Com apoio do IEL Ceará, Escritório de Projetos e Parcerias da UFC realiza o workshop “Ambidestria 2024” voltado ao setor de alimentos e bebidas

A Casa da Indústria abriga nesta segunda e terça-feira (27 e 28/05) o workshop “Ambidestria 2024: Desenvolvendo novos negócios e produtos para o setor de alimentos e bebidas” - uma iniciativa do Escritório de Projetos e Parcerias da Universidade Federal do Ceará (UFC), ligado à Pró-reitoria de Relações Interinstitucionais (Prointer), com apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Ceará) e patrocínio do Sebrae. O evento tem o objetivo de explorar estratégias inovadoras para o desenvolvimento de novos negócios e produtos no setor de alimentos e bebidas, aproximando pequenas e médias empresas e pesquisadores da UFC para projetos conjuntos. Para isso, a programação conta, nos dois dias, com diversas palestras, estudos de caso, consultorias e atividades práticas.

Participaram da mesa de abertura do workshop o presidente do Sindialimentos, Isaac Bley, o pró-reitor adjunto da Prointer, Barros Neto, a professora do departamento de Engenharia de Alimentos, Lucicléia Torres, a Business Controller do IEL Ceará, Jamille Alencar, e a coordenadora de empreendedorismo e inovação da Prointer, Conceição Oliveira.

A coordenadora de Projetos e Parcerias da Prointer, Carol Matos, ciceroneou o evento e abriu a programação explicando que o foco no segmento de alimentos e bebidas se deve à grande demanda das empresas desse segmento por inovação. “A UFC conseguiu começar esse caminho de aproximação com a indústria por meio desse segmento”, pontuou.        
 
Antes do bate-papo inicial sobre “Como criar produtos inovadores com apoio da universidade e do ecossistema de inovação?”, a professora Carol Matos inaugurou e apresentou o Escritório de Projetos e Parcerias da UFC, cuja missão é qualificar e centralizar a entrada na universidade de projetos e parcerias para a inovação, fortalecendo a colaboração da academia não só com empresas, mas também com os governos de maneira eficiente e segura. Segundo ela, a plataforma Link@, a ser disponibilizada no site do Escritório, será o ambiente onde se dará a aproximação da oferta e da demanda entre empresas e parceiros da comunidade da UFC.

Após as apresentações iniciais, o empresário Isaac Bley destacou a importância da aproximação entre a indústria e a academia para a geração de inovação, novos produtos e negócios para as empresas. “O tempo das empresas é diferente do tempo da academia e por isso poder contar com essa ponte, que conecta as demandas das empresas com o trabalho realizado por professores e pesquisadores, com um olhar criterioso, é fundamental para gerar valor e novos negócios para as nossas empresas”, afirmou.

Em seguida, o pró-reitor Barros Neto frisou que a interação entre a academia e a indústria é estratégica para ambas as partes. Ele citou o caso do natchup, um molho feito a partir de
ingredientes naturais como acerola, beterraba e abóbora capaz de substituir o ketchup e que foi desenvolvido por uma indústria filiada ao Sindialimentos em parceria com o departamento de Engenharia de Alimentos da UFC. O produto se tornou um case de sucesso dessa interação no Ceará.  

“O Isaac tem razão: indústria e universidade têm timings e objetivos muito diferentes. Entender isso é um bom caminho para fazer essa aproximação que tanto buscamos. O grande papel da universidade é a formação e a geração de conhecimento. É por isso que, muitas vezes, cabe à universidade resolver problemas que as empresas não têm tempo, conhecimento ou tecnologia para desenvolver a solução”, avaliou. 

A professora Lucicléia Torres, responsável pela coordenação do departamento de Engenharia de Alimentos da UFC e do projeto do natchup, avaliou que a indústria e a universidade estão bem alinhadas. “O que precisa ser construído é um caminho. Eu acredito que esse caminho é o Escritório de Projetos. Porque se de um lado a gente tem as provocações que vêm da indústria, por outro lado, na universidade, a gente tem as ferramentas. Quantas teses e dissertações a gente tem lá precisando sair dos armários? Existem muitas perguntas que já possuem respostas”, observou.

Jamille Alencar lembrou que o papel institucional do IEL Ceará é servir de elo entre a indústria e a academia, visando a transferência de conhecimento e tecnologia. O trabalho do IEL Ceará, ressaltou Jamille, é fazer uma curadoria junto às universidades para identificar as pesquisas desenvolvidas em âmbito acadêmico que tragam soluções para as necessidades apontadas pelas indústrias. Para ela, essa aproximação é imprescindível e certamente irá gerar vários resultados para as empresas e muitas entregas para a sociedade. 

“Quando surgiu a oportunidade do Escritório de Projetos e do IEL Ceará se aproximarem nessa iniciativa foi, para a gente, o melhor dos mundos. A gente viu uma porta dentro da universidade que poderia se abrir para atuar junto conosco como esse elo de ligação. Porque não basta só gerar o encontro entre as empresas e os pesquisadores. É preciso ter a inteligência de guiar esse vetor de transferência de tecnologia e de conhecimento da academia para as empresas”, destacou a BC do IEL Ceará.    

A coordenadora de empreendedorismo e inovação da Prointer, Conceição Oliveira, acredita que esse workshop é o primeiro de uma série que deve contemplar ainda novos setores. Ela destacou a importância das empresas investirem cada vez mais em pesquisa, citando exemplos de grandes indústrias de São Paulo.  

A programação do workshop seguiu com um painel sobre “Internacionalização da indústria: certificações e caminhos necessários”, com o presidente do Sindialimentos. No turno da tarde, Strauss Nasar (Cordel Ventures) e Tércia Carvalho (NePEN) conduziram o painel “A importância do financiamento para inovação: Desafios do ventures capital e insights sobre fontes de financiamento da inovação” e, por fim, Liliana Carrh e Rodrigo Martinez, da M Dias Branco, ministraram o painel “Ambidestria organizacional e inovação aberta - Projeto Germinar M Dias Branco (Tecnologia e Inovação)”. 

Na terça-feira, o evento prossegue com um painel sobre “Principais inovações no setor de alimentos e bebidas: tendências, desafios e perspectivas”, com a professora Lucicleia Vasconcelos, da UFC. Na sequência, vem os painéis “Potencialização de deep techs para o setor de alimentos: da concepção jurídica à estratégia de gestão do desenvolvimento de tecnologias”, com Daniel Pimentel, da Emerge Brasil/SP; “Sustentabilidade e inovação: Ações de impacto e agregação de valor no setor de alimentos e bebidas com os tópicos certificação orgânica de produtos, sistema de compensação de embalagens e certificação B Corp”, com William Araújo da Positive Company; “Como captar recursos de inovação via editais de fomento - aspectos formais e jurídicos”, com Ronara Marques, do SENAI Ceará; e “Inovação aberta: Como a indústria vem impulsionando seus resultados por meio da inovação e criatividade”, com Camila Forte, do SENAI Ceará.

 

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