórias como essa demonstram a garra de trabalhadores que, quando encontram uma oportunidade, não abrem mão dela. E assim, o SENAI reforça sua missão de promover a aprendizagem industrial, a base para a entrada no mercado de emprego formal ou, para no caso da Roxane, empreender.
Só o tempo vai apontar qual vai ser a trajetória de Roxane – que sonha em voltar a abraçar seus pais, na distante Maracaibo, o certo é que a capacitação adquirida e a disposição para o trabalho já fazem dela uma vencedora.