Instituições de ensino utilizam Perfis Profissionais elaborados pelo Observatório da Indústria da FIEC para a criação de novos cursos

O trabalho resultante do projeto "Perfis profissionais para o futuro da indústria cearense", iniciativa do Observatório da Indústria e parte integrante do Programa de Inovação Industrial (P2i) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), tem inspirado cada vez mais instituições de ensino a planejarem seus cursos e formações. A Universidade Federal do Ceará (UFC), por exemplo, tomou o estudo como base para a definição dos cursos que irá oferecer no campus de Itapajé, cuja inauguração está prevista para o segundo semestre de 2021.

A pró-reitora de graduação da UFC, Ana Paula Medeiros, conta que a ideia inicial era oferecer no novo campus cursos de licenciatura, ou seja, com o objetivo de formar profissionais aptos para dar aulas. Porém, depois de conhecer os Perfis Profissionais, a universidade começou a perceber que era preciso fazer um estudo mais aprofundado para definir quais cursos de fato iriam impactar no desenvolvimento do município e da região.  

"Não existia uma fundamentação ou um estudo analítico que mostrasse a viabilidade dos cursos que estavam sendo pensados para o campus de Itapajé. Os Perfis Profissionais do Observatório nos inspiraram a realizar uma pesquisa mais aprofundada para justificar a proposição de cursos que estivessem adequados às necessidades de formação da região. Foi dessa forma que vimos que a proposta inicial não era adequada", relata. 

Foi então que, com base na iniciativa do Observatório, a universidade criou um relatório analítico e propositivo, contemplando o desejo da comunidade local e uma visão de futuro voltada para o desenvolvimento tecnológico e econômico do município e da região Norte do Ceará como um todo. Dessa forma, a UFC irá inovar e irá inaugurar o novo campus com cursos de graduação tecnológica. Essa será a primeira vez que a universidade inaugura um novo campus ofertando inicialmente cursos dessa modalidade. Os cursos definidos para o campus da UFC em Itapajé são de Segurança da Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Ciência de Dados e Inteligência Artificial.   

"Era um anseio da comunidade que os seus jovens permanecessem na região após a formatura. Foi daí que pensamos na opção de cursos de tecnólogos, com formação mais rápida e de mais fácil inserção no mercado de trabalho. Nos inspiramos no trabalho do Observatório que traz uma metodologia de olhar para o futuro e contribuir para o desenvolvimento do Ceará. Isso vai ser um dos diferenciais do campus, que já começa com tecnologia de ponta e com uma modalidade de graduação mais adequada", destaca Ana Paula Medeiros. "Os Perfis Profissionais foram fundamentais para que a gente pudesse ter essa nova visão e para reorientarmos a proposta de criação de novos cursos, vislumbrando resultados em prol do desenvolvimento do Estado", acrescenta.

O Instituto Euvaldo Lodi (IEL Ceará) é outra instituição que faz uso dos Perfis Profissionais para definir estratégias de atuação. Em 2019, o Instituto passou por um processo de reposicionamento e reestruturou o seu portfólio com um olhar diferenciado para o mercado, tendo como base o estudo do Observatório da Indústria.

"O mercado de trabalho global tem sofrido impactos significativos com as transformações científico-tecnológicas e socioeconômicas em curso. Para nos posicionarmos de forma assertiva, alinhados ao processo de transformação do mercado, nós pedimos ao Observatório da Indústria subsídios e nos foram apresentados os Perfis Profissionais. De posse dessas informações, reorganizamos o nosso portfólio de forma a atender às reais necessidades das empresas e do mercado, tendo um foco especial nas oportunidades do futuro”, explica a superintendente do IEL Ceará, Dana Nunes.

De acordo com ela, os Perfis Profissionais contribuem para a definição dos cursos que o Instituto vem lançando e dos que ainda vai lançar. Dana afirma que, hoje, um dos diferenciais do IEL Ceará é justamente antecipar tendências e qualificar profissionais e empresários para a inovação e a era da indústria 4.0. "É muito importante entendermos as necessidades de recursos humanos das empresas para que possamos cumprir o nosso papel de formar as pessoas em sintonia com essas necessidades. Sem esse direcionamento, nós não teríamos público para os cursos e, se tivéssemos, qualificaríamos pessoas que jamais o mercado absorveria. Por isso, é de extrema relevância tomarmos essas decisões a respeito da oferta das capacitações muito bem embasados", ressalta.

A superintendente avalia que a parceria com o Observatório da Indústria é fundamental e que os Perfis Profissionais conferem ao Ceará um importante diferencial para a inovação e competitividade do Estado num cenário futuro. "Realmente faz uma grande diferença termos uma ambiência como a do Observatório nos dando esse suporte. Os Perfis Profissionais são um marco de referência", finaliza.

Saiba mais

O projeto Perfis Profissionais para o futuro da indústria cearense tem como propósito induzir a oferta de formação de perfis profissionais que tragam novas perspectivas ao desenvolvimento industrial e ao progresso da sociedade cearense. Dessa forma, toda a concepção metodológica foi feita de forma a facilitar a assimilação por parte da academia e de instituições de educação.

O projeto compõe ainda o Programa de Inovação Industrial (P2i) do Sistema FIEC, que tem como objetivo promover a inovação de processos, produtos e modelos de negócios na indústria cearense, a partir da oferta de soluções integradas do SESI, do SENAI, do IEL, da FIEC e de seus parceiros.

Para cada setor portador de futuro, foi elaborada uma publicação com os perfis dos profissionais necessários ao desenvolvimento daquele setor. Os documentos foram desenhados buscando responder às tendências sociais e tecnológicas dos setores estratégicos para a indústria cearense, indicando conjuntos de capacidades técnicas que os indivíduos deverão possuir para realizar atividades atualmente inexistentes ou embrionárias.

A coordenadora técnica do Observatório da Indústria, Byanca Pinheiro, explica que as publicações podem subsidiar a criação de novos conteúdos, novas disciplinas ou cursos de diferentes níveis. "De modo geral, o projeto pode ser consumido por qualquer interessado na temática, mais especificamente: coordenadores de curso, docentes, curriculistas, profissionais da área de recursos humanos, especialistas no desenvolvimento de pessoas, estudantes, pesquisadores e gestores governamentais", esclarece.

Já foram lançados os perfis dos setores de Energia, Eletrometalmecânico, Indústria Agroalimentar, Turismo & Economia Criativa, Produtos de Consumo, Saúde e Logística. Os perfis de Biotecnologia, Construção & Minerais Não Metálicos e Economia do Mar estão em fase final de editoração. Atualmente, o Observatório da Indústria está desenvolvendo os trabalhos dos perfis de Tecnologia da Informação e Comunicação e Água & Meio Ambiente. "O intuito, assim que finalizado o projeto, é auxiliar os centros de formação para a criação de estratégias de apropriação dos estudos, de forma a antecipar a formação de capital humano no Estado", afirma Byanca.

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