Palestra do futurista Carlos Piazza encerra comemorações dos 50 anos do IEL Ceará
O Instituto Euvaldo Lodi (IEL Ceará) encerrou a programação do aniversário de 50 anos na noite de quinta-feira (30/9) com uma palestra do futurista Carlos Piazza. O evento foi prestigiado pelo vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), André Montenegro, pelo diretor de Inovação da FIEC e líder do Observatório da Indústria, Sampaio Filho, além de presidentes de sindicatos ligados à FIEC, empresários, estudantes e representantes do meio acadêmico.
Com o tema “Tecnologias e Humanidade, Sociedade 5.0, Vida 3.0 e 5ª Revolução Industrial”, a palestra promoveu um exercício de reflexão sobre o papel do ser humano na era da inteligência artificial. Para Piazza, as empresas cometem um erro ao imaginar que a transformação digital é sobre tecnologias, máquinas e sistemas. “Falar de transformação digital é falar de gente no centro. É entender de que maneira as tecnologias afetam a vida humana. A gente fica achando que as tecnologias são uma finalidade em si. Mas, não. Elas são um meio pela qual a gente consegue um estágio melhor da própria sociedade”, afirmou.
De acordo com ele, desde o aparecimento das revoluções industriais, os humanos vêm passando por um processo de mecanização, sendo colocados para executar tarefas repetitivas que hoje não fazem mais sentido. O papel dos humanos é justamente naquilo que as máquinas não operam, ou seja, análise da ambiguidade e o pensamento crítico, ensina o especialista. “Todo o restante pode-se já, há muito, ser entregue para as máquinas”, sugere.
Citando diversos pensadores, estudos e tendências, Piazza falou sobre liderança, ESG, futuro do trabalho, disrupção, ócio e felicidade, entre outros assuntos. Sobre liderança, o especialista mostrou que empresas com comando centralizado tendem a excluir a complexidade do seu radar. Gerenciar a complexidade, diz, significa abandonar completamente conceitos tradicionais de estratégia e liderança.
“Líderes agora têm que se concentrar em criar ambientes que possibilitem a emergência dos resultados desejados ao mesmo tempo que devem ter uma abertura enorme para o entendimento de outras interpretações, outras leituras. Sem isto, tenderão a ver a realidade sem clareza e com uma leitura equivocada dessas realidades”, pontua.
A visão de futuro mostrada por Piazza é que se terá muito mais trabalho que emprego, uma visão da chamada “Gig Economy”, que na pandemia foi acelerada por conta do nomadismo digital que hoje é fato, não mais uma especulação. “Talvez a pandemia de Covid-19 seja uma chance imperdível de se colocar pessoas e o planeta em primeiro lugar”, destaca.