27° Energia em Pauta discute potencial nuclear do Nordeste e detalha projeto de Santa Quitéria

As potencialidades da produção de energia nuclear no Nordeste foram tema da 27ª edição do Energia em Pauta, realizado pelo Sindienergia, em parceria com a FIEC e o Sebrae. O programa, que teve formato virtual, foi transmitido, ao vivo, na noite desta quinta-feira (7), direto da sede da Federação. O conteúdo está disponível no canal do Sindienergia no YouTube (Sindienergia CE).

Nesta primeira edição do projeto em 2024, especialistas falaram do potencial da fonte nuclear, projetos, embasados na recente decisão da União Europeia de inclusão da energia nuclear na taxonomia sustentável, passando a considerá-la “verde”, colocando essa fonte primária em evidência no Brasil e no mundo, e provocando grandes investimentos. No âmbito regional, foram debatidas a exploração da mina de Itataia, em Santa Quitéria, no Ceará, e a viabilidade da Central Nuclear de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco.

Participaram do debate o professor Carlos Mariz, especialista em energia nuclear e ex-presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), e o engenheiro Adão Linhares, secretário-executivo de Energia da (Seinfra-CE), que tem formação em energia nuclear na Alemanha.

“A produção nuclear é a que tem o menor índice morte por operação entre todas. E isso caracteriza a segurança nuclear, apesar do imaginário não ser esse. Isso mostra que precisamos de uma boa comunicação, não apenas para desmistificar o perigo de acidentes, como também para passar uma imagem correta da produção de energia nuclear para a população”, destacou Carlos Mariz.

Ao traçar um panorama da produção nuclear global, ele destacou ainda o projeto em andamento no Brasil, em solo cearense. “Estou sabendo que vocês têm um belíssimo projeto aí no Ceará. Isso mostra o quanto o Brasil tem potencial, com várias jazidas de urânio espalhados pelo território, incluindo o Ceará. A gente incentiva e torce para que esse projeto cearense seja um sucesso”, completou o professor.

“Dentro do contexto mundial atual, esse projeto se torna ainda mais importante e evidente pelo fato da composição que a mina de Santa Quitéria nos trouxe, por ser associada ao fosfato para produção de fertilizantes. Ela acaba sendo ainda mais relevante por conta do fosfato do que por conta do urânio, que vem a reboque”, ponderou Adão.

Ao enfatizar que a fonte nuclear é muito vantajosa ante as fontes de energia renováveis pela independência das condições climáticas, o secretário apontou ainda os impactos que a usina trará para o desenvolvimento econômico na região, com geração de emprego e renda e no PIB do município de Santa Quitéria, com o aumento do indicador da região em dez vezes.

A diretora de Meio Ambiente do Sindienergia e  CEO da HL Soluções Ambientais, Laiz Hérida, foi a responsável pela moderação do debate, que teve ainda a breve participação de Cristiano Brandão, gerente de Licenciamento, Meio Ambiente e Direito Minerário da Galvani, empresa que, juntamente com a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), compõe o Consórcio Santa Quitéria, cujo projeto de licença de instalação para a exploração de urânio e fosfato deve ser aprovado no 2º semestre de 2024. O Secretário Adão Linhares informou ainda que a expectativa é que a operação na mina de Itataia inicie em 2026.

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