Assessor econômico da FIEC publica artigo no jornal O Povo
O assessor econômico da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Lauro Chaves Neto, publicou nesta segunda-feira (10/2) artigo no jornal O Povo sobre a retomada do crescimento da indústria e o desenvolvimento econômico do país. Confira o texto completo a seguir:
A retomada do crescimento da indústria
Após sair da pior recessão da História, o Brasil vem crescendo, aproximadamente, 1% nos últimos anos e se projeta uma taxa acima de 2% para 2020. O crescimento da economia precisa ser alavancado para taxas acima de 3 a 4%, além de serem necessárias políticas que reduzam as desigualdades sociais e promovam um maior equilíbrio territorial.
O desenvolvimento industrial funciona como catalisador de toda a economia, tanto por seu efeito multiplicador como por sua capacidade de agregar valor em toda a cadeia produtiva. Vários indicadores econômicos acusam uma melhora, mas a recuperação industrial apresenta-se mais lenta, tendo recuado 1,1% em 2019 após crescer 3,5% no acumulado de 2017 e 2018. Além dos gargalos de curto prazo, é na indústria que grande parte das barreiras estruturais para o crescimento sustentado da economia se manifestam com mais intensidade.
A inovação deve ser intensificada, para isso as universidades e os institutos de pesquisa precisam atuar de forma integrada ao setor produtivo; a indústria paga a maior carga tributária no Brasil, o sistema precisa ser mais justo e simples; a infraestrutura deficiente é outro calo a machucar a eficiência do setor industrial; a internacionalização pode ser uma estratégia para absorção de tecnologia de ponta, abertura de novos mercados, oportunidades de alianças e parcerias.
A retomada do crescimento da indústria vai exigir a qualificação de colaboradores e empreendedores, sendo fundamental fortalecer as ações do Sistema S e das instituições de ensino. Sesi, Senai, Sebrae e IEL devem assumir um protagonismo cada vez mais determinante nesse processo.
A obtenção de maiores taxas de crescimento depende da elevação nos investimentos, sendo necessário atrair mais investimentos estrangeiros, além de baratear e desburocratizar o acesso ao crédito, já que a formação de poupança interna é insuficiente.
Esses elementos precisam ser consolidados em uma política industrial e não abordados isoladamente, pois devem ser os pilares da retomada de um maior dinamismo industrial em contraponto à agenda de protecionismo generalizado e desonerações sem critérios e/ou contrapartidas.