Observatório da Indústria da FIEC divulga 10º Boletim Econômico do Coronavírus

O Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará divulgou nesta sexta-feira (31/7) o 10º Boletim Econômico do Coronavírus, que apresenta um monitoramento dos números de combate ao coronavírus a partir da reabertura gradual das atividades econômicas.

Segundo o estudo, entre os dias 22 e 29 de julho, o Ceará apresentou, em média entre as macrorregiões, uma diminuição de 6,8 p.p. na ocupação de leitos de UTI e 0,6 p.p. nas internações. Apesar da ligeira melhora nos indicadores hospitalares, houve uma piora substancial nos indicadores de disseminação da doença: aumentos de 17,6% na quantidade de casos e de 28,6% no número de óbitos. Esse quadro demonstra certo repique na disseminação da Covid-19 neste período no estado.

"Essas elevações são substanciais e não serão ignoradas na tomada de decisões do governo estadual. De modo geral, o estado como um todo piorou em termos de casos e óbitos, o que sinaliza a necessidade de cautela no avanço das fases de retomada", explica a pesquisadora do Observatório da Indústria da FIEC, Eduarda Mendonça.

O Boletim traz infográficos que ilustram o comportamento dos indicadores da pandemia no Ceará em relação às cinco macrorregiões de saúde: taxa de ocupação das UTIs, taxas de internações nas enfermarias, número de óbitos e número de casos. A retomada das atividades conduzida pelo governo estadual requer queda nos três primeiros indicadores para averiguar a possibilidade de flexibilização em cada macrorregião.

Nenhuma das macrorregiões de saúde obteve melhora em todos os indicadores. Três macrorregiões aumentaram os óbitos: Fortaleza em 19,4%, Sertão Central em 37,5% e o Cariri em 106,7%. Sobral não teve aumento nem recuo no número de óbitos, mas aumentou a taxa de ocupação das internações. Já a região do Litoral Leste/Jaguaribe melhorou os indicadores hospitalares, porém expandiu a quantidade de casos em 13%, expressando preocupação para a semana seguinte.

O último resultado da Sondagem Industrial mostra um avanço na atividade produtiva do setor. A atual percepção dos empresários acerca da demanda já pode ser considerada otimista pelos parâmetros do indicador. Por outro lado, é importante ressaltar que a percepção do industrial ainda é pessimista em termos de número de empregados e intenção de investimento. Esse receio é reflexo das dificuldades em retomar os padrões pré-pandemia, que encontram barreiras no acesso ao crédito, por exemplo.

O Boletim também apresenta indicadores econômicos, como o resultado do último Relatório Focus do Banco Central do Brasil. O relatório aponta que a expectativa para o crescimento do PIB de 2020 é de -6%. Já para a inflação e taxa de juros Selic permanecem baixas: 1,7% e 2%, respectivamente. Por conta do aumento dos gastos com as políticas de auxílio às empresas e famílias, a expectativa da dívida líquida do setor público subiu novamente e atingiu 67,5% do PIB.

"Ao longo de todas as edições, comentamos políticas creditícias que estão sendo implementadas, mas elas ainda não são suficientes justamente por não serem acessíveis a todos. Alguns analistas já apontaram para um possível cenário de inadimplência no país, o qual deriva da dificuldade em manter os pagamentos diante da demanda recessiva do momento. A recessão se reflete no nível do emprego, já que chegamos a uma taxa de desemprego de mais de 13%", afirma Eduarda Mendonça. 

A publicação faz um retrospecto do avança da pandemia, apresenta as medidas econômicas adotadas e traz um panorama de outros países do mundo: Reino Unido, Irã e África do Sul. Estes três países estão entre os 10 com mais casos de Covid-19 no planeta. 

LEIA O 10º BOLETIM ECONÔMICO DO CORONAVÍRUS NA ÍNTEGRA AQUI.

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