Promovido pelo SENAI Ceará, Simpósio da Indústria do Trigo reúne profissionais da área e marca conclusão de turma do curso de Moleiro
Com o tema “Atuação dos moinhos no ano 2024”, o SENAI Ceará promoveu, nesta quinta-feira (12/12), a 4ª edição do Simpósio da Indústria do Trigo, evento que também marcou o encerramento de mais uma turma do curso de Moleiro ofertado pela instituição. A programação, realizada no SENAI Centro, incluiu palestras com representantes dos principais moinhos cearenses sobre o desempenho do setor no Estado e o mercado de trabalho na área.
“O Simpósio da Indústria do Trigo é a culminância do processo educacional que nós oportunizamos para os moleiros. Ele é o grande fechamento dessa qualificação profissional que, hoje, possui um novo itinerário de 500 horas/aula, desdobrados entre educação à distância e a parte presencial”, afirma a Gerente da Unidade do SENAI Centro, Alcilane Mota. “O SENAI tem uma tradição nacional em formar moleiros para o setor da moagem e, nesse ano, nós estamos chegando à 41ª turma. A indústria moageira necessita de um profissional que tenha uma vivência e um alto conhecimento do grão e do trigo. O curso do moleiro possibilita ter várias experiências de manipulação, testagem, da parte laboratorial, dos processos de industrialização e da cadeia como um todo”, acrescenta.
Ao todo, 15 homens e mulheres celebraram a conclusão do curso nesta quinta-feira. Segundo o Especialista técnico da área de alimentos e bebidas do SENAI Ceará, Willame Alberto, a formação foi criada na década de 1980 para atender à demanda por mão de obra capacitada nos moinhos cearenses. Já o Simpósio acontece desde 2021, como forma de complementar o aprendizado.
“O Simpósio foi pensado para ampliar a interação com os moinhos e os parceiros. Este é o quarto ano de evento e, para a próxima edição, estamos planejando um modelo diferente, levando o encerramento do curso para dentro dos moinhos”, destaca Willame.
O evento contou com a participação do Gerente técnico da US Wheat Associates e Engenheiro de molineria, Andres Saturno; do Coordenador industrial da J. Macêdo, Aldemiro Rodrigues; do Gerente Industrial de Moinho da M Dias Branco, Mário Abrantes; e do Gerente de Produção da Grande Moinho Cearense, Christiano Lima.
Para Andres Saturno, o trabalho do SENAI Ceará na formação de moleiros é essencial para o desenvolvimento da indústria, em especial diante da carência de capacitação de muitas pessoas que já atuam no segmento. “Os moleiros quase nunca têm treinamento, são pessoas que muitas vezes aprendem no sítio a moer e a ver como funcionam os equipamentos. Então, ter uma escola para eles aprenderem, conhecer o processo, saber qual é a melhor qualidade de farinha e também a trabalhar com padaria é vital para a indústria e para todos”, salientou.
Representando a J. Macêdo, o Coordenador Industrial Aldemiro Rodrigues apresentou as atividades da empresa e ressaltou que a indústria de moinhos de trigo está em constante crescimento no Brasil, demandando cada vez mais profissionais qualificados.
“Esse engajamento do SENAI junto às empresas de moinho de trigo é enriquecedor, porque no mundo atual, onde a tecnologia está bem avançada, andar de mãos dadas é fundamental para que haja um crescimento contínuo e o resultado seja próspero”, pontua Rodrigues. “Para nós, estar aqui hoje também é importante para que haja a interação com os profissionais. É interessante que os moinhos abram suas portas para que os alunos possam aprender sobre cada empresa”, completa.
Ex-aluno do curso de Moleiro do SENAI Ceará, Christiano Lima, da Grande Moinho Cearense, parabenizou os concludentes e afirmou que o Simpósio é uma oportunidade de repassar os conhecimentos adquiridos ao longo de mais de 30 anos de carreira.
“Sou da turma de 1992 e vivenciei grandes momentos devido ao curso de Moleiro. É uma formação que faz todo sentido desde que você tenha incentivo e as ferramentas adequadas. O mercado é muito desafiador, porque, com a transição digital, o moleiro poderá competir com as máquinas. Mas acredito que é uma profissão que nunca vai acabar. O moleiro tem que sentir, regular, conversar com as máquinas. Isso exige uma formação holística, não só técnica, mas também comportamental”, diz Christiano.