I Encontro de Transição Energética de Fortaleza discute descarbonização do transporte
Cidades em todo o mundo estão empenhadas em acelerar a transição de suas matrizes energéticas convencionais, incluindo a expansão do acesso à eletricidade limpa e acessível para todos. A realidade atual mostra que o setor de energia é o que, em média, mais gera emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) nos grandes centros urbanos, por isso a transição da matriz energética é a medida mais adotada no combate às emissões nas cidades.
Nesse contexto, a Prefeitura de Fortaleza, por meio do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e Enel Distribuição Ceará, realizou hoje (14/12) o I Encontro de Transição Energética de Fortaleza para discutir a substituição da matriz energética no transporte público da capital.
Com o tema "Mobilidade Urbana: desafios e caminhos para a descarbonização do setor de transporte", o evento foi pioneiro e participativo sobre a transição da matriz energética convencional dos transportes públicos da Capital para uma matriz energética limpa, inclusiva e sustentável.
O Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, abriu o evento ressaltando a relevância do tema para o Ceará, o Brasil e o mundo. "Esse assunto domina os debates atualmente pela urgência de descarbonizar o planeta. Esse é o combustível do futuro. Os entendimentos para investimento já assinados colocam o Ceará como o melhor lugar para se produzir hidrogênio", destacou.
Em relação às cidades, tema do evento, o líder da FIEC afirmou que as discussões precisam começar imediatamente para preparar a cidade para os novos tempos, inclusive o setor produtivo, para aproveitar as oportunidades que a cadeia de hidrogênio verde trará. Ricardo Cavalcante pontuou a tendência mundial de adotar o ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) como estratégia de gestão.
Em sua fala, o Vice-Prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, contextualizou as condições climáticas atuais, a previsão de aquecimento global e a necessidade de agir imediatamente para reverter o que for possível das ameaças globais de catástrofes ambientais. O cenário do hidrogênio verde, afirmou o Vice-Prefeito, dá oportunidade para o Brasil superar a condição de desenvolvimento para ser um país de renda média e reduzir as desigualdades. Para aproveitar essas oportunidades, disse Élcio Batista, é preciso tomar as decisões certas agora.
Mobilizar empresários, apoiá-los na condução do processo de instalação das empresas e na apropriação das oportunidades têm sido ações feitas pelo poder público cearense, afirmou. "Fortaleza precisa liderar a transição energética para atrair investimentos. Não podemos perder essa janela de oportunidade", enfatizou. A Prefeitura Municipal de Fortaleza esteve representada pelos órgãos que trabalham direta ou indiretamente na temática, incluindo SCSP, Seuma, Seinf, PGM, Sefin, Sepog, Citinova, entre outras.
A Presidente da Enel Distribuição Ceará, Márcia Sandra, listou as ações da Enel no contexto da sustentabilidade e mobilidade urbana. "O Brasil tem ambiência para a produção de veículos e também da matriz energética. O potencial das renováveis é muito grande". No Brasil, a Enel X está comprometida em fornecer soluções tecnológicas inovadoras e serviços de valor agregado com o objetivo de impulsionar a mobilidade elétrica, o consumo consciente e eficiente de energia e a transição para um sistema energético global mais sustentável em benefício de clientes residenciais, empresas e cidades. O Presidente da Enel X, Francisco Scroffa, participou do evento virtualmente e falou sobre as ações que a empresa tem tocado para atingir esses objetivos.
O evento contou com especialistas como Bianca Macedo, do Projeto Zebra C40; Mônica Saraiva Panik, Consultora Internacional da FIEC, Diretora da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2) e mentora da SAE Brasil; Delfina Ponte, Head de Produtos da Enel com carreira focada em energia. O moderador deste painel foi Emerson Gurgel, Presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará (Cerf) e também membro da PGM.
O Consultor de Energia da FIEC e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará, Jurandir Picanço lembra que essa iniciativa do Iplanfor, de promover o I Encontro da Transição Energética de Fortaleza, ingressa Fortaleza no movimento global pela descarbonização. “Esse evento está em sintonia com o pioneiro plano estratégico ‘Fortaleza 2040’, que dedicou um capítulo às energias renováveis”, afirma.
Evoluir para energias limpas
Segundo Joaquim Rolim, Coordenador do Núcleo de Energia da FIEC, o setor de transporte tem um papel de grande importância nesse processo de descarbonização. “Por isso, acreditamos que esse Encontro de Transição Energética contribui para o desenvolvimento do tema no município de Fortaleza, que tem demonstrado interesse em evoluir cada vez mais em direção às energias limpas”, afirma.