Ricardo Cavalcante defende modelo educacional profissionalizante e tecnológico em artigo no jornal O Povo

O jornal O Povo publicou nesta quinta-feira (8/7) artigo assinado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante. Confira o texto na íntegra:  

Por uma educação profissional e tecnológica 

A inserção e afirmação da nossa indústria no competitivo e globalizado mercado que se desenha para um futuro breve, e cujos reflexos já se fazem sentir no cotidiano dos negócios e da sociedade como um todo, exige investimento maciço e contínuo na formação e qualificação de mão de obra.

As inúmeras mudanças que têm impactado de forma disruptiva no comportamento do consumidor e nas relações comerciais mundo afora, se por um lado abrem novos e promissores horizontes para todos, por outro, ampliam em cada um de nós a necessidade de se ter conhecimento contextualizado e em sintonia com a evolução tecnológica e digitalização dos processos.

Porém, estudos recentes apontam para um verdadeiro "apagão de mão de obra" no Brasil. Segundo a CNI, cerca de 50% das nossas indústrias já enfrentam dificuldades na hora de contratar trabalhadores qualificados.

As razões são diversas. De acordo com pesquisa da OCDE, enquanto na média dos países, 30% das matrículas realizadas no ensino fundamental e cursos sequenciais de formação específica estão voltadas para a educação profissional e tecnológica, no Brasil esse número chega a apenas 8%.

Outro fator preocupante é o exposto pelo IBGE no último trimestre de 2020, que mostra um quadro onde 25,5% dos jovens entre 15 e 19 anos não estudam nem trabalham.

Reverter esse quadro requer atitudes inteligentes, consistentes e urgentes. No Sistema FIEC estamos atentos a essa questão.

As nossas unidades do SESI, Senai e IEL vêm adotando tecnologias inovadoras, que colocam o aluno como protagonista do seu aprendizado e oferecem programas e cursos coerentes com as tendências do mercado e as reais demandas da indústria.

Temos consciência de que a educação de ontem já não atende às necessidades atuais e futuras.

Precisamos de um novo modelo que, para além do desenvolvimento intelectual e moral essenciais à vida em sociedade, contemple de forma incisiva os aprendizados profissional e tecnológico imprescindíveis ao exercício pleno da cidadania no amanhã que já se inicia.

Ricardo Cavalcante,

Presidente da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC).