Bom dia a todos os presentes a esta solenidade de abertura do
Fórum Internacional da Indústria – Desafios para um futuro competitivo e sustentável.
Saúdo e agradeço a presença do pró-reitor da Universidade Federal do Ceará, meu amigo de infância, Gil de Aquino, que aqui representa o Prof. Jesualdo Farias. Gil é um homem dedicado ao conhecimento e engrandece a Universidade e também esse evento, que nasceu da compreensão que a relação firme, constante e sistemática entre a Universidade e a Indústria pode nos trazer grandes frutos.
Saúdo também Joaquim Cartaxo, Superintendente Estadual do Sebrae, que também assina este evento, e tem sido importante parceiro da FIEC na construção de novos caminhos. Nossas instituições tem desenvolvido ações e atividades complementares, sempre voltadas para a atenção efetiva e apoio concreto aos empresários e aos empreendedores do Ceará.
Meu bom dia muito especial também ao amigo Aluísio Filho, presidente do Sindroupas, uma jovem liderança que, demonstrando sintonia com ideias avançadas, contribuiu de modo todo especial para a realização deste Fórum, tendo participado de sua gênese. No nome de Aluísio, junto aos nomes dos amigos Germano Maia, presidente do Sinditêxtil, e Marcus Venícius, presidente do Sindconfecções, líderes da cadeia têxtil, apoiadores, em bloco, deste Evento, faço minha saudação a todos os empresários aqui presentes.
Além de tocarmos o dia a dia em nossas empresas, o que já demanda muito da nossa energia, meus amigos industriais, estamos aqui por reconhecer a importância de buscarmos conhecimento e atualização para sermos mais competitivos e produtivos para que possamos superar esse momento atual da realidade brasileira, que nos aflige e nos impõe posicionamento pró-ativo.
Professor Steve Evans, diretor do Centro para a Sustentabilidade Industrial no Instituto para Manufatura da Universidade de Cambridge, considerada a maior e melhor Universidade da União Européia;
Professor Glenn Morgan, professor na Cardiff Escola de Negócios, no País de Gales, que tem entre as suas linhas de estudo a ascensão dos BRICs, especialmente o Brasil;
Professor Robson Rocha, doutor da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, mestre em Ciências Ambientais da Universidade de São Paulo, que é prata da casa, um cearense danado, PhD em Economia e Negócios, professor adjunto na Escola de Negócio de Copenhagen;
Em nome desses três ilustres, grandes nomes do pensamento acadêmico conectado com o mercado, com a produção e com a indústria, de modo especial, saúdo e agradeço a presença dos palestrantes que vieram trazer suas reflexões para alimentar essa plateia de informação e de ânimo para empreender com base nos pilares da sustentabilidade, para nos tornar mais competitivo e para elevar nossa produtividade.
Um abraço carinhoso à nossa querida Nicolle Barbosa, Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará, amiga desta Casa, parceira da Indústria. Nicolle, sua presença era imprescindível neste momento. Muito bom tê-la mais uma vez conosco, em mais uma ocasião de fortalecimento dos laços entre o Governo e o setor produtivo organizado e também a Universidade.
Professora Monica Abreu, coordenadora da pós-graduação em Administração e Controladoria da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da UFC, estudiosa com passagem marcante em universidades importantes, pessoa de admirável energia, que trouxe até a mim a ideia, a programação e os principais nomes deste encontro. Professora Mônica, que prazer ter conhecido sua sagacidade e a sua postura e sua iniciativa. Em seu nome, saúdo de modo especial todos os professores e também estudantes que estão aqui, aproveitando a grande chance de ouvir pessoalmente grandes nomes do pensamento mundial sobre os temas mais caros da modernidade: Sustentabilidade, Produtividade, Competitividade, Inovação.
Espero que o dia lhes seja bem proveitoso, e, principalmente, que usufruam da riquíssima convivência entre pesquisa, mercado e governo. Uma oportunidade ímpar que, esperamos, seja cada vez mais frequentes.
Meus amigos,
Bom dia!
É com muita satisfação e entusiasmo que realizamos, nesta terça-feira, um grande encontro para pensar acerca da Indústria, para discutir em torno do futuro da nossa atividade, nas perspectivas da sustentabilidade e da competitividade, buscando refletir e formatar propostas e estratégias de fortalecimento, numa colaboração ampla e profícua entre Universidade, Indústria e Governo. Realizar este Fórum aqui, na Casa da Indústria, pela Federação das Indústrias, pela Universidade Federal e pelo Sebrae, com a presença ativa do governo estadual, é bem emblemático e animador.
Num cenário em que a atividade industrial decresce mês a mês, sabemos o quanto é urgente que tenhamos um reposicionamento de nossa indústria brasileira e, notadamente, a cearense, para ultrapassarmos as dificuldades que estão postas a nós, nos habilitando a atravessar esta fase e, principalmente, a nos fazer mais forte após essa travessia.
Sabendo que não trago novidades acerca do cenário em que vivemos, considero importante compartilhar com vocês alguns dados. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, a CNI, ao longo dos últimos quatro anos, a indústria de transformação recuou 3,7 pontos percentuais na participação do PIB. Estudos da Federação das Indústrias de São Paulo revelaram que o Brasil ficou na 39ª posição em uma lista com 43 países em um ranking que avalia os países de acordo com as condições sistêmicas de concorrência internacional, significando que estamos sem competitividade com relação a outros países do mundo.
Em dados recentes, também segundo a CNI, o faturamento real da indústria no Brasil vem em curva descendente, tendo sido janeiro o terceiro mês consecutivo de queda, com 2,6% menor que o faturamento registrado em dezembro. A utilização da capacidade instalada é outro exemplo, tendo ficado, em janeiro 0,3 ponto percentual abaixo do resultado de janeiro do ano passado.
No âmbito do nosso Estado, para ilustrar para nossos convidados, principalmente os de fora do Brasil, em pesquisa realizada pela nossa própria Federação, 65% das indústrias cearenses assumem possuir problemas com mão-de-obra qualificada, e os empresários indicam que a má qualidade da educação básica é o principal entrave para qualificar seus funcionários.
No Ceará, mais de 80% dos setores industriais estão alocados nos grupos média-baixa e baixa intensidade tecnológica, elevando a necessidade da atração e desenvolvimento de setores intensivos em tecnologia. Para fins de comparação, enquanto 11% das riquezas do setor industrial cearense advém de setores de alta intensidade tecnológica, no País esse número supera 31%.
Todos esses são dados não apenas preocupantes, mas alarmantes. O sinal de alerta tocou faz tempo e não temos outra opção a não ser trabalhar muito para transformar esse cenário!
Infelizmente, a conjuntura política nacional influencia diretamente e também tende a nos abater. Em decorrência dos desgovernos nos últimos anos, em que anomalias impostas pelo Governo Federal, por meio de medidas econômicas sem planejamento e desconexas com as verdadeiras necessidades do desenvolvimento, nosso cenário de dificuldades objetivas se avoluma. Em um único exemplo, cito a tarifa de energia elétrica que, no Ceará, deve ter aumento de inacreditáveis 64,46% para o Consumidor de Alta Tensão, que são as grandes indústrias, e de 35,26% para os Clientes de Baixa Tensão, que são as pequenas indústrias. Antevemos impactos elevadíssimos para nossa atividade.
Por outro lado, temos a séria crise institucional na qual o Brasil encontra-se mergulhado por graves e recorrentes denúncias, e vemos desestabilização política e descrédito do mercado diante das estruturas governamentais, numa incrível deterioração das instituições. Tudo isso impacta, evidentemente, na nossa economia.
Mas a nossa força, a resistência da nossa sociedade e, em especial, do setor produtivo, estão aqui pra fazer o contraponto, para remar nessas águas turbulentas e seguir adiante. No último domingo, com o espírito renovado na experiência nas praças, enchemo-nos dessa energia voltada para o engrandecimento, para a vitória e não para a derrota.
Então, meus amigos, temos muito a avançar, reposicionando a nossa Indústria num cenário nacional e mundial, onde temos muito terreno a conquistar. Está claro que precisamos atualizar nossos métodos de gestão, processos e desenvolvimento de produtos, de modo a dar maior competitividade às nossas empresas.
Temos a obrigação de adotar estratégias fincadas em produtividade, inovação e sustentabilidade nas dimensões econômica, ambiental e também social.
Imerso em um realismo dramático, minha alma, como quem me conhece já sabe, é positiva. Estar hoje aqui, reunindo essa quantidade de pessoas e pensamentos, me deixa animado para continuar construindo, seguir transformando, perseverar no desenvolvimento. Estamos aqui para poder refletir como podemos destinar melhor nossos esforços e, com cooperação dos conhecimentos diversos e das experiências distintas, vencer juntos. Esse é o nosso desafio!
Para encerrar, desejo um dia produtivo e que este Fórum Internacional da Indústria nos traga engrandecimento. E reitero que esta Casa sempre estará aberta para encontros dessa natureza e desta magnitude, e, principalmente, estará junto daqueles que se propõem a construir, de modo coletivo, novas maneiras de crescer, de desenvolver, de transformar, para melhor, a realidade em que vivemos.
Um abraço forte e bom dia a todos.
BETO STUDART
17 de março de 2015