Balança comercial do Ceará acumula déficit de US$ 129,9 milhões em 2016

A balança comercial do Ceará registrou um déficit de US$ 107,1 milhões em fevereiro deste ano, valor 44,7% superior em relação ao mesmo mês do ano passado. As importações somaram US$ 188,1 milhões enquanto as exportações atingiram US$ 80,9 milhões durante o período. Os dados são do estudo Ceará em Comex, produzido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), divulgado hoje. De acordo com o estudo, depois de três anos em queda, o volume de compras e de vendas ao exterior voltou a subir considerando-se o mês de fevereiro. Houve um aumento de 8,3% nas exportações e de 26,4% nas importações em relação ao mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano, o volume das importações supera o das exportações em US$ 129,9 milhões, resultado 79,1% inferior ao do primeiro bimestre de 2015. Nesse período, as exportações recuaram 9%, passando de US$ 174,2 milhões em 2015 para US$ 158,6 milhões em 2016. Recuo ainda maior foi registrado nas importações nos mesmos dois meses. A retração foi de 68,3%, resultante da relação entre US$ 796,4 milhões importados em 2015 e US$ 288,5 milhões em 2016.

Segundo o estudo, a baixa nas importações ocorreu em função da diminuição da compra de produtos para a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Outra redução significativa está associada ao setor de combustíveis e óleos minerais, que no acumulado de 2015 registrava um valor de US$ 499,2 milhões ante US$ 118,5 milhões em igual período deste ano.

As exportações caíram não só no Ceará, mas também em mais 14 estados, contrariando a expectativa de que as exportações seriam estimuladas com a desvalorização do real frente ao dólar. Em 2015, as exportações cearenses representaram 0,68% das exportações brasileiras, enquanto que em 2016 o indicador passou para 0,64%. O recuo foi mais acentuado quando analisado o desempenho do Ceará em relação aos outros estados do Nordeste. Em 2015 o Ceará representou 16,31% das exportações nordestinas, ao passo que em 2016 alcançou apenas 13,64%. Nesse contexto, o Ceará manteve a mesma posição relativa, figurando na 14a posição entre os estados exportadores, tanto em 2015 como em 2016.

A queda nas importações foi generalizada entre os estados brasileiros, salvo no Distrito Federal. Enquanto no primeiro bimestre de 2015 as importações do Ceará representavam 2,5% das importações brasileiras, essa participação diminuiu para 1,4% em 2016.

Entre os municípios cearenses, Sobral teve o melhor desempenho nas exportações, seguido de Fortaleza, que no mesmo período do ano passado figurava como o mais bem colocado. O recuo da capital foi motivado, conforme o estudo, à queda nas exportações de combustíveis e óleos minerais. “Na realidade, a queda se deveu à transferência da produção de outros Estados, trazida para escoamento através do Porto do Pecém. Em uma configuração inversa, a posição de Sobral está predominantemente associada à produção da sua indústria de calçados”, revela o estudo.

Os setores que mais pesaram nas exportações foram calçados (US$ 46,1 milhões), frutas (US$ 35,8 milhões), peles e couros (US$ 25,7 milhões), cera de carnaúba (US$ 9,9 milhões) e algodão (US$ 8 milhões). Esses setores totalizaram US$ 125,5 milhões, participando assim com 79,1% do valor global exportado pelo estado. Apesar da concentração, apenas dois desses setores obtiveram crescimento: frutas (11.2%) e algodão (70,3%). Os outros três recuaram: calçados (-4,2%), peles e couros (0,2%) e cera de carnaúba (-29,4%).

Juntos, os dez mais importantes destinos das exportações cearenses concentram 71,8% do valor global exportado, enquanto que todos os demais destinos perfizeram apenas 28,2%. Os Estados Unidos foram o principal destino das vendas ao exterior do Ceará no primeiro bimestre do ano, com US$ 31,7 milhões, o que representa uma participação de 23,4% do total.

Em relação às importações, o Ceará ocupa o mesmo 14o lugar entre os estados brasileiros que mais importam em 2016 e 2015. Entretanto, em 2016 o Estado representa apenas 1,4% das importações brasileiras, enquanto que em 2015 representava 2,5%.

São Gonçalo do Amarante permanece no topo das cidades cearenses importadoras, com um valor de US$ 151,1 milhões em 2016, ao passo que o valor alcançado em 2015 havia sido de US$ 528,0 milhões, apresentando, portanto, uma acentuada redução. Em razão disso, enquanto que em 2016 concentrava 52,4% das importações cearenses, em 2015 essa concentração havia sido de 66,3%. Essa diferença é motivada pela queda na entrada de combustíveis e óleos minerais. Em 2015 havia sido de US$ 499,2 milhões, mas alcançou apenas US$ 188,5 milhões em 2016. Logo em seguida, o menor ingresso de itens relacionados à instalação da CSP.

Além de São Gonçalo do Amarante, mantém-se como principais municípios cearenses importadores: Fortaleza, Maracanaú, Aquiraz, Caucaia, Horizonte, Sobral, Pacajus, Pacatuba e Maranguape. Esses 10 municípios do topo reuniram US$ 288,5 milhões, correspondentes a 94,3% do valor importado pelo estado nos dois primeiros meses de 2016. Por sua vez, nos dois primeiros meses de 2015 haviam alcançado US$ 759,5 milhões, correspondentes à concentração quase a 94,4%.

Relativamente aos setores importados, registrou-se uma tendência de queda, apenas com incremento referente a máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e às aeronaves; essas, oriundas dos Estados Unidos, não constavam na pauta dos dois primeiros meses de 2015.

Enquanto que nas exportações cearenses a China figura como sétimo na ordem dos países de destino, nas importações figura como primeiro país de origem. Do mesmo modo como em relação aos setores e produtos houve o registro de queda, em relação aos países de origem também. O único país com registro de crescimento foram os Estados Unidos, que assumiram o terceiro lugar. Em 2016, somados, os dez principais países de origem das importações cearenses representaram 77,6% do valor global das compras externas do Estado. Em 2015 haviam representado 50,7%.

Confira o estudo completo.

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