Assembleia debate políticas para setor de mineração no Ceará

Especialistas e empresários cobraram políticas públicas para o setor de mineração no Ceará, em audiência pública realizada na tarde de quarta-feira (27/05), na Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca da AL. O evento atendeu ao requerimento do deputado Carlos Felipe (PCdoB), sendo subscrito pela deputada Augusta Brito (PCdoB). De acordo com o requerente, é importante cobrar políticas públicas e investir em mineração, uma vez que a atividade gera atualmente “80 mil empregos no Ceará”. O parlamentar falou ainda da necessidade de criar uma subsecretaria ou órgão para gerir as demandas da mineração.

Segundo diretor administrativo da FIEC e empresário do segmento, Ricardo Cavalcante, entre os 39 sindicatos filiados à Federação, cinco são ligados à mineração. O diretor cita o investimento em mobilidade como primordial para incrementar o setor. “Precisa de estradas bem feitas para escoar a produção. Os setores de bebidas, granito e cerâmica transportam mais de um milhão de toneladas por mês na grande Fortaleza”, informou. Já o deputado Carlos Matos (PSDB) destacou a necessidade de alavancar o setor, que é importante para a economia do Estado. “A convivência com o semiárido exige atividades econômicas que não dependam da chuva, e a mineração é uma resposta”, afirmou Carlos Matos.
O presidente da Associação Profissional dos Geólogos do Ceará (APGCE), José Vitoriano de Brito, pediu que o Governo fomente a organização do setor, tendo como base informações levantadas pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Para Vitoriano, os gestores municipais devem estar aptos a conhecer o setor mineral de cada município. Segundo ele, entre os 184 municípios cearenses, 88 foram catalogados pelo DNMP como produtores de algum tipo de minério. “Nenhum município tem plano diretor de mineração”, alertou.

João César de Freitas Pinheiro, presidente da Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo), destacou a competitividade cearense na industrialização de água mineral, que cresce 14% ao ano. Porém, segundo ele, o Estado precisa crescer em outras áreas da mineração, como na extração de potássio, bastante presente nas rochas do Ceará. “Há um problema crucial no Brasil, que é a importação de potássio. A agricultura brasileira importa 90% do potássio que utiliza. Por que não escolher alguns tipos de rochas no Ceará para extração?”, indaga.

O secretário adjunto da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Renato Rolim, reconhece que faltam políticas para o setor, que devem ser trabalhadas em conjunto. “Coloco-me à disposição na Seinfra para trabalhar o setor, buscando recursos para fazer inventários, diagnósticos das situações das jazidas e empresas do Ceará e mapear essas empresas”, pontuou.

Participaram ainda da audiência José Roberto Carvalho Gomes, representando a CPRM; o assessor de mineração da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Francisco Pessoa de Andrade, e o presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran), Carlos Rubens Alencar. 

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