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Agropacto discute na FIEC a evolução da cadeia do algodão e perspectivas no semiárido

28/11/2017 - 14h11

“A Evolução da cadeia do algodão no Brasil e perspectivas para o semiárido”  foi o tema abordado pelo presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão-Abrapa, Arlindo de Azevedo Moura, durante a reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense-Agropacto, realizado hoje (28/11), na FIEC. O algodão é um setor forte do agronegócio brasileiro com uma movimentação financeira da ordem de US 40 bilhões, e representa US$ 18 bilhões do PIB, mais ou menos 6% disse o presidente da ABRAPA. O encontro foi aberto pelo presidente da FAEC e coordenador do Agropacto, Flávio Saboya ao ressaltar que “hoje é uma data histórica pela importância do tema que volta ao debate que é a produção de algodão no semiárido.”. 

Em sua exposição o presidente da Abrapa – Arlindo de Azevedo Moura, fez uma retrospectiva da cultura do algodão no Mundo e no Brasil. Segundo ele, o  algodão perdeu mercado  ao longo dos últimos anos , devido à produção de tecido sintético principalmente pela indústria  chinesa, mas nos últimos quatro anos, alguns países como Estados Unidos e Austrália, passaram a investir mais em marketing para  que  o algodão voltasse a ser utilizado na indústria e a realidade mudou. A produção de algodão no Brasil cresceu na década de 90 chegando a 3 milhões de hectares. Entre 1993 e 2000 com a chegada do bicudo, o Brasil tornou-se um dos 10 maiores países importadores do mundo e o segundo em 1996. Atualmente, o Brasil é o quarto maior exportador de algodão, o quinto maior produtor, e tem um potencial de 2  milhões de toneladas e deverá alcançar  nos próximos cinco anos, 2 milhões de área plantada no Brasil. Esse ano, deverá  colher 1.632 kg por hectare, 60% maior do que a produção dos Estados Unidos. O consumo interno é de 900 mil toneladas/ano.

O Brasil hoje é reconhecido como o segundo lugar na qualidade do algodão, e “nós temos que manter isso, ao desenvolver um projeto aqui no Ceará”, disse ele. Apesar do crescimento de 23% na produção de algodão nos últimos três anos, existem alguns entraves, mas as tendências são: pelo uso de sementes geneticamente modificadas, implementação de um sistema eficiente de monitoramento de praga e gestão integrada da doença, uso do controle biológico de pragas, a mecanização da agricultura e boas práticas agrícolas. De acordo com a área plantada o centro-oeste  é o que tem uma produção. O Brasil exporta para Indonésia, Coréia, Turquia, Vietnã, entre outros países. Importamos algodão dos Estados Unidos, Argentina e Egito.

Segundo o presidente da Abrapa, é  possível o Ceará voltar a ser o maior produtor de algodão, mas mantendo alguns cuidados, principalmente com relação a volta da praga do bicudo, pois ele ainda sobrevive. No Brasil um país de clima tropical ainda existe bicudo,  disse o presidente  da Abrapa. Ele informou que as empresas como Singenta e Mão Santa não estão desenvolvendo um material  resistente ao bicudo. Para o produtor de algodão, Marcos Montenegro, o Ceará já produziu 105 mil toneladas de algodão em pluma, ele não acredita que a extinção do algodão no estado tenha sido por causa do bicudo, ele  acha que foi muito mais estrutural  faltou apoio para os produtores, e sua grande procuração e com a produção de sementes para  quem for iniciar a produção.

O segundo tema abordado no Agropacto destacou o “Programa de modernização da cultura do algodão no Ceará”, elaborado por um grupo constituído por técnicos da Embrapa, SDA, FAEC, Ematerce, SEAPA, ADECE, que será  apresentado ao governador Camilo Santana. O palestrante  foi o gestor da ATeG, Assistência Técnica e Gerencial no SENAR/AR-CE, Eduardo Queiroz de Miranda. Além de diversos produtores e técnica de diversas instituições, participaram do Agropacto o  secretário da SEAPA,  Euvaldo Bringel, o diretor da Embrapa Algodão, Sebastião Barbosa;  Bessa Junior, presidente do Conselho de Agronegócio da FIEC; Antônio Carlos Amorim, presidente da Ematerce;  Marcos Montenegro, presidente  da Cooperativa de Indústria de Algodão; e Tom Prado, da Câmara Setorial  da Fruticultura da CNA.

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