Ação Global 2016 realizará conscientização sobre autismo

Em 2016, a Ação Global receberá pela primeira vez em sua programação um serviço voltado às famílias de pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo. A Associação Fortaleza Azul (FAZ), que reúne 140 famílias de pessoas com autismo, estará realizando ações de divulgação, com o objetivo de levar conscientização para a população e desmistificar a visão errada que as pessoas ainda têm sobre o assunto. "O número de pessoas diagnosticadas com autismo tem crescido de forma expressiva. Entendemos que esse dado não significa necessariamente um aumento de casos, mas um aumento de casos registrados corretamente. Daí a iniciativa em disseminar informações sobre o assunto, desmitificar o tema e dar orientações sobre estimulação e terapias apropriadas. Uma outra coisa muito importante é o apoio da família, amigos e sociedade. Para isso é imprescindível a conscientização da população como um todo", explica Kassandra Morais, gerente da Unidade de Saúde e Segurança para Indústria do SESI.

Confira a entrevista com Nicole Morais Rebouças, membro da FAZ, sobre o assunto.

Muitas famílias já perceberam que existe algo fora do padrão no comportamento dos filhos, mas quando elas devem desconfiar que pode ser algum transtorno do espectro do autismo?

Isso acontece muito. O que sempre falamos é que qualquer coisa que os pais notem de diferente na criança já é motivo para ele procurar um neuropediatra. Desvios do comportamento típico, como atraso da fala, da linguagem, mudanças no comportamento, interesses muito restritos, comportamentos repetitivos e falta de interação podem ser sinais de que há algo delicado acontecendo, não necessariamente o autismo, mas algo que precisa de atenção.

Deve ser comum ter medo de receber esse diagnóstico. O que você diria para os familiares sobre a diferença que isso pode fazer na vida da criança?

A intervenção precoce é fundamental para o desenvolvimento da criança. Quanto mais cedo o tratamento adequado for encaminhado, mais chances dela se desenvolver como qualquer outra criança.  Muitas vezes, e isso acontece principalmente em segmentos da população que não têm muita informação, as pessoas pensam em tudo, menos em autismo. Pensam que a criança é mal educada, que não tem limites. E isso ainda se agrava pelo fato de elas terem um acesso restrito aos profissionais de saúde. Nesses casos, o pediatra pode ser a porta de entrada, a pessoa mais próxima com que elas possam se orientar sobre o tratamento.

Vocês costumam participar de eventos grandes, com muita movimentação de público. Como costuma ser a receptividade das pessoas?

Costumo falar de uma ação que nos marcou muito, quando realizamos uma exposição de fotografias em um shopping de Fortaleza. As pessoas viam as fotos das crianças super felizes e fazendo tudo o que uma criança normal faz. Muita gente que tinha crianças próximas com autismo ficavam surpresas, chegavam a ir em casa e voltar com outra pessoa para mostrar, conversavam. Sentimos que realmente mudamos a ideia que eles tinham sobre essas crianças. Isso é o que vale.

 

Saiba mais sobre a Ação Global 2016:
A Ação Global é um mutirão de cidadania que, em 2016, acontecerá em Maracanaú, no dia 21 de maio. Das 8h às 16h, os participantes podem ter documentos emitidos e receber atendimento médico, psicológico e jurídico gratuito. Quem nunca teve uma certidão de nascimento, cédula de identidade, CPF ou título de eleitor pode, finalmente, passar a fazer parte das estatísticas oficiais do país. Tudo isso em meio a muitas atividades de saúde, lazer, educação e esporte.

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