Pesquisa sobre potencial de inovação do Ceará com base em patentes é apresentada durante reunião do Cointec

A pesquisadora do Instituto Desenvolvimento Estratégia e Conhecimento (Idesco), Aparecida Tavares, apresentou hoje (3/5), em reunião do Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (Cointec), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), os resultados da pesquisa sobre o potencial de inovação do Ceará com base em patentes. Como base da pesquisa, foram analisados os pedidos de patente depositados no Ceará entre 2013 e 2017, publicação de artigos científicos pelos programas de pós graduação do Ceará entre 2013 e 2016 e entrevistas com técnicos do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Entre 2013 e 2017, foram depositados 696 pedidos de patentes no Ceará. O tempo médio para concessão de patente do Brasil é de 7,7 anos, de acordo com a pesquisa. Nos Estados Unidos, Japão e União Europeia, esse período é de 2,6 anos. Atualmente, 53% dos pedidos são feitos por ICTs, 33% por pessoas físicas e 14% por pessoas jurídicas. Em 2013, 55% dos pedidos vinham de pessoas físicas, 24% de pessoas jurídicas e apenas 21% de ICTs. De acordo com Aparecida, essa mudança aconteceu por influência da lei de inovação e da atuação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs).

Em relação ao campos tecnológicos que solicitam patentes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o principal foco está nos setores de produtos alimentícios e bebidas, produtos têxteis, vestuário e acessórios, artefatos de couro e calçados, produtos químicos, metalurgia, máquinas, aparelhos e materiais elétricos. "As tecnologias produzidas acompanham o foco da indústria da região, mas há tecnologias com patentes em áreas que podem trazer uma nova direção ao potencial inovativo do estado, como os produtos farmacêuticos, tecnologia médica, tecnologia de informática e biotecnologia", de acordo com a pesquisa.

Missão a Macau
Durante a reunião, o presidente do Centro Industrial do Ceará (CIC) e presidente do Sindialimentos, André Siqueira, fez um resumo das visitas e reuniões realizadas durante missão à Grande Baía, na China, que compreende Guangdong, Hong Kong e Macau. Na ocasião, ele visitou centros de inovação em Foshan, Guangzhou, Shenzhen e Hong Kong, e participou do Fórum de Networking 2019, apresentando produtos de empresas cearenses, como cajuína, molhos especiais, polpa de fruta, goma de tapioca, aromatizantes de ambiente, produtos de beleza e higiene pessoal.

O fórum teve o objetivo de criar uma plataforma onde os empresários interessados em procurar oportunidades e desenvolvimento na região da Grande Baía da China Continental possam conhecer melhor o desenvolvimento de uma das maiores e mais recentes áreas econômicas da China continental. O evento é tido como uma grande oportunidade para os empresários brasileiros conhecerem o rápido desenvolvimento da Grande Baía e aprofundarem as relações com os empresários chineses.

A Região da Grande Baía de Guangdong- Hong Kong- Macau compreende as duas Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e Macau, e os nove municípios de Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing, na província de Guangdong. Sua área territorial é de aproximadamente 56.000 km2 e a população é superior a 69 milhões. Ela ocupa apenas 0,6% da terra e representa 5% da população total da China, mas representa 12% do PIB do país, superando a eficiência econômica dos outros dois grandes aglomerados urbanos da China - Jing Jin Ji e Delta do Rio Yangtze. À medida que as 11 cidades se integram, a Greater Bay Area se colocará no mesmo nível das três maiores áreas de baía do mundo - Tóquio, Nova York e São Francisco.

O desenvolvimento da Grande Área da Baía reflete plenamente a grande atenção e preocupação do Governo Central da China, que cria condições para o desenvolvimento da província de Guangdong, Hong Kong e Macau. Agora que começou oficialmente, a iniciativa de desenvolver a área da Grande Baía numa área metropolitana tornou-se um dos principais impulsos dos esforços de cooperação regional de Macau. Para além do esforço do Governo da RAEM na promoção da iniciativa, a sociedade deve também desempenhar um papel ativo e ajudar Macau a aproveitar as oportunidades trazidas pelo desenvolvimento nacional.

Sobre o Cointec
Conselho Temático de Inovação e Tecnologia (Cointec), presidido pelo empresário Sampaio Filho, tem por finalidade contribuir, por meio de execução e articulação de ações e estratégias, com o desenvolvimento do processo de inovação e do fomento à competitividade do setor produtivo. O Cointec acompanha a aplicação das políticas que dizem respeito ao desenvolvimento industrial e tecnológico, promove debate com especialistas e autoridades na área de política industrial e de inovação e avalia as políticas públicas para o setor.