Curso de Hidrogênio Verde do SENAI registra mais de 2.100 matrículas
O mundo passa por um movimento pela descarbonização. Mais de 30 países já têm estratégias concretas para lidar com essa questão. Países responsáveis por 80% do PIB mundial estão comprometidos com as metas de zero emissão até 2050. Desde fevereiro deste ano, 131 projetos de grande escala em hidrogênio verde foram anunciados, de um total de 359. Cerca de U$500 bilhões serão investidos até 2030 no setor. Nesse contexto, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Ceará) iniciou as aulas do curso pioneiro, Introdução ao Hidrogênio Verde, de 40 horas, totalmente EAD e gratuito.
Os dados acima foram passados pela consultora internacional da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e curadora do curso, Monica Saraiva Panik, durante webinar realizado ontem (27/9), que marcou o início das aulas do curso. A transmissão do webinar aconteceu pelo canal do YouTube do SENAI Ceará.
O Diretor Regional do SENAI Ceará, Paulo André Holanda, abriu o evento ressaltando a alegria e a satisfação de todos que fazem o SENAI e a FIEC em ofertar esse curso. "Agradeço ao Presidente Ricardo Cavalcante, o grande comandante de tudo isso que está acontecendo e também a toda sua diretoria. Agradecemos também a Monica Panik; ao Núcleo de Energia da FIEC; ao Sindienergia, na pessoa do presidente Luis Carlos Queiroz; às empresas que acreditaram e estão apostando no curso; aos Professores de alto nível; aos Gerentes do SENAI, Sônia Parente e Tarcísio Bastos, e à Especialista Técnica em Energias Renováveis, Isabela Taveira. Em nome deles, agradeço e parabenizo a todos do SENAI por esse sucesso de curso", disse.
Diante da importância e do potencial do setor, o SENAI Ceará tem se dedicado e está investindo nessa área. Em projeto conduzido pela GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit - Agência Alemã de Cooperação Internacional), o SENAI Barra do Ceará está sendo reconhecido internacionalmente e foi convidado a fazer parte de um seleto grupo, com outros SENAIs do Brasil e Institutos Federais, para a formação de centros de excelência em energias renováveis e prevê o desenvolvimento de cursos sobre Hidrogênio Verde. O projeto tem participação ainda da Universidade de Colônia e da empresa FKA. A informação foi dada pelo Diretor Paulo André Holanda.
O consultor de energia da FIEC, Jurandir Picanço, mediou o webinar. Ele exaltou a ação da FIEC de reconhecer essa oportunidade do hidrogênio verde. "A FIEC reconheceu essa oportunidade e articulou com o Estado para se preparar para acolher empreendedores interessados nessa nova fronteira tecnológica", reconheceu.
Devido ao grande número de matrículas, o SENAI abriu uma segunda turma do curso. Quem se inscreveu até domingo (26/9), iniciou as aulas ontem (27/9), mas as inscrições continuam abertas para novas turmas. A próxima deve começar no dia 18/10. Até o começo do webinar, 1.725 alunos estavam matriculados, de acordo com a Especialista Técnica do SENAI, Isabela Taveira, que explicou o objetivo do curso, conteúdos e metodologia.
Demanda por hidrogênio verde
A demanda por hidrogênio tende a aumentar, conforme avaliou Monica Panik. Até 2018, a demanda era de 15 milhões de toneladas. Para 2050, a expectativa mais pessimista é de 300 milhões de toneladas e a mais otimista, de 800 milhões. "A demanda crescente se deve a novas aplicações e metas crescentes de descarbonização dos países. E também descarbonizar setores de difícil descarbonização, como o de aço, cimento, fertilizantes, mistura com gás natural, mineração e transporte em veículos de grande porte. Todos os países da América Latina e Caribe têm grande potencial de produção e exportação para países que não têm tanto potencial", analisou Monica Panik.
A capacidade de produção de hidrogênio de baixo carbono deverá ultrapassar 10 milhões de toneladas por ano, em 2030, e cerca de 70% dessa produção virá de fontes de energias renováveis, de acordo com Monica Panik, que também é diretora da Associação Brasileira de Hidrogênio e trabalha na Alemanha desde a década de 90, na área de estratégia e desenvolvimento de novos negócios e gerenciamento de projetos nas áreas de hidrogênio e célula a combustível em empresas líderes mundiais destas tecnologias.
Em fevereiro de 2021, o Governo do Estado do Ceará lançou o Hub do Hidrogênio Verde, em parceria com a FIEC. Desde então, outros hubs foram iniciados pelo Brasil, no Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Na análise de Monica Panik, o hidrogênio do Brasil pode ser o mais barato do mundo pelas vantagens competitivas do país. "O hidrogênio verde vem coroar o Ceará por todo o desenvolvimento das energias renováveis", finalizou Monica Panik.
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