ESG no setor de serviços: FIEC detalha caminhos para sustentabilidade e certificações em energia limpa no Proenergia Summit 2025
No segundo dia do Proenergia Summit 2025, o tema ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) destacou-se na programação com a palestra “ESG no Setor de Serviços”, ministrada por Alcileia Farias, gestora do Núcleo ESG da FIEC. A apresentação traçou um panorama abrangente sobre o papel das empresas de serviços e energia na construção de um futuro mais sustentável, abordando desde conceitos de transição energética até a implementação de certificações ambientais.
A transição energética, explicou Alcileia, representa a passagem de sistemas baseados em combustíveis fósseis para fontes renováveis, como solar, eólica, hidrelétrica e hidrogênio de baixo carbono, visando reduzir emissões de gases de efeito estufa e construir um modelo econômico mais inclusivo e resiliente. Segundo a gestora, essa transformação demanda mudanças nos modelos de produção, distribuição e consumo de energia, estimulando o uso eficiente dos recursos, a geração de empregos no setor de energia limpa e a criação de uma economia de baixo carbono que integre sustentabilidade ambiental e crescimento econômico.
Para ela, a importância desse movimento se evidencia especialmente nas empresas de serviços, que, em qualquer ramo da economia, desempenham um papel vital. “Buscar atuar com base em critérios e indicadores de sustentabilidade mostra que a empresa de serviço tem compromissos reais com o seu negócio e com o negócio da empresa que ela presta serviço. Ou seja, é um excelente parceiro para uma empresa que quer ter uma imagem de empresa sustentável e mostrar que seus fornecedores e prestadores também compartilham dessa cultura”, afirmou Alcileia, destacando que essa integração deve permear toda a cadeia de valor.
Transição energética e mudança de paradigmas
Nesse contexto, a especialista destacou sobre a necessidade de mudança de paradigmas e que esta não se restringe à tecnologia. Ela envolve políticas públicas, acordos internacionais, como o Acordo de Paris, e engajamento coletivo de governos, empresas e cidadãos. Investimentos em soluções renováveis, captura e armazenamento de carbono, gestão de energia e modelos compartilhados, afirmou, são essenciais para viabilizar a transição e assegurar sua sustentabilidade econômica.
Para medir o progresso, Alcileia recomendou que as empresas adotem indicadores divididos em categorias como qualidade do serviço, eficiência energética, desempenho financeiro, impactos ambientais e comerciais. Entre os exemplos estão DEC/FEC, que medem a duração e frequência de interrupções no fornecimento de energia, consumo por unidade de produção ou área física e indicadores financeiros como ROA (capacidade da empresa de transformar seus ativos totais em lucro) e ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido). “Esses critérios permitem acompanhar metas, implementar ações de eficiência, direcionar investimentos e realizar comparações com outras organizações, fortalecendo a competitividade e a transparência no setor de serviços”, acrescentou.
Certificações sustentáveis: selos ambientais e suas vantagens
Alcileia detalhou ainda como as empresas podem obter certificações sustentáveis, que atestam o cumprimento de critérios ambientais em toda a cadeia produtiva. Entre os selos destacados estão Bonsucro, Renovabio, 2030 Today, ESG, LEED, Carbon Trust Standard, Rótulo Ecológico da ABNT e ISO 14001. Ela ressaltou que o processo envolve avaliação de projetos, acompanhamento de compras e instalações, submissão de documentação e auditoria final, e que adotar essas práticas proporciona reconhecimento de excelência, redução de custos, acesso facilitado a linhas de crédito e, sobretudo, a certeza de atuar de forma responsável em relação ao meio ambiente.
Manter a certificação exige incorporar mudanças concretas em processos internos, como gestão de resíduos, otimização do consumo de água e energia, uso de materiais reutilizáveis e inovação. Auditorias periódicas asseguram que as práticas sustentáveis sejam mantidas, fortalecendo a imagem corporativa e garantindo a renovação do selo.
ESG como estratégia de negócios
A gestora concluiu sua apresentação destacando que investir em ESG não é apenas uma exigência regulatória, mas uma estratégia de valorização do negócio: "Práticas sustentáveis permitem alinhar impacto ambiental positivo com oportunidades de mercado, competitividade e construção de uma reputação sólida. Empresas que incorporam certificações e indicadores ESG conseguem demonstrar responsabilidade, gerar valor compartilhado e se posicionar de forma diferenciada perante clientes e parceiros, consolidando a sustentabilidade como eixo estratégico de gestão".
O Proenergia Summit 2025 foi realizado nos dias 24 e 25 de setembro, no Centro de Eventos do Ceará. A iniciativa é do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), em parceria com a FIEC, o Sebrae e o Governo do Ceará, por meio da SDE e da Adece. O evento conta com o patrocínio de SESI, Casa dos Ventos, Light COM, TBEA, Qair, Eper Group, GoodWe, Nordex, B\&Q Energia, Ceneged, Grupo Cosampa, Sirtec, GPM Soluções, J. Macêdo e 3 Corações.