Campanha da FIEC e sindicatos filiados alerta sobre efeitos da pirataria
Criar uma marca ou patente exige criatividade, estrutura e bons profissionais para o negócio dar certo e ganhar mercado. Mas marcas mundialmente conhecidas, nacionais e regionais são alvo dos falsificadores, gerando sérios prejuízos ao setor produtivo. Nesse sentido, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) iniciou uma campanha de combate à pirataria com diversas ações previstas. No caso específico do setor de confecções, um dos grandes atingidos pelo problema, ações já vem acontecendo desde 2013 por meio da Associação de Proteção de Marcas e Patentes (APMP), mantidas pelas marcas Maresia, Pena, Bransk, Smolder, Bad Boy e Grenish.
Um estudo feito pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria (FNCP) registrou em 2017 perda de R$100,2 bilhões por conta da pirataria, sendo o setor de vestuário o mais prejudicado com R$ 35,6 bi, seguido por cigarros (R$ 12,3 bi), óculos (R$ 7,7 bi) e TV por assinatura (R$ 4,8 bi). Em uma ação feita na cidade de Manaus, por exemplo, foram aprendidas mais de 200 mil peças, em um shopping de atacado.
Como parte dessa iniciativa, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou projeto que visa a criação de uma delegacia especializada, mas que ainda aguarda posicionamento do Governo do Estado. Além disso, tramita na Câmara dos Deputados, projeto do deputado André Figueiredo (PDT/CE), que altera o código penal no tratamento do tema. "Não é só desenvolver ações, mas identificar os pontos de falsificação e toda a sua estrutura logística, equipamentos e transporte da mercadoria, enfraquecendo os poderes das ações”, ressalta o parlamentar.
Para Presidente do Sindroupas, Lélio Matias, a ideia é unir o setor empresarial no enfrentamento desse problema. "A nossa palavra é de confiança, é acreditar no nosso setor que juntos podemos fazer muito mais", afirma. "A falsificação causa danos à economia, pois o estado não arrecada, além de usar mão de obra escrava e barata, o que torna uma competição injusta com as empresas que produzem na legalidade", diz Lélio.