Ayres Brito defende constituição e diz que país vive apogeu das instituições

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Brito, defendeu a atual constituição brasileira como uma das mais perfeitas e se disse contra uma possível nova constituinte no país. "Não trará coisas positivas agora". Ele participou de palestra na FIEC, a convite do Centro Industrial do Ceará (CIC) e do escritório VPAR Associados, quando falou sobre o tema “Combate à corrupção, Segurança Jurídica e Estabilidade Econômica e Negocial”. Permeando sua fala com passagens poéticas, Ayres Brito afirmou que o empresário brasileiro tem que exercer sua atividade econômica, como preceitua a constituição, mas também tem que respeitar a constituição quando esta se refere a função social das empresas.

Para uma plateia formada por empresários, advogados e estudantes universitários, o ex-ministro do STF mostrou-se esperançoso com os rumos do país, apesar do momento de incerteza pelo qual estamos passando. Na sua visão de uma pessoa com quase 74 anos de idade, como fez questão de referenciar, "nunca o Brasil formou uma mentalidade coletiva em torno de temas tão caros a constituição como agora, a partir de aspectos como moralidade, combate a improbidade e o patrimonialismo". De acordo com o ex-ministro, "a sociedade está mudando para melhor". Ele destacou ainda que esse novo ciclo da sociedade brasileira revela que "não queremos ser mais guiados por lideranças, e sim, por mais eficiência na gestão pública".

Segundo Ayres Brito, a sociedade brasileira está pensando mais nas instituições. "Estamos vivendo o apogeu das instituições. Lentamente, mas estamos. E esse processo não admite retrocessos". O ex-ministro apontou como reflexo desse quadro, o fato de que os agentes públicos, a partir dos ministros do STF, terão que entender que são servidores públicos, e se quiserem suas instituições fortes, terão que fazer o melhor por elas". O futuro desse cenário, na perspectiva de Ayres Brito, é o fato de que a trajetória divisionista do país vai ser substituída por uma visão holística da vida".

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