Ceará Design 2025 tem início no Museu da Indústria com exposição de design local e debate sobre economia criativa

O Museu da Indústria deu início, nesta terça-feira (30/09), ao Ceará Design 2025, segunda edição da semana, dedicada à valorização do design cearense e à reflexão sobre seu papel no desenvolvimento da indústria e da economia local. Aberta e gratuita, a programação inclui palestras, oficinas e exposição, com a presença de profissionais, pesquisadores e estudantes da área. As atividades seguem até sábado (04/10). As inscrições são realizadas pelo Instagram do Museu.

O primeiro dia de evento — fruto da parceria entre o SESI Ceará e o SESI Nacional e apoiado pelo SENAI Ceará — foi marcado pelo diálogo sobre os números da Economia Criativa. Abordando o panorama da indústria da criatividade no Brasil e no Ceará, a palestra de abertura da programação teve a participação de Paulo Victor Ramalho, Especialista em Economia Criativa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN); Pâmela Dias, Gestora do Armazém da Criatividade, Inovação e Tecnologia; e David Guimarães, Especialista em Inteligência Competitiva do Observatório da Indústria Ceará.

O debate apresentou números sobre o mercado criativo nacional, que inclui áreas como tecnologia, mídia, consumo e cultura, e a contribuição destas atividades para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que totalizou R$ 393,3 bilhões em 2023, segundo dados do Mapeamento da Indústria Criativa 2025, estudo realizado pela FIRJAN.

Além da palestra, foi inaugurada a exposição principal do evento, com itens de moda, design industrial, mobiliário, entre outras peças assinadas por cearenses. Um dos destaques da mostra é o capacete de respiração assistida Elmo, desenvolvido a partir da parceria entre a FIEC, por meio do SENAI Ceará, universidades, e instituições públicas e privadas do Ceará. O mecanismo foi eleito o melhor case de inovação do Brasil em 2022, durante premiação do 9º Congresso Nacional de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“O Ceará Design 2025 tem duas vertentes. A primeira é a exposição aberta ao público, que mostra aos visitantes diversos produtos industriais cearenses feitos por designers cearenses, começando com o capacete Elmo, uma peça icônica que representa a nossa capacidade inventiva em um momento de crise e que teve produção e design feitos no Ceará”, afirma Luis Carlos Sabadia, Gestor do Museu da Indústria. “Já a segunda linha são os seminários e oficinas que trazem a possibilidade de formação para estudantes, profissionais e todos aqueles que têm interesse na área”, acrescenta.

Segundo Sabadia, as atividades de formação profissional foram elaboradas em colaboração com a área técnica do SENAI Ceará, com foco em setores industriais que apresentam demandas por capacitações relacionadas ao design, a exemplo dos segmentos de moda, calçados e móveis. “São segmentos com importância muito grande no desenvolvimento econômico, no sentido de empregos gerados e faturamento. Queremos trazer para a nossa exposição e para os nossos seminários os assuntos que precisamos refletir para a formação das pessoas que estão atuando nessas indústrias”, explica o Gestor do Museu.

Para o Técnico em Design do SENAI Ceará, Deoclys Bezerra, o evento também pretende fortalecer o papel da instituição como elo de ligação entre designers cearenses e setor produtivo. "O SENAI promove a formação desde o operacional ao tático. Estamos propondo soluções estratégicas em educação para ajudar a indústria, mas, para construir uma identidade local, com produtos que tenham a nossa cara e que sejam reconhecidos como cearenses, precisamos fazer essa aproximação”, diz.

Deoclys ainda destaca que a parceria entre SESI, SENAI e Museu da Indústria vem para consolidar o equipamento cultural como hub de fomento educacional para o design. “Não é só fazer uma ponte, mas trabalhar para que o Museu se torne um espaço de educação profissional, qualificação e aperfeiçoamentos”, complementa.