REVISTA DA FIEC - Brasil terá de qualificar 13 milhões de trabalhadores em profissões industriais até 2020



O Brasil terá de qualificar 13 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico e de qualificação entre 2017 e 2020. As áreas que mais vão demandar formação profissional serão construção (3,8 milhões), meio ambiente e produção (2,4 milhões), metalmecânica (1,7 milhão), alimentos (1,2 milhão), vestuário e calçados (974.592), tecnologias da informação e comunicação (611.241), energia (661.619), veículos (435.742), petroquímica e química (327.629), madeira e móveis (258.570), entre outros. Esses profissionais vão trabalhar tanto na indústria quanto nos demais setores.

Os dados fazem parte do Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para subsidiar o planejamento da oferta de formação profissional da instituição. A pesquisa inédita também pode apoiar os jovens brasileiros na escolha da profissão e, com isso, aumentar suas chances de ingresso no mercado de trabalho. A demanda por formação inclui a requalificação de profissionais que já estão empregados e aqueles que precisam de capacitação para ingressar em novas oportunidades no mercado. “O profissional qualificado tem mais chances de manter o emprego e também pode conseguir uma nova vaga mais facilmente quando a economia voltar a crescer e as empresas retomarem as contratações”, afirma o diretor-geral do SENAI e diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi.

FORMAÇÃO DE TÉCNICOS
Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio. Ao término, o estudante recebe um diploma. Segundo o estudo, seis áreas se destacam na demanda por formação de técnicos:

425.809 - Meio Ambiente e Produção
361.422 - Metalmecânica
272.334 - Energia
229.130 - Tecnologias de Informação e Comunicação
222.011 - Construção
97.870 - Petroquímica e Química

De acordo com especialistas responsáveis pela elaboração do Mapa, a área de Meio Ambiente e Produção destaca-se, entre outros fatores, porque as empresas passaram a ter maior controle sobre os impactos ambientais dos processos produtivos diante de mudanças recentes na legislação. Além disso, ganhos de produtividade podem ser obtidos por meio da melhoria na gestão do processo produtivo, medida importante em cenário de lenta recuperação econômica.

Algumas profissões “curinga” também permitem ao profissional exercer funções tanto na indústria quanto em outros setores econômicos. O estudo mostra as dez ocupações transversais que mais exigirão formação entre 2017-2020. No topo da lista, está o programador de produção, ocupação tipicamente industrial responsável pelo planejamento de processos produtivos, que pode trabalhar também no comércio e no setor de serviços. Trata-se de um profissional com visão sistêmica do fluxo produtivo e capacidade de gerenciamento, características cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho.

Ocupações industriais com maior demanda dentro e fora da indústria - Técnicos
156.569 - Programador de Produção
125.636 - Técnico em Eletrônica
85.485 - Técnico em Eletrotécnica
76.646 - Técnico em Segurança do Trabalho
74.437 - Técnico em Informática
49.323 - Técnico em Telecomunicações
30.516 - Colorista
19.288 - Técnico em Manutenção de Máquinas Industriais
18.804 - Técnico em Alimentos
17.446 - Técnico em Mecânica

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Já os cursos de qualificação são indicados a jovens ou profissionais, com escolaridade variável de acordo com o exercício da ocupação, e buscam desenvolver novas competências e capacidades profissionais. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão. As áreas com maior demanda por profissionais com qualificação de mais de 200 horas, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2017-2020 serão:

Áreas com maior demanda por formação – Qualificação (+200h)
830.191 - Alimentos
681.087 - Metalmecânica
487.441 - Vestuário e Calçados
432.610 - Construção
266.538 - Veículos
230.873 - Energia

De acordo com especialistas do SENAI, a exportação de commodities agrícolas (carnes, açúcar, derivados da soja) deve manter empregos no setor de alimentos entre 2017 e 2020, o que ajudaria a explicar a forte necessidade por formação de profissionais nesse setor. O metalmecânico, por sua vez, é um setor de base da indústria que tende a crescer à medida que os setores de bens de consumo duráveis voltarem a ter uma demanda mais forte. Existem também profissões “curinga” que exigem média qualificação. Segundo o Mapa, entre as dez ocupações mais em alta nos próximos anos estão mecânicos de manutenção de veículos e operadores de processamento de alimentos.

Ocupações industriais com maior demanda dentro e fora da indústria - Qualificação (+ 200h)
193.040 - Mecânico de Manutenção de Veículos
69.988 - Operador de Processamento de Alimentos
41.397 - Ajustador Mecânico
35.881 - Funileiro Automotivo
26.121 - Eletricista de Automóveis
19.138 - Auxiliar de Laboratório
18.790 - Mecânicos de Manutenção de Motores
12.496 - Mecânico de Manutenção em Sistemas de Refrigeração
28.000 - Mecânico de Manutenção de Máquinas Pesadas e Equipamentos Agrícolas
27.318 - Ferramenteiro
26.121 - Eletricista de Automóveis
19.138 - Auxiliar de Laboratório
18.790 - Mecânicos de Manutenção de Motores
12.496 - Mecânico de Manutenção em Sistemas de Refrigeração

A maior necessidade por profissionais capacitados em ocupações industriais se concentra no Sudeste e no Sul, alinhada com a participação das regiões no Produto Interno Bruto (PIB).

 

Essa matéria faz parte de uma série que está sendo publicada de 16/10 a 19/10.

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