FIEC Summit terá Indústria Verde como tema da próxima edição; veja os destaques do último dia de evento

O FIEC Summit 2023 chegou ao fim nesta quinta-feira (26/10) com o anúncio feito pelo 1º Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Carlos Prado, do o tema da próxima edição do evento: Indústria Verde. Neste ano, as perspectivas em torno da produção de Hidrogênio Verde (H2V) no Estado nortearam as discussões ao longo da programação. Segundo Carlos Prado, por decisão do Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, em 2024 o foco deve ser a fabricação de produtos a partir do combustível.

“O primeiro FIEC Summit teve como foco as noções gerais e as primeiras iniciativas visando possíveis investimentos. Neste segundo, que termina hoje, já tivemos a apresentação de demandas locais, mostrando que o objetivo principal passa a ser a fabricação de produtos com Hidrogênio Verde, como aço verde, fertilizantes verdes, cimento verde, briquetes de ferro verdes, dentre outros”, afirmou o 1º Vice-Presidente, acrescentando agradecimentos aos participantes, patrocinadores e colaboradores envolvidos na realização do evento.

O encerramento do FIEC Summit aconteceu na noite desta quinta-feira, após dois dias de programação com debates sobre a transição energética e os projetos de produção de H2V em desenvolvimento no Ceará.

Um dos destaques do último dia de atividades foi a palestra do Deputado Federal Danilo Forte, que abordou os esforços do Congresso Nacional para a regulamentação do Hidrogênio Verde. O parlamentar ressaltou que as mudanças climáticas, retratadas em episódios como a seca da Bacia Amazônica e os ciclones no Sul do país, mostram a necessidade de modificar a matriz energética no país, porém afirmou que o Brasil precisa tomar decisões políticas para viabilizar essa transição.

“Precisamos construir e consolidar uma rota tecnológica e a viabilidade do casamento perfeito da energia do sol, do vento e hidráulica com a produção do hidrogênio. Segundo, precisamos de legislação para dar segurança e fortalecer a capacidade de investimento de milhares de empresas que todos os dias circulam pelos mais diversos gabinetes à procura dessa possibilidade”.

Painéis de debate 

O armazenamento, o transporte e a distribuição do Hidrogênio Verde também foram tópicos de painel promovido nesta quinta-feira, que contou com a participação do CEO da B&Q Energia e Presidente do Sindienergia Ceará, Luiz Carlos Queiroz; do Gerente Comercial do Porto de Roterdã, Wouter Demenint; Gerente de Novos Negócios da GS Inima, Eduardo Pedroza da Cunha Lima; e do CEO da Transhydrogen Alliance Brasil, Mark McHugh.

“O FIEC Summit é um algo único no Estado. Em nome do Nordeste, agradecemos a oportunidade de estar em um evento dessa qualidade”, elogiou Luiz Carlos Queiroz.

A palestra trouxe as ações desenvolvidas pelas empresas na implantação de infraestrutura necessária para levar o Hidrogênio Verde até os consumidores. Eduardo Pedroza da Cunha Lima, da GS Inima, mostrou o trabalho de inovação da empresa na garantia de segurança hídrica para a produção do combustível, e Mark McHugh, da Transhydrogen Alliance Brasil, falou sobre a importância de otimizar a cadeia de suprimentos para chegar a preços competitivos do produto no exterior.

Já Wouter Demenint afirmou que o Porto de Roterdã está preparado para ser o maior hub de hidrogênio na Europa. “Temos nove terminais anunciados e outros estão em desenvolvimento”, disse. “Hoje estamos bem conectados a várias modalidades de distribuição que irão transportar amônia e outros tipos de hidrogênios até os consumidores finais.

Wouter Demenint afirmou que o Porto de Roterdã está preparado para ser um grande hub de exportação de hidrogênio vindo do Brasil. “Somos um grande usuário de hidrogênio, temos diversas companhias no próprio porto que utilizam hidrogênio e somos um hub de energia na Europa”, destacou. “Estamos bem conectados a várias modalidades de distribuição que irão transportar amônia e outros tipos de hidrogênio até os consumidores finais”, acrescentou.

Na sequência, o painel Tecnologias para a Cadeia Produtiva do Hidrogênio Verde reuniu o Diretor de Programas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Yuri Ramos; Diretor Global de Vendas Digitais da ABB, Leandro Monaco; o CEO da Unidade de Negócios de Automação de Eletrificação da Siemens, Fabio Koga; e Diretor da Hytron / NEA GROUP, Daniel Gabriel Lopes.

Os participantes apresentaram soluções em tecnologia já existentes e em desenvolvimento visando a descarbonização na indústria, a partir da redução das emissões de CO2 e do próprio uso de energia.

“Entendemos que, para uma tecnologia inovadora, com propósito de descarbonização, não faz sentido pensar em projetos sem aplicar o que há de mais moderno”, defendeu Fabio Koga, da Siemens.

Outro painel realizado no encerramento do FIEC Summit 2023 teve a presença do Secretário Executivo da Indústria do Estado, Joaquim Rolim; do Presidente do Conselho do Grupo Servtec, Lauro Fiuza; do Gerente Executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo; e do Coordenador de Portfólio e Parcerias em Eólica Offshore Petrobras; Glenio Saraiva Correia Junior. O tema foi a Geração Eólica Offshore.

Conforme Joaquim Rolim, hoje, o Brasil tem 78 projetos de eólica offshore em andamento no Brasil, com capacidade de gerar 212 GW de energia. Nesse cenário, os debatedores citaram as vantagens competitivas do Brasil e do Ceará, apontando a necessidade de regulamentação e criação de incentivos para concretizar o potencial da energia eólica offshore.

“Nós do Ceará somos um povo que tira água de pedra, então precisamos persistir em explorar esse potencial e não perder essa grande oportunidade”, afirmou Lauro Fiuza.

Combustíveis sintéticos a partir do H2V

A última palestra do dia discutiu combustíveis sintéticos a base de Hidrogênio, reunindo o Diretor de Suporte a Infraestrutura e Patrimônio na Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará, Expedito Parente; o CEO Brasil Bio Fuels, Milton Steagall; o CEO do Grupo Gera, Christian Schöck; e o Diretor Geral da Svitzer Brasil, Daniel Reedtz Cohen.

Os empresários apontaram as possibilidades de fabricação de combustíveis sintéticos a partir do Hidrogênio Verde para substituir os combustíveis fósseis no processo de descarbonização.

“Há uma sinergia muito grande entre esses assuntos. As rotas tecnológicas para a produção de combustíveis renováveis demandam hidrogênio. Ao trazer a indústria de hidrogênio verde para o Brasil, a gente atrai a indústria de biocombustíveis e, ao trazer os biocombustíveis, geramos demanda de hidrogênio verde”, resumiu Expedito Parente.

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