[Discurso] Jorge Alberto Vieira Studart Gomes
Discurso no encontro do Lide Ceará com governador Camilo Santana - 23 de março de 2018
Meus amigos, boa tarde.
Estamos mais uma vez reunidos através do LIDE para ouvirmos um grande nome na perspectiva de pensarmos no desenvolvimento do nosso Estado e do País. Nesta edição, os organizadores deste evento, sob a liderança excepcional da executiva Emília Buarque, foram extremamente felizes ao nos trazer para esta conversa o governador Camilo Santana, homem talentoso, vocacionado para o serviço público e talhado para a condução dos destinos do Ceará em momento tão complexo de nossa conjuntura política e econômica.
Governador Camilo,
O senhor sabe do apreço pessoal que lhe dedico e da admiração que nutro pelo seu modo especial de lidar com a coisa pública, ouvindo, argumentando, e usando a sua prerrogativa para decidir, sempre com o melhor senso, com o melhor olhar, diante de sugestões que lhes são dadas por vários representantes da sociedade cearense.
Nós, membros do setor privado e em especial como integrantes da Federação das Indústrias, temos tido ao longo desses anos um espaço privilegiado de convivência institucional que nos anima a cada dia a continuarmos exercendo plenamente nossa cidadania, por sentirmos que existe uma confiança mútua, por serem nossas propostas voltadas para o desenvolvimento do nosso Ceará, por serem justas e coerentes. Nossa preocupação é sermos um veículo de boas ideias.
Meus amigos,
Abordei em outras ocasiões essa frutífera parceria entre o governo estadual e a iniciativa privada, da qual resultaram ações concretas, as quais podemos citar, como exemplos, a criação da Secretaria do Desenvolvimento Econômico; a criação da Sub-Secretaria de Energia e Mineração; o Polo Químico de Guaiúba; a parceria no Projeto Ceará 2050 através das nossas Rotas Estratégicas, instrumento de muita inteligência envolvendo a própria Federação, universidade, sociedade e o poder público.
Ressalte-se que muitas dessas iniciativas surgiram da Agenda da Indústria, documento elaborado pela FIEC e entregue às mãos do governador, antes mesmo de assumir a gestão estadual.
Ações sugeridas de maneira transparente, como deve se dar a relação das instituições de classe com o poder público, com o Governador, assumindo verdadeiramente nosso papel como instâncias de representação da sociedade, sempre com o olhar voltado ao desenvolvimento econômico e social.
Governador,
Nos países do primeiro mundo, as instituições de classe são elementos de complementação, junto às esferas públicas, dos anseios maiores das comunidades. Pensando na nossa federação como se fosse uma pessoa, tenho certeza que age como uma verdadeira estadista, com foco na prosperidade, na educação e no desenvolvimento para o presente e para o futuro.
Na FIEC, temos a convicção de que instituições de classe fortes são a força motriz para uma economia forte e é assim que conduzimos as relações e as atividades, incluindo nossas casas de serviço, SESI e Senai, que atuam para oferecer melhor qualificação e qualidade de vida aos trabalhadores da indústria.
É nesse sentido, amigo Camilo, que hoje volto a exaltar o brilho da relação construída entre governo e FIEC, para tocar em um tema que para nós empresários é de vital importância, que é a Inovação. Nesses últimos quatro anos, vimos repetindo essa palavra constantemente na perspectiva de que, é introjetando o conceito que manteremos os nossos negócios, garantindo elementos fundamentais como competitividade e conquista de novos mercados.
Governador,
Estamos atentos aos desafios que temos pela frente, ciosos de que precisamos aproveitar as oportunidades que nos trarão prosperidade. Se antes, a inovação acontecia em um ritmo que poderia significar uma geração, hoje o tempo é outro.
A sociedade tem pressa, quer novos produtos e novas soluções de forma imediata. O que foi novo ontem, já é passado hoje e é nossa obrigação fazermos essa roda girar para manter nossas indústrias dinâmicas e atentas aos apelos de forma global.
O documento "Oportunidades para Indústria 4.0: aspectos da demanda e oferta no Brasil", apresentado recentemente pela Confederação Nacional da Indústria, identificou que de 24 setores da indústria brasileira, 14 precisam adotar com urgência estratégias de digitalização para se tornarem internacionalmente competitivos. Esse estudo cruzou dados de produtividade, exportação e taxa de inovação de diversos setores industriais brasileiros e os comparou ao desempenho dos mesmos segmentos nas 30 maiores economias do mundo, que, juntas, representam 86% do PIB mundial.
Em geral, esses segmentos apresentam produtividade inferior à média internacional e baixa inserção no comércio exterior e o seu grau de inovação é bastante heterogêneo.
Governador,
Podemos melhorar esse quadro e o Estado do Ceará talvez seja hoje, no Brasil, o que ofereça um ambiente mais propício para pensarmos em um pólo de produção intelectual, como norte para futuras conquistas nos campos da ciência e da tecnologia.
Nos últimos dois anos, demos passos largos através da boa aplicação dos recursos de editais da Funcap, destinados efetivamente para pesquisas acadêmicas alinhadas à indústria e ao desenvolvimento. Precisamos ampliar essa disposição governamental para consolidar a aplicabilidade do conhecimento gerado nas universidades e nos centros de ciências do nosso estado.
Saiba, amigo governador, que nós empresários encaramos a conexão entre setor produtivo, academia e setor público como um prazeroso desafio e nos sentiremos honrados, mais uma vez, por contribuir para o crescimento do Ceará.
Sabemos que esses são os seus propósitos para o Ceará e temos certeza que a cultura criada nos últimos anos pelo senhor, junto à sua qualificada equipe de secretários e executivos, está consolidada e deverá ser perseguida como uma Política de Estado. Alinhados nessa direção, a Federação das Indústrias sente-se engrandecida por fazer parte desse momento tão importante da história do Ceará.
Muito obrigada a todos e um forte abraço.
BETO STUDART
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