[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes

Discurso no lançamento do edital Funcap-Inovafit Fase 2/2018 - 05 de julho de 2018

Senhoras e senhores aqui presentes, muito bom dia.

Hoje é uma data especial para esta Federação por receber um seleto grupo de representantes do setor produtivo, da academia e do poder público, reforçando a profícua relação que temos mantido nos últimos anos. O lançamento do edital Funcap - Inovafit e a apresentação do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Ceará, me orgulham como presidente da FIEC, por simbolizar dois marcos para a ciência e o setor produtivo cearense. Isso revela que a aspiração de todos nós, que acreditamos no sonho da aproximação da universidade com o setor privado, vira realidade e dá os frutos que tanto almejamos.

Em nenhuma nação desenvolvida, academia, Estado e setor produtivo atuam de forma separada. Os grandes desafios da humanidade só foram superados quando a ciência, os governos e a iniciativa privada caminharam na mesma direção. Foi assim no Japão do pós-guerra através dos investimentos dos países vitoriosos na recuperação nipônica, que conseguiu formar um grande número de profissionais e de cientistas para reerguer aquela nação.

Cito ainda o modelo sul-coreano que até a segunda metade do século passado, tratava-se de um país eminentemente agrário. Hoje, é uma potência no segmento agrícola, produzindo e exportando desde grandes navios a produtos eletrônicos de última geração, sendo uma das economias mais avançadas do planeta.

O primeiro passo para esta mudança se deu com a adoção de uma política educacional forte, que reduziu o analfabetismo de 78% para 2%. Impressionante. Outro ponto de destaque foi a política de fortalecimento do setor empresarial, com foco no incentivo à inovação tecnológica, razão do seu reconhecido desenvolvimento.

Governador Camilo, estes exemplos reforçam a certeza de que o papel dos governos deve ser cada vez mais voltado ao estímulo às ações empreendedoras por parte da sociedade. Políticas de estado bem orientadas a atender aos anseios da população, jamais devem se sobrepor ou interferir na iniciativa privada, muito menos tolher a capacidade criativa dos empreendedores. Ao Estado compete oferecer as condições objetivas para que as pessoas possam se desenvolver efetivamente, criando a infraestrutura necessária para esse crescimento.

Somos nós, setor produtivo, os que de fato fazemos a economia avançar; somos nós que produzimos renda e geramos riqueza. Ao mesmo tempo, cabe à universidade o papel de promover o conhecimento, oferecendo a base para que se evolua na perspectiva da produção de bens e serviços, que tragam prosperidade.

Governador, o ambiente físico em que nos encontramos hoje, aqui na FIEC, com a presença de cientistas, empresários da indústria, do comércio e de demais setores da iniciativa privada, é extremamente auspicioso. Pois representa uma devolutiva de tudo aquilo que vimos construindo ao longo destes anos, que é a aproximação com os melhores propósitos. Entendo a busca pelo conhecimento como um ato supremo, por se tratar de gesto que ultrapassa as barreiras do lugar comum. Os grandes descobridores foram visionários a seu tempo, lutadores, muitas vezes, em batalhas inglórias por seus sonhos. Mas o que seria da humanidade sem esses atos de rebeldia? Da mesma forma, nenhum conhecimento, por mais nobre que seja, por mais dolorosa que signifique a sua construção, pode ser um fim em si mesmo, que termine como algo estanque.

Se a construção desse conhecimento é ato isolado em certos momentos, jamais a sua concretização pode ser individualizada ou personalizada. A evolução da humanidade é pródiga em exemplos do quanto a disseminação do saber legou ao homem. Diria sem receio, que disseminar o saber talvez seja o mais nobre dos gestos de doação do ser humano. E doação, meus amigos, é um gesto de amor. E amor traz prosperidade, traz riqueza no sentido do crescimento pessoal. Na era da incerteza, onde informação vira vantagem competitiva, prescindir desse ativo é apostar no atraso.

Diria ainda, que o nosso desafio, na tríade iniciativa privada, setor público e universidades, está na capacidade de popularizar o saber, de colocá-lo em prática e vivenciá-lo. A pesquisa básica é fundamental para a formação de cientistas, mas a pesquisa aplicada é essencial para o avanço e o atendimento das necessidades da sociedade.

No Brasil, mais de 80% da pesquisa é realizada por universidades públicas, especialmente as federais, e isso precisa ser compartilhado de maneira efetiva com a sociedade. É necessário coragem para colocarmos isso à mesa.

Nos países desenvolvidos os cientistas são bem remunerados e deve ser sempre assim, pois seu trabalho é em prol das pessoas. Por que no Brasil insistimos em um modelo que afasta as mentes brilhantes da universidade, das mentes futuristas do setor produtivo? Por que é tão difícil em nosso país a liberdade de nos desafiarmos como geradores de saber? Quando vejo o conceito do Parque Tecnológico da UFC, me animo com novas possibilidades, pois o Parque funcionará como uma ponte, estimulando e facilitando investimentos em inovação tecnológica. Meus parabéns ao Reitor Henry e a todo o seu staff no amadurecimento da ideia e na sua implantação.

Meus amigos, sabemos que os recursos postos à disposição do Inovafit, podem e devem ser ampliados nos próximos anos. Mas quando o governo assume o compromisso de ampliá-los como agora, aposta na capacidade das empresas atuarem irmanadas com os centros de pesquisas. Ressalte-se o caráter virtuoso da destinação desses recursos, fato muitas vezes raro quando se trata de gestão pública. Essa é a verdadeira visão do estadista, tão bem demonstrada pelo governador Camilo, que se preocupa com o dia-a-dia e sabe que o seu legado está voltado para a transformação de gerações.

Meus amigos, a FIEC tem a dimensão de seu papel como elemento de construção de um Ceará forte, com foco na prosperidade e no desenvolvimento. É assim que pensamos e conduzimos nossas atividades, voltadas para as grandes causas, para a troca de experiências que nos façam sempre olhar para a frente. O campo do conhecimento é uma área que nos instiga e estimula, porque é introjetando esse conceito que manteremos nossos negócios competitivos e faremos o Ceará avançar.

É esse olhar alargado que nos permite ter orgulho de projetos como o Programa para Desenvolvimento da Indústria e o Observatório da Indústria. Ações que sem sombra de dúvidas, deixarão para o Ceará e o Brasil, um trabalho a ser perpetuado por gerações. Por meio dessas iniciativas estamos discutindo e apresentando potenciais econômicos, perfis profissionais, caminhos para a inovação, e estratégias de sustentabilidade.

Tudo em um contexto que gira em torno da inteligência como nosso bem maior. Destaco que essa produção intelectual já tem sido objeto de usufruto pela academia, na linha do que propomos como disseminação do conhecimento.

Senhores, há no Ceará um espaço arejado, transparente e limpo em termos de gestão pública que nos entusiasma a continuarmos perseverando em busca de um alinhamento patriótico. Precisamos aproveitar ao máximo esse ambiente, seguindo nossa luta como missão destinada àqueles que nunca se conformam com o subdesenvolvimento e rejeitam a miséria como condição natural.

Muito obrigado.

Tenham todos um bom dia!!! 

Indique para:

Newsletter:

(85) 3421.5473 / Av. Barão de Studart, 1980, Aldeota - Fortaleza-CE
© Todos os direitos reservados ao CEDIP