SENAI Ceará, em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil, forma turma de padeiros no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU)


Dezesseis pessoas da comunidade atendida pelo Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) deram um importante passo rumo a sua inserção no mercado de trabalho nesta sexta-feira, 13/10. Elas concluíram o curso profissionalizante de padeiro ofertado pelo SENAI Ceará em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil após dois meses de formação, ocorrida no próprio CEU.

Na cerimônia de conclusão do curso, os alunos puderam dividir os frutos do conhecimento adquirido com toda a equipe envolvida no processo. Entre pães, bolos e biscoitos, os dezesseis formandos celebraram sua importante conquista: a profissionalização, que lhes permite agora buscar a própria subsistência a partir das habilidades aprendidas.

A iniciativa integra o conjunto de ações do SENAI Ceará com foco em aumentar a qualificação, empregabilidade e renda da população cearense, através da oferta de formação profissionalizante gratuita em diversas áreas, atuando em parceria com instituições como o Grupo Mulheres do Brasil. É o que explica a Analista Administrativa do Núcleo Técnico do SENAI Ceará, Cláudia Vasconcelos. “Essas ações englobam uma visão do Social do ESG, que a gente atende através do oferecimento de capacitação a essas pessoas que estão em situação de vulnerabilidade, e a gente está buscando ampliar ainda mais isso”, contou.

O curso envolveu o público das instituições religiosas e sociais do CEU (Fazenda da Esperança, Obra Lumen, Irmãs de Santa Dorotéia da Frassinetti e O Caminho), que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social, como dependentes químicos e egressos do sistema prisional. “Existem 23 instituições no CEU, cada uma com um trabalho específico, e o trabalho que o Lumen desenvolve aqui são com homens que estão no processo de ressocialização, a maioria que veio da situação de rua. Depois de período de pelo menos nove meses, eles decidem entre fazer uma escola missionária, onde se tornam missionários, ou a profissionalização. Na profissionalização, uma das ações que a gente tem é a padaria, e aí eles trabalham no sentido profissional mesmo. Com essa parceria com o SENAI e com a FIEC, a gente tem conseguido formar tanto as pessoas do Lumem, que estão nas casas, quanto pessoas que são atendidas por outras instituições aqui do CEU”, explica Tito Brito.

“A gente quis trazer o curso para dentro das instituições, no entorno, no local onde as pessoas estão. Normalmente os cursos do SENAI acontecem nas escolas do SENAI. E essa é uma grande dificuldade porque as pessoas não têm dinheiro para pagar o transporte. Então esse projeto nasceu para ajudar as pessoas que não conseguem ter acesso fácil aos treinamentos, os excelentes treinamentos que o SENAI realiza, para que a gente faça aí a ponte entre elas e os cursos. E por isso a gente fez parceria com algumas instituições, como o CEU”, contou Vera Lima, Líder do Comitê de Empreendedorismo do Grupo Mulheres do Brasil.

Para Annette de Castro, a união de esforços entre organizações que possuem o objetivo comum de melhorar vidas através da formação faz toda a diferença. “No Grupo Mulheres do Brasil, um dos nossos não negociáveis é não inventar a roda. Então quando a gente exerga que têm empresas com capacidade de ensinar, associações cuidando das pessoas, podemos unir essas pessoas e trabalhar com elas para garantir que elas possam dar o próximo passo. É isso que fazemos. E estamos muito felizes em continuar nossa parceria de anos com o SENAI”.

Para Denise Furtado, uma das alunas do curso, a formação foi um novo começo. Denise é ex-atendida pela Fazenda da Esperança, que assiste pessoas com histórico de dependência química, acolhendo-as. “Eu nunca esperei que eu fosse conseguir fazer isso. Para mim foi uma emoção muito grande, sabe? Eu fui dependente do álcool em 2019 e me recuperei em 2020. Aí, com o falecimento da minha mãe, eu voltei a beber. A responsável [da Fazenda], foi e me acolheu de volta. Aí eu pedi pra passar mais um ano e estou bem. Esse curso veio finalizar, porque vou completar um ano na Fazenda, vou pra casa, e recebi esse curso também. Vão ser dois diplomas, um da Fazenda e esse que Deus mandou”.

Parceria com o sindicato

O Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado do Ceará (Sindpan), associado à FIEC, também participou da ocasião. De acordo com Nivea Arraes, executiva do sindicato, o intuito do Sindpan, em ação fomentada por seu presidente Alex Martins é aproximar o mercado de panificação e os profissionais formados, tendo em vista que a demanda por mão de obra por parte das empresas e indústrias sempre existe.

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