Observatório da Indústria da FIEC e Banco Mundial traçam perfil de adoção tecnológica das empresas cearenses

A inovação e a adoção de novas tecnologias são fundamentais para o aumento da produtividade das empresas e para o ganho de competitividade do país. O Banco Mundial, no intuito de mensurar o nível de adoção tecnológica nos países em desenvolvimento, idealizou um estudo que avalia como as empresas vêm utilizando as inovações tecnológicas para aumentar a sua capacidade produtiva. O Brasil, e mais especificamente o Ceará, foi escolhido para a realização do projeto piloto mundial e o Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) ficou responsável pelo co-desenvolvimento da metodologia e pela aplicação da pesquisa.

De acordo com a pesquisadora do Observatório da Indústria da FIEC, Eduarda Mendonça, o objetivo era mensurar a sofisticação das tecnologias mais intensivamente utilizadas pelas empresas locais e identificar diversos aspectos correlacionados a esse uso, tais como as motivações e as barreiras para a adoção de ferramentas mais avançadas.

O Ceará apresentou um resultado médio de 2,5 no índice de adoção tecnológica, cuja escala varia entre 1 (tecnologias básicas) e 5 (tecnologias de fronteira). 

As áreas internas das empresas que mais incorporam tecnologias avançadas são Administração dos Negócios e Planejamento da Produção. A principal barreira apontada para adoção de novas tecnologias é a insuficiência/incerteza da demanda, ao passo que as maiores motivações são a depreciação de equipamento e a competição no mercado doméstico.

A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2019 em mais de trinta municípios cearenses, alcançando um total de 711 empresas de diferentes portes e setores (Agropecuária, Indústria, Comércio e Serviços).

O economista sênior do Banco Mundial, Xavier Cicera, avalia que o resultado já era esperado e o estudo revelou elementos importantes, como a falta de homogeneidade do nível de adoção tecnológica entre as empresas. "Existe um gap alto em termos de adoção tecnológica pelas empresas no Ceará. O nível de adesão à Indústria 4.0 ainda é baixo", comentou.

Segundo Cicera, é importante destacar que a pesquisa foi realizada antes da chegada do coronavírus no país e que a pandemia acelerou o ritmo de digitalização dos negócios, o que poderá ser melhor identificado numa segunda edição do estudo. "Quanto maior o nível de utilização de inovações tecnológicas, melhor o desempenho durante a pandemia", pontuou. 

Na opinião de Cicera, a parceria com o Observatório da Indústria foi estratégica para a realização da pesquisa que, segundo ele, irá subsidiar o desenho e redesenho de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico ancorado no aumento da produtividade.

Para o gerente do Observatório da Indústria da FIEC, Guilherme Muchale, o trabalho realizado em conjunto com o Banco Mundial propiciará uma visão nítida de gargalos competitivos das empresas cearenses, possibilitando não só o ajuste de políticas públicas, mas a própria concepção de estratégias empresariais ao possibilitar a comparação da adoção de tecnologias entre as empresas participantes e suas concorrentes internacionais. "A parceria com o Banco Mundial foi essencial para que essa base de comparação internacional fosse realizada e ficamos muito felizes em poder contribuir com a realização de um projeto que contribuirá para as discussões internacionais sobre a transformação digital", declarou.

Confira o estudo completo AQUI

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