Diretor-geral da Aneel, André Pepitone, vem a Fortaleza assinar norma regulamentadora do sistema de energia híbrido
O encontro será nesta sexta-feira (03/11), na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), onde o diretor da Aneel será recebido pelos presidentes da FIEC e do Sindienergia e outras autoridades do setor de energia no estado
O Ceará foi o estado escolhido para sediar o anúncio e assinatura da norma regulamentadora do sistema de energia híbrido, autorizando o funcionamento de parques de geração de energia híbridos – solares e eólicos – e de outros tipos de energia.
O Diretor-geral da Aneel, André Pepitone, vem a Fortaleza na sexta-feira (03/11), acompanhado da diretora-relatora, Elisa Bastos, onde assinará, na FIEC, o documento que irá autorizar os parques híbridos ou associados. Pepitone será recebido pelo presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante; pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico (Sindienergia-CE), Luis Carlos Queiroz; pelo deputado federal Danilo Forte (Coordenador da Frente de Energias Renováveis na Câmara Federal) e outros importantes players do setor de energia do estado e da região.
Para o presidente do Sindienergia-CE, Luis Carlos Queiroz, a regulamentação é uma medida que chega para somar ao ano positivo do setor de energias renováveis, que engloba as gerações eólica e solar. “Em 2021, foi dado um passo muito positivo para as energias renováveis e abundantes no nosso país, como a eólica e a solar, com a aprovação do Marco Regulatório do Setor de Geração Distribuída, com o PL 5829/2020. Agora, quem ganha com a assinatura do protocolo de autorização para o funcionamento de parques de geração de energia híbridos é a geração centralizada e as empresas que atuam e que almejam atuar nesse segmento de energias renováveis. Com essa autorização, elas poderão ampliar, com muito mais facilidade, suas atuações, e aquelas empresas que já contam com projetos híbridos poderão colocá-los em prática, fomentando o desenvolvimento desse setor tão importante, por meio dessas fontes abundantes, sobretudo no Ceará e na região Nordeste como um todo”, comemora Queiroz.
Ele complementa explicando que “os parques eólicos, por exemplo, que já existem, com licença ambiental e infraestrutura de rede, já montados, poderão ampliar suas produções com energia solar, com complementação de carga. Tudo isso com rapidez de implantação e baixo custo”.
De acordo com o Diretor de Geração Centralizada do Sindienergia-CE, Luis Eduardo Barbosa, a medida deve beneficiar de sobremaneira os projetos de usinas que estão por iniciar suas operações, pois muitos já previam o modelo híbrido. Ele complementa reforçando que a capacidade instalável de geração híbrida no estado (eólica + solar fotovoltaica), identificada no Atlas Eólico e Solar do Ceará é de 137 GW.
Aneel
Nacionalmente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira (30) a regulamentação para o funcionamento de usinas híbridas e associadas, em um passo importante para que empreendimentos possam aproveitar a complementaridade temporal entre as diferentes fontes de geração elétrica.
O normativo, disse a autarquia em comunicado, traz as definições e as regras para a outorga desses empreendimentos e para a contratação do uso dos sistemas de transmissão. Também define a forma de tarifação dessas usinas e da aplicação dos descontos legais nas tarifas de uso do sistema de transmissão. Permite ainda combinações de fontes de geração, sejam elas de usinas fotovoltaicas, eólicas, hidrelétricas grandes e pequenas e termelétricas, disse a Aneel.
Entre as vantagens elencadas pela Aneel estão a complementaridade das fontes de geração (uma gera quando a outra está menos disponível), a utilização da rede de transmissão de maneira mais eficiente e estável, a mitigação de riscos comerciais e a economia na compra de terreno e em outros custos.
A Aneel pontuou que, anteriormente à deliberação do normativo referente às usinas híbridas, foi empreendido o projeto piloto de outorga associada do complexo eólico Ventos de São Vicente 8 a 14 unido à usina solar fotovoltaica Sol do Piauí (68 MW), construído pela empresa Votorantim. O início dessa operação está previsto para janeiro de 2023.