[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes

Meus Amigos,
Boa noite.

Com muita vaidade, tenho o privilégio de abrir essa solenidade comemorativa aos 95 anos do Centro Industrial do Ceará, CIC, entidade importantíssima para a nossa Federação das Indústrias e para a sociedade cearense como um todo.

Desde o seu nascedouro, o CIC se fez protagonista de transformações significativas experimentadas pelo nosso povo e pela economia cearense.  Apesar de reconhecer que o tempo áureo do Centro Industrial do Ceará deu-se a partir de sua maturidade, com quase 60 anos de fundação, considero fundamental ressaltar o quanto é relevante a história vivida, para esta longeva entidade chegar a esses 95 anos, com um desempenho e uma imagem que trazem enorme prestígio para a comemoração de hoje.

Uma vez que história se faz de homens, faço uma referência especial, e reverencio, os pioneiros da instituição, entre eles, o industrial Álvaro da Cunha Mendes, AC Mendes, que, no Correio do Ceará, realizou a reunião fundadora do CIC.

Também reverencio, de modo muito particular, pelo legado que deixaram para o associativismo do nosso setor: Thomaz Pompeu de Sousa Brasil, o primeiro presidente do CIC, em 1919, avô do segundo presidente da FIEC, Thomaz Pompeu de Souza Brasil Netto; e Antônio Diogo de Siqueira, um dos signatários do estatuto original do CIC, pai do nosso primeiro presidente da FIEC, Waldyr Diogo.

Gratificante também é saber que as razões do comprometimento do CIC com o bem-estar coletivo já estavam presentes nos primeiros Estatutos, que exigiam uma postura reconhecidamente ética e moral para o ingresso no seu quadro de associados.

Exigiam ainda a manutenção de um relacionamento harmonioso entre a classe industrial associada e as entidades representativas dos trabalhadores. Eram normativos que demonstram a austeridade dos nossos antecessores e que hoje são pressupostos de nossas atuações.

Os anos passaram, o mundo atravessou uma grande guerra que transformou profundamente todo o cenário mundial, mas o compromisso com o desenvolvimento econômico e social do nosso Estado permaneceu entre aqueles que faziam o movimento associativo industrial do Ceará. 

Veio 1950, e foi fundada a FIEC, assumindo a defesa das questões cotidianas ligadas, prioritariamente, às relações produtivas, e o CIC ficou com a missão específica de dar voz aos anseios políticos da classe industrial.

Quando as duas instituições vieram ser coligadas, a partir de 1959, passaram a ter o mesmo presidente, começando pelo estimado Waldyr Diogo; e assim seguiu até o fim da década de 1970, quando se anunciava a democracia no Brasil.

Foi então que a história do CIC tomou um novo caminho. Diante da movimentação profícua de um grupo de jovens empresários, cheios de energia para promover as mudanças que o Ceará precisava, o grande presidente José Flávio Costa Lima abriu o espaço reivindicado para o jovem grupo, possibilitando o CIC assumir uma posição de grande destaque no cenário político e econômico do nosso Estado.

Nascia um novo modo de fazer política no Ceará, sob a liderança de um obstinado, um executivo de rara capacidade intelectual, nosso amigo Beni Veras. Nascia um novo CIC, que chamou para si a responsabilidade de criar no Ceará uma ambiência adequada às mudanças desejadas por todos os cearenses de bem.

Nos anos seguintes, o Centro Industrial do Ceará se fortaleceu como um grande fórum de estudos e de debates acerca dos problemas locais e nacionais, onde predominava a preocupação com o papel do Estado na economia e com a moralidade da administração pública.

Um grupo vigoroso, entre eles nossos amigos Tasso Jereissati, Assis Machado Neto, Amarílio Macedo, Sergio Machado, eram as pessoas certas, empunhando as bandeiras certas, no tempo certo. E então, nosso grande amigo Tasso, com 38 anos de idade, foi eleito Governador, começando, efetivamente, um tempo de mudanças para o Ceará.

O reordenamento geral promovido no Governo Tasso trouxe para nós, defensores da “livre iniciativa com responsabilidade social”, grandes expectativas e muita esperança, e o Ceará tornou-se um Estado atraente para novos investimentos e para grandes empreendimentos. Com a credibilidade conquistada, crescemos, ampliamos nossos horizontes econômicos e culturais, viramos referência nacional.

Hoje, teremos o privilégio de ouvir o relato pessoal de um dos personagens mais marcantes dessa história. O amigo Tasso Jereissati, hoje senador, empresário, industrial, segue, na política, uma trajetória que é motivo de orgulho para o CIC, para a indústria e para o Ceará. Certamente, o que vamos ouvir, trará uma inspiração ainda maior para seguirmos o papel de agente de transformação, na FIEC e no CIC.

Também é necessário nesta noite, meus amigos, ressaltar a importância do livro “Centro Industrial do Ceará – 95 anos”, escrito pelas mãos competentes de Cláudio Ferreira Lima, este cearense que teve o privilégio de participar intensamente de momentos ricos do CIC e de todo o estado. A assinatura de Cláudio Ferreira Lima é a certeza de que esta obra não é, definitivamente, apenas mais uma sobre o CIC, ela é especial.

Normalmente, por relatos similares de fatos e nomes, sugere-se, então, que a história de quase um século do CIC esteja dividida a partir de três marcos: o primeiro, a sua fundação; o segundo, quando incorporou-se à FIEC; e o terceiro que levou a força da indústria para o Governo, transformando o Ceará.  É uma verdade, e esta história rende merecidas homenagens, como a de hoje.  

Mas o tempo avança, em sua marcha firme e vamos acumulando novos e recentes fatos, a montar um quebra-cabeças que vai virar história em alguns anos. Com foco nas atividades e personagens desta história que se constrói agora, destaco um momento especial, quando o CIC, sob o comando da nossa querida Nicolle Barbosa, travou uma jornada para levar ao Brasil um outro olhar sobre o nosso Nordeste.

Com o apoio firme e decisivo da FIEC, presidida pelo amigo Roberto Macedo, o movimento “Integra Brasil” desenvolveu estudos e mobilizou setores diversos da sociedade para mostrar ao resto do país que o Nordeste não pode mais ser encarado como problema, porque somos, na verdade, um grande celeiro de soluções e de oportunidades para a consolidação de um desenvolvimento equilibrado para o Brasil. O “Integra Brasil” é um movimento que não caduca, e terá sua continuidade, porque entendemos que é nosso papel ser o motor das transformações que acreditamos.

Percebam que passamos a falar, com entusiasmo, de presente e também de futuro. Porque nada melhor do que usar uma bela história de 95 anos como inspiração e motivação para seguirmos adiante. Há uma semana, estávamos também a celebrar, com uma bela festa, os 65 anos da nossa FIEC. 

Temos muito a comemorar na trajetória dessas entidades, meio irmãs, meio mãe e filha, e sempre parceiras. E temos ainda muito mais a construir com elas para os anos que virão. Vamos continuar traçando caminhos de fortalecimento para a nossa indústria, de desenvolvimento para o nosso Estado, e prosperidade para a nossa gente.

Para finalizar, agradeço ao amigo Zezinho Vasconcelos, que preparou esse grande momento de celebração e pela oportunidade de estamos juntos, em mais uma festa de união, de trabalho, de parceria. Zezinho nos dá um exemplo de cidadão, de construtor de ideias, atraindo personalidades do mundo intelectual para dar continuidade para os pensamentos modernizantes que nossa sociedade necessita. Todo o CIC e toda a FIEC, nas suas totalidades,  lhe abraçam e lhe agradecem, desejando muito sucesso.

Um forte abraço e boa noite a todos.
BETO STUDART
11 de maio de 2015

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