SENAI e SESI Ceará certificam 95 mulheres atendidas pela Casa da Mulher Brasileira

Como parte da programação do Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, a manhã desta terça-feira, 29/08, foi dedicada a um momento muito especial na vida de 95 mulheres. Atendidas pela Casa da Mulher Brasileira em Fortaleza, elas foram certificadas pelo SENAI, nos cursos de salgadeira, desenhista de moda, costureira industrial do vestuário, supervisora industrial, assistente administrativa, assistente de recursos humanos e eletricista instaladora residencial; e pelo SESI, com educação continuada, nas turmas de atendimento ao cliente, empreendedorismo e educação orçamentária.

A certificação é resultado da parceria entre a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o Governo do Estado (através da Secretaria de Proteção Social) e o Tribunal de Justiça (TJCE). Todos os cursos foram ministrados nas Unidades do SENAI em Fortaleza (Centro e Parangaba) e Maracanaú, sendo turmas na Casa da Mulher Brasileira, no bairro Couto Fernandes.

O Diretor Regional do SENAI e Superintendente Regional do SESI Ceará, Paulo André Holanda, ressalta a importância do projeto para a reinserção dessas mulheres no mercado de trabalho: “Fico extremamente feliz e realizado em estar presente nesta certificação que, além de Fortaleza, é também uma ação que acontece em Maracanaú, em Sobral e Juazeiro do Norte, em nossas unidades. Este atendimento é uma junção de esforços, tanto da Casa da Mulher Brasileira quanto do Tribunal de Justiça, da FIEC (por meio de SESI e SENAI), comandada pelo nosso Presidente Ricardo Cavalcante, e estamos fazendo o que é para ser feito, ou seja, dar dignidade à pessoa. É um projeto que vamos continuar e avançar”, afirmou.

A importância da autonomia econômica para mulheres

Segundo a Coordenadora Geral da Casa da Mulher Brasileira, Darciane Barreto, as mulheres, vítimas de violência doméstica, enfrentam grandes dificuldades na busca por trabalho e emprego. Por esta razão, o certificado que atesta a capacitação profissional é uma esperança. “35% das mulheres atendidas em nossa Casa da Mulher Brasileira não estão inseridas no mercado de trabalho. Ou seja, elas dependem financeiramente dos agressores. Nós sabemos que este é um ingrediente perverso que impossibilita o rompimento do ciclo de violência. Essas parcerias com a FIEC, pelo SESI e pelo SENAI, com o Governo do Estado, contribuem para que as mulheres sejam inseridas no mundo do trabalho, com capacitação e segurança”, disse.

Presente na solenidade, a Secretária Executiva de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Raquel Andrade, ligada à Secretaria Estadual das Mulheres, reforçou a relevância de capacitar mulheres para o trabalho, como ferramenta de independência e empoderamento. “A gente sabe que a autonomia econômica para mulheres em situação de violência vai reparar essa hipervulnerabilidade que a violência familiar e de gênero trazem para a realidade delas, e têm repercussão também na família. Portanto, é fundamental este encontro de vontades para promover a mudança estrutural que vai garantir empregabilidade e absorção do mercado de trabalho”.

A Juíza  Titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Fortaleza, Rosa Mendonça, fez questão de ressaltar a importância da proatividade da FIEC em tornar realidade a proposta de capacitar mulheres vítimas de violência. “Um dos motivos que faz com que a mulher permaneça em situação de violência é a dependência econômica. Na pandemia, constatamos que havia duas mil mulheres que necessitavam de serem capacitadas para serem inseridas no mercado de trabalho (na capital). Foi então que procuramos o Presidente Ricardo Cavalcante. E nunca vi tanta boa vontade em fazer a coisa acontecer com o comprometimento dele, preocupado com a causa da mulher. O momento de hoje é de muita glória, felicidade e realização”, concluiu.

Mudança de vida de verdade

Emocionada, Francisca Marques dos Santos concluiu os cursos de Supervisora Industrial (SENAI) e Educação Orçamentária (SESI) e foi uma das certificadas. Com duas filhas, ela diz estar determinada, na busca por sua independência financeira. “Estou muito emocionada por poder vivenciar este momento. Durante 23 anos, não tive oportunidade, vivia sob opressão. Agora, decidi dar um basta nisso e voltar a viver; ressignificar a minha vida. Estes cursos são meus primeiros passos. Virão mais e eu vou aproveitar cada oportunidade que vier”, disse ela.

Marta Oliveira também foi certificada e agora é Assistente de Recursos Humanos. “Este certificado representa a liberdade e a volta ao mercado de trabalho. Muitas outras colegas e eu estamos há muito tempo fora do mercado de trabalho. Com esses cursos, nós vimos a possibilidade de sermos reinseridas. A palavra é esperança”, disse.

A cerimônia de certificação contou com a participação de Daniele Magalhães, Coordenadora do Setor de Autonomia Econômica da Casa da Mulher Brasileira; da Gerente da Unidade de Educação e Cultura do SESI Ceará, Ana Paula Pinho; da Gerente da Unidade SENAI Centro, Alcilane Mota; e a presença da Fundadora e Conselheira do Grupo Mulheres do Brasil, Annette de Castro.

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