FIEC recebe seminário Ceará Azul para um Oceano Saudável e Produtivo
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) recebeu, nesta terça-feira (20/08), o seminário Ceará Azul para um Oceano Saudável e Produtivo, evento promovido pela Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade dos Oceanos no intuito de discutir a poluição marinha e a economia sustentável do mar. Com as boas-vindas do Presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, os debates contaram com a presença de pesquisadores, representantes do poder público, empresários e ambientalistas.
Esta é a primeira vez que o Ceará sedia o seminário, já realizado no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal. Em fala durante a abertura do evento, Ricardo Cavalcante afirmou que mais de 200 mil cearenses vivem, direta ou indiretamente, de atividades relacionadas à economia do mar, número que simboliza a grande participação do setor na indústria local. Em outra frente, o Presidente da FIEC reforçou, ainda, que a Federação também atua como organização-âncora do HUB ODS do Pacto Global da ONU no Ceará, promovendo iniciativas em prol do desenvolvimento sustentável no Estado.
“Para nós da Federação das Indústrias, esse trabalho da Cátedra da UNESCO no Ceará tem muito a ver com estamos fazendo aqui na FIEC. Somos hoje o setor que mais exporta pescado do país, entre lagostas, peixe vermelho e atum. Há uma preocupação nossa de que o mar pertence a todos, mas principalmente às pessoas que dependem do emprego e da renda que estão lá. Por isso, ficamos muito felizes em receber vocês nesse momento tão importante e gostaríamos de parabenizá-los pela iniciativa”, ressaltou Cavalcante.
Coordenador da Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade dos Oceanos, Alexander Turra explica que o seminário pretende, a partir da interlocução entre diferentes setores da sociedade, construir estratégias para proteger os oceanos e sua biodiversidade, garantindo o uso sustentável dos recursos marinhos.
“O oceano é um elemento importante da sociedade. O que precisamos entender é como estabelecer mecanismos e processos para continuar fazendo com que ele seja limpo, saudável e produtivo, para que possa ser utilizado de forma sustentável”, destaca Turra, acrescentando a importância da contribuição da indústria nos debates. “Temos que identificar como as empresas se enxergam ou ajudar as empresas a se enxergarem enquanto empresas azuis, porque muitas das suas atividades acabam se revertendo em benefícios para o oceano e, às vezes, em impactos negativos. Então, precisamos nos antecipar e melhorar essa relação”, completa.
Representando o Instituto Aegea, a Gerente de Sustentabilidade Marina de Castro falou sobre o trabalho da empresa para universalizar o acesso da população à coleta e ao tratamento de esgoto, contribuindo, dessa forma, no combate à poluição marinha.
“Hoje, infelizmente, temos uma situação no Brasil em que metade da população não tem acesso a esgotamento sanitário. É um dado ainda que assusta. E para onde vai todo esse esgoto que não é coletado e tratado? Vai para os corpos hídricos e eventualmente chega ao oceano. Então, fazer avanços no acesso ao esgotamento está muito conectado à pauta do oceano saudável e produtivo”, pontuou Marina.
Também presente no debate, o Coordenador do Programa Cientista-Chefe e Meio Ambiente do Governo do Estado, Luis Ernesto Arruda Bezerra, destacou que o Ceará é o primeiro estado do Brasil a ter uma Lei do Mar, que estabelece, desde 2022, políticas para conservação e uso sustentável dos recursos marinhos.
A legislação foi uma das iniciativas encabeçadas pelo programa, que ainda desenvolve outros projetos voltados para a preservação dos oceanos, a exemplo do Planejamento Costeiro e Marinho do Ceará, o qual, em parceria com a FIEC, deu origem ao Atlas Costeiro e Marinho do Estado do Ceará 2023. A publicação agrega dados sobre a economia do mar cearense, identificando áreas com potencial para a geração de novos negócios.
“O programa Cientista Chefe vem dando sua contribuição para a conservação e o uso sustentável dos recursos do mar, principalmente na questão do combate ao lixo nos oceanos. Agradecemos muito à FIEC pela parceria para a diagramação e impressão dos volumes do Atlas Costeiro e Marinho do Estado do Ceará”, disse o Coordenador.