Karina Frota analisa desafios do mercado global

Em 2023, o Brasil registrou um marco histórico nas exportações, atingindo o valor recorde de US$ 339,7 bilhões. Além disso, o saldo comercial alcançou um patamar inédito de US$ 98,8 bilhões, representando um aumento significativo de 60,6%. Esses dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), evidenciando o crescimento e a robustez do setor exportador brasileiro nesse período.

Essa expansão, equivalente a 10 vezes a média global, é atribuída a uma série de fatores, incluindo a retomada das relações bilaterais com diversos países, como China, Indonésia, México, Vietnã, Argélia, Uruguai e Paraguai. Além disso, contribuíram para esse crescimento a remoção das restrições americanas sobre os tubos de aço brasileiros e o aumento no número de empresas ingressando no comércio internacional, com um acréscimo de 2%, totalizando 28.500 exportadoras.

Segundo Karina Frota, Gerente do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), os acordos comerciais desempenham um papel fundamental na eliminação de obstáculos, impulsionando reformas internas, fomentando a competitividade industrial e estimulando o aumento da produtividade.
“Os acordos representam a espinha dorsal das relações comerciais, estabelecendo as diretrizes que promovem maior precisão e estabilidade jurídica no cenário empresarial. Eles desempenham um papel crucial na criação de um ambiente equilibrado de competição nos mercados prioritários, além de simplificar o comércio e os investimentos. Em última análise, são essenciais para impulsionar o crescimento econômico e promover uma integração mais eficaz entre os países”, declarou Karina.

Entretanto, prevê-se um cenário de "crescimento moderado" no comércio global, enfrentando diversos obstáculos. Isso se deve à desaceleração econômica, em meio a condições financeiras restritas, que afetam diretamente os negócios. Nesse contexto, é essencial que as empresas estejam alinhadas com a cooperação internacional, a integração comercial e enfrentem as tensões financeiras e a persistente inflação.

Karina Frota destaca que, do ponto de vista econômico, o Brasil está mais dependente dos Estados Unidos do que da China, uma situação que precisa ser alterada em favor da China. Isso exigirá um aumento significativo nos investimentos diretos chineses no Brasil. De acordo com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), as empresas dos Estados Unidos representam os principais concorrentes das empresas brasileiras no que diz respeito à exportação de bens para os mercados asiático e europeu.

O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) enfatiza que as empresas americanas são os principais concorrentes das empresas brasileiras no que diz respeito à exportação de bens para os mercados asiático e europeu. Além disso, o CEBRI aponta que, enquanto a corrente de comércio entre o Brasil e a China tem se mostrado superavitária para a economia brasileira, a balança comercial com os Estados Unidos registrou um déficit.

Para impulsionar o crescimento do comércio exterior, Karina destaca a importância de superar obstáculos antigos, como os altos custos de transporte, encargos e tarifas, bem como a burocracia excessiva decorrente de uma legislação obsoleta. Acredita-se que a implementação de reformas estruturais no Brasil, visando reduzir o chamado "Custo Brasil", fortalecerá significativamente a competitividade da indústria nacional.

A Gerente do CIN ressalta ainda a crescente necessidade de adotar práticas comerciais sustentáveis, dada a demanda inabalável por certificações e etiquetas "verdes" nos mercados desenvolvidos. Ela destaca que a União Europeia está liderando a transição para uma economia circular, buscando minimizar resíduos e otimizar o uso de recursos, o que reforça a importância de o Brasil se adaptar a essas novas exigências.

 

Fonte: Trends Ce por Gladis Berlato

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