Hidrogênio verde e o protagonismo cearense são debatidos no 22° Energia em Pauta

As condições geográficas e climáticas que fazem do Ceará um território privilegiado para a produção de energias renováveis, bem como credenciam o Estado como uma das fontes de hidrogênio verde (H2V) mais promissoras do mundo, foram debatidas durante a 22ª edição do Energia em Pauta. O evento mensal, realizado pelo Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado Ceará (Sindienergia-CE), em parceria com a FIEC e o Sebrae, ocorreu na tarde desta quinta-feira, 9, no Observatório da Indústria, na Federação.

O encontro recebeu o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), Salmito Filho, e o Diretor Comercial da Hytron Soluções em Hidrogênio e Energia, Daniel Lopes e contou com a mediação de Jurandir Picanço, Consultor de Energia da FIEC. Na ocasião, também foram discutidas as previsões para o segmento, levando em consideração as deficiências do setor a serem sanadas, em nível nacional, de estrutura, legislação e logística, para que o Ceará se torne uma potência global da produção do H2V, confirmando o seu protagonismo.

Atualmente, o HUB de H2V do Estado acumula 24 memorandos firmados, entre multinacionais e o Governo, somando cerca de US$ 20 bilhões em investimentos. Foi também no Ceará que a primeira molécula de hidrogênio verde do Brasil foi produzida, em um gesto simbólico de aceno ao processo mundial de transição energética, descarbonização dos processos e atenção às pautas da emergência climática.

Há, porém, a carência de uma política nacional de desenvolvimento. Foi o que apontou Salmito Filho, ao abordar o papel que exerce na mediação entre o setor industrial e o Governo. Ele ressaltou a necessidade do país ter uma agenda objetiva de desenvolvimento, a exemplo do modelo cearense, com o Ceará 2050, e da agenda da própria FIEC.

“As empresas precisam buscar, cada vez mais, competitividade e produtividade para se colocar no mercado. E isso vem com tecnologia, que é produto da ciência, que é desenvolvida nas universidades. E o Brasil não tem uma agenda, uma política pública de desenvolvimento. Precisamos disso. É preciso saber para onde queremos ir, ter planejamento, ter metas, sobretudo agora, pois chegou a vez do Brasil, do Nordeste e do Ceará”, destacou o secretário. Ele disse ainda que a projeção da pasta é que o Ceará produza 1,4 milhão de toneladas de hidrogênio verde até 2034.

Jurandir Picanço enalteceu a participação de Salmito Filho, enfatizando seu posicionamento e disponibilidade de atuar em prol do setor, de maneira pactuada, suprindo demandas que impedem que a produção de energia renovável avance, ainda mais, no Estado. “Sua fala foi excepcional e trouxe muita segurança, para todos nós, de que os rumos do desenvolvimento do Ceará estão bem entregues”, disse.

Já Daniel Lopes, ao apresentar os trabalhos desenvolvidos pela Hytron, destacou que a condição geográfica do Ceará, para além da produção de energias renováveis, é privilegiada também pela logística, que favorece o escoamento de todo o hidrogênio verde aqui produzido. Ele também disse ter excelentes expectativas quanto ao protagonismo cearense na produção do H2V.

“Além do pioneirismo, esperamos que esse protagonismo do Ceará aconteça. O hidrogênio verde, como vetor energético, é o elemento mais abundante no universo, é versátil, tem baixos impactos ambientais e assume importante papel nessa transição que está acontecendo para um sistema energético limpo”, afirmou.

Luis Carlos Queiroz, Presidente do Sindienergia-CE, encerrou o debate ressaltando o alto nível de conhecimento dos participantes e também dos ouvintes. “A grande diferença do Ceará com relação aos demais estados é justamente essa postura de governança, inspiradora e simples, mesmo diante de um tema tão complicado como é o tema do desenvolvimento de um Estado, de um país. Aqui estamos todos irmanados em nome do desenvolvimento do Ceará”, concluiu.

Entre os presentes no Observatório estavam o Vice-Presidente da FIEC, André Montenegro, e o Secretário Executivo da Indústria na SDE, Joaquim Rolim. Todo o programa foi transmitido ao vivo pelo canal do Sindienergia no YouTube (Sindienergia CE) e continua disponível na plataforma.

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