[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes

Boa noite a todos.

Estamos vivenciando, nesta solenidade, uma ocasião extraordinária. Comemorando os 50 anos do Distrito Industrial de Maracanaú, está sendo lançada uma robusta publicação histórica e analítica sobre o processo de industrialização do nosso estado, e homenageamos, com muita justiça, os governadores que lideraram o Ceará nestes últimos 50 anos e que foram parceiros do desenvolvimento industrial.

Celebrar o cinquentenário do Distrito Industrial de Maracanaú é, pra mim, ao mesmo tempo, um compromisso institucional e uma honraria pessoal.

Enquanto presidente da Federação das Indústrias, FIEC, é meu dever reconhecer e festejar um marco importantíssimo para o nosso estado, para o fortalecimento e para a consolidação da indústria cearense como alavancadora do desenvolvimento econômico e social.

Enquanto industrial, empresário com uma história de 45 anos de atuação, essa comemoração me faz rememorar muitos fatos de minha trajetória, especialmente com a Agripec. Desde minha chegada, em 1986, e durante todos os anos que produzi naquele Distrito, os dias consecutivos que ali trabalhava, até a minha saída em 2007, com a venda da empresa, é impossível dissociar minha história empresarial daquele ambiente e, por isso, trago certa carga emocional para este momento.

Sobre a publicação, este resgate de “50 Anos da Industrialização do Ceará”, por meio de um robusto relato, fruto de profunda pesquisa econômica e política feita pelos autores Pedro Jorge Vianna, Valfrido Salmito e Nazareno Albuquerque, recomendo vigorosamente a sua leitura.

Há pouco mais de um ano, quando foi oferecido à FIEC o desafio de editar e patrocinar a obra, ao lado da AEDI e do Grupo M. Dias Branco, eu já apostava neste resultado. A arrojada proposta de ligar dois momentos marcantes da história econômica do Ceará, a chegada da energia de Paulo Afonso e a operação do Porto do Pecém, denotava que os autores pretendiam sair do caminho fácil de contar a história de modo linear, ambicionando um material especialmente rico.
E o resultado é mesmo surpreendente: o livro “De Paulo Afonso ao Pecém” é, ao mesmo tempo, denso, informativo e de texto fluido.

Ouso dizer, que a leitura da obra que hoje lançamos, é imprescindível para entender como chegamos até aqui. Louvo o amigo Adriano Borges, presidente da AEDI, pela iniciativa e, aos autores me cabe dar os mais sinceros “parabéns”.
Ao descortinar essa história, o livro lança luzes às gestões estaduais que de uma forma ou outra, deram sua contribuição ao nosso desenvolvimento.

A todos os governadores destes 50 anos de engrandecimento para a indústria do Ceará, a Federação das Indústrias, FIEC, e a Associação Empresarial de Indústrias, AEDI, com orgulho conferem a Comenda de Reconhecimento pelos serviços relevantes prestados ao longo dessa jornada histórica.

Camilo Santana, Cid Gomes, Lúcio Alcântara, Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Gonzaga Mota, Virgílio Távora, Adauto Bezerra, César Cals e Plácido Castelo destinaram seus esforços para o progresso que perseguimos continuamente.
Conforme escrevi na apresentação do livro, a capacidade de antever o futuro, a partir das incertezas do presente, é uma das molas mestras que movem o mundo.

Estes homens, ao seu tempo e ao seu modo, portaram-se, em muitos momentos, como motores a impulsionar a nossa indústria.

Como nos detalha o livro: a indústria incipiente que alavancou a partir da energia de Paulo Afonso; a indústria que rompeu as fronteiras de Fortaleza e ganhou novo espaço em Maracanaú; a indústria “de fora” que foi atraída por incentivos fiscais; a indústria de ponta que passou a contar com a infraestrutura do Complexo Portuário do Pecém; e hoje, a indústria que dialoga com o Governo e, com ele, traça novas oportunidades de desenvolvimento para o Ceará. Para momentos diferentes, movimentos diferentes, personagens diferentes. A cada um desses governantes, o nosso reconhecimento pela contribuição disponibilizada.

Meus amigos,

Nesse percurso da história, a nossa FIEC sempre foi atuante em todas as lutas da industrialização do Ceará e nas principais causas da sociedade cearense. Desde Thomás Pompeu de Souza Brasil Netto, arqueiro combativo de Virgílio Távora na saga de Paulo Afonso, ao notável "grupo do CIC", tendo à frente Beni Veras, Tasso Jereissati, Amarílio Macedo e Assis Machado Neto, passando pelos ícones José Flávio Costa Lima e Luís Esteves, a Fernando Cirino, Jorge Parente e Roberto Macedo, a Federação das Indústrias tem sido aguerrida na defesa da indústria forte para uma economia mais sólida e para o desenvolvimento sustentável. 

Nos últimos meses, a situação em que se colocou o Brasil, exige que nos reposicionemos em nossa missão de defesa da indústria. Seguimos defendendo o empresariado, aquele que gera oportunidades, que cria empregos, que inova, que investe, a despeito do momento econômico.

São dias difíceis, mas não convidam ao esmorecimento; são dias de reflexão, mas também de ação; não somos um povo de vencidos. Muito pelo contrário, a determinação nos move e a democracia pertence a todos.

O diálogo pródigo haverá de abrir picadas generosas na nossa caminhada em busca de mudanças sustentáveis na economia e na política. O Brasil nos convoca a assumir papéis mais relevantes, e ao Ceará está reservado um grande destino.

Porque sabemos, meus amigos, que crises econômicas e políticas são cíclicas e um dia passarão. Porém, estamos diante de uma crise muito maior, cujos efeitos podem ser devastadores.  A falta de ética inunda dramaticamente nossa sociedade, com descalabros, prisões, ameaças, revelações e boatarias.

Para onde estamos indo? Que legado vamos deixar para as futuras gerações? Até quando suportaremos esse quadro? 
Nossas instituições estão ameaçadas, e isso traz  prejuízos imensuráveis a todos, empresários, trabalhadores, ricos, pobres, funcionários públicos, profissionais liberais.

Não podemos seguir normalmente, alheios a esta realidade que corre por Brasília e contamina o resto do Brasil.
Temos que nos posicionar e exigir respeito à coisa pública, respeito ao povo brasileiro.

A indústria cearense comemora os 50 Anos do Distrito Industrial de Maracanaú, e, nessa oportunidade, abrimos as portas da FIEC a quantos queiram unir-se nessa empreitada cidadã.

Queremos voltar a compartilhar os sonhos que historicamente florescem nesta Casa. Não podemos e não vamos, meus amigos, perder a nossa vitalidade de guerreiros da cidadania. Nossa trajetória não pode ser e não será em vão. O Brasil há de voltar ao seu caminho e isso depende de nós.

Nossas biografias não nos perdoarão se formos omissos.
Muito obrigado!

Beto Studart
Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará

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