Indústria associada ao Sindroupas celebra quatro anos de atuação no Sistema Prisional do Ceará empregando mão de obra de pessoas privadas de liberdade

05/11/2024 - 14h11

A Protservis, indústria especializada na fabricação e comercialização de fardamentos profissionais, celebrou na sexta-feira, 1/11, quatro anos de operação na Unidade Prisional Vasco Damasceno Weyne, em Itaitinga, onde emprega mão de obra exclusiva de pessoas privadas de liberdade na confecção de seus produtos.

Em celebração à data, a indústria, associada ao Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário no Estado do Ceará (Sindroupas), promoveu uma confraternização com os internos, demais empresários que atuam no sistema prisional, diretores e coordenadores das unidades prisionais.

Atualmente, 54 internos estão envolvidos na produção de fardamentos da indústria na unidade prisional, atuando nos setores de costura e acabamento. Eles produzem aproximadamente 7 mil peças costuradas e 18 mil peças acabadas por mês.

A capacitação dos trabalhadores é realizada por organizações profissionalizantes como o SENAI Ceará. Desde o início das atividades da Protservis na unidade, 125 internos foram capacitados e adquiriram habilidades para operar múltiplas máquinas, tornando-se profissionais polivalentes.

O diretor-geral da Protservis, Raimundo Recamonde, foi homenageado na ocasião por sua contribuição com a qualificação profissional e ressocialização das pessoas privadas de liberdade da unidade. “Estou muito feliz com o reconhecimento de todos vocês. Jamais recebi uma homenagem como essa em toda minha vida. Estamos aqui com três colunas importantes: o Estado, os empreendedores e a força motora, a mão de obra do trabalho. A nossa união pode fazer milagres. Que vocês possam estar cada vez mais prontos para se tornarem ainda melhores no que fazem”, falou aos internos trabalhadores.

A estilista e modelista da Protservis, Marlucia Braga, parabenizou os internos pelo trabalho desenvolvido. “A responsabilidade de cada um foi além de confeccionar peças. Foi sobre se tornar um profissional completo, capaz de lidar com todos os aspectos da produção. Vocês não só aceitaram o desafio, como o superaram. Mais do que costurar, vocês aprenderam a ser profissionais completos, com orgulho do que fazem. E hoje, o que vemos aqui é um grupo de vencedores que encarou o desafio e o transformou em realidade”, comentou na ocasião.

Fomentando a ressocialização

A Protservis já contribuiu com mais de R$ 380 mil ao fundo rotativo do sistema penitenciário cearense, valor que é reinvestido na capacitação de internos e internas, promovendo novas oportunidades de qualificação profissional e ressocialização. Além disso, a indústria foi agraciada pelo Selo Resgata pelo segundo ano consecutivo, um reconhecimento da Secretaria Nacional de Políticas Penais pelo trabalho de industrialização nas unidades prisionais e pela geração de empregos para a população privada de liberdade do Ceará.

Para o diretor-geral da Protservis, é necessário que todos deem atenção à ressocialização das pessoas em privação de liberdade. “Chegou o momento do estado, dos empresários e da sociedade pensarem sobre essa pauta com mais seriedade, criando condições para essas pessoas que precisam de uma chance, e essa chance quem pode dar é justamente o empresário, que precisa de mão de obra. Então conclamo os empresários a considerarem contratar essas pessoas e dar oportunidades para elas”, frisou Raimundo Recamonde.